Fênix

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Cheguei em um prédio residencial muito peculiar. O bairro não era lá aquelas coisas, era bem simples e tinha muitas pichações pela parede. No papel estava escrito que o apartamento era o 24, então entrei no prédio e subi as escadas, não tinha elevador. Depois de uma subida cansativa, encontrei o apartamento e bati na porta. Jake abriu a porta, ele estava de camiseta e bermuda, bem a vontade:

- Você não avisou que viria.

- Fiquei sem bateria no celular, tive que comprar outro carregador - Mostrei a sacola de compras pra ele.

- Aqui dentro tem umas quatrocentas tomadas, entre, só não repara a bagunça - Ele deu espaço e eu entrei - Me dê sua bolsa, vou colocá-la na mesa.

Entreguei a bolsa para ele, vi a Maria e o Gustavo fazendo petiscos em uma cozinha simples e rústica. Aliás, todo o apartamento era bem rústico, masculino e tinha cheiro de lavanda, estranhamente.

- A propósito, seu rosto está inchado. Você andou chorando? - Jake sussurou no meu ouvido.

- Não quero falar sobre isso, por favor. - Respondi secamente.

- Ok, sinta-se a vontade. - Jake colocou a minha bolsa em cima da mesa de centro da sala e eu cheguei perto do balcão, onde estava os seus amigos.

- Oi, Sol. Eu sabia que você viria! - Maria ficou feliz.

- Ah é? - Me sentei na cadeira do balcão.

- Sim, agora o Gustavo me deve 50 reais.

- Eu odeio apostar com ela, a Maria sempre ganha. - Gustavo revirou os olhos.

- Não fazer apostas com a Maria, anotado. - Tentei fazer uma piada.

- Muito engraçado, eu quase ri. - Jake se sentou do meu lado.

- E então, Sol, vai querer o que? - Gustavo me perguntou - Temos vinho branco, conhaque e vodka.

- Quero vinho. - Respondi sem pestanejar.

- Requintada - Gustavo me serviu uma taça.

- Eu te disse, Gustavo. - Maria sorriu - Você parece ter tido um dia muito ruim.

- É, vocês são bem observadores. - Dei um gole no vinho, que estava maravilhoso.

- Aqui nada fica em oculto por muito tempo - Jake me encarou.

- Não me diga - Olhei pra ele de volta, ele sorriu e desviou o olhar para a sala.

- Jake, por que você não coloca uma música? - Maria pegou a garrafa de conhaque e começou a servir doses para os meninos.

- Tudo bem. - Jake pegou o copo cheio da bebida e foi para a sala.

Jake colocou uma música eletrônica e ficou olhando para nós, enquanto bebia. Maria deu um gritinho de alegria, foi para o centro da sala e começou a dançar. Jake também seguiu os passos dela e ambos ficaram dançando.

- Essa japonesa mexe comigo! Quer azeitona? - Gustavo puxou assunto.

- Obrigada - Peguei uma - Você está falando da Maria?

- Sim, ela me deixa louco e eu não sei explicar ainda como eu fui me apaixonar por alguém assim. - Ele suspirou fundo.

- Assim como? - Fiquei olhando o jeito dela, sorridente e provocador.

- Tão rebelde, tão linda e tão provocante. É sufocante as vezes e ela nem dá bola pra mim. - Gustavo se debruçou no balcão e ficou olhando para a Maria.

- Você acha que ela não liga pra você? - Vi a Maria olhar para o Gustavo enquanto dançava - Se você acha isso, você está completamente enganado.

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