Almoço com os funcionários

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Esperar o resultado da balística, foi como esperar o resultado de um teste de gravidez. Meus nervos não estavam mais aguentando tanta pressão, já fazia alguns dias que eu não dormia direito e alguns sonhos ruins persistiram em me assombrar.

Era hora do almoço na editora, meu estômago estava doendo de fome. Fiquei olhando para o relógio e pensando se eu realmente queria sair da minha sala ou não. Depois de cinco minutos, decidi sair e ir para o refeitório da empresa. Assim que apontei a minha cara no grande salão, vi o Jake junto de mais duas pessoas. Ele me viu e gritou:

- Ei! Filha da chefe! Junte-se a nós! - Ele fez uma cara debochada e que me fez ficar com vergonha.

Fui chegado perto da mesa e lá estava ele, uma mulher e outro homem.

- Então, essa é a famosa, Solange Campos? - O outro rapaz me olhou de cima a baixo.

- Só, Sol, por favor. - Revirei os olhos.

- Olá, Sol. Eu sou a Maria e esse idiota, é o Gustavo - A jovem asiática, foi muito simpática comigo e sorriu, elegantemente - Sente-se e coma conosco.

- Eu sabia que um dia você se juntaria aos menos desfavorecidos. - Jake disse bem baixinho, assim que eu me sentei.

- Não vai se acostumando, Jake. - Olhei pra ele de canto.

- Uau, você lembrou o meu nome. Achei que tinha se esquecido, fiquei emocionado. - Jake levou a mão no peito e debochou.

- Hum. Por que você não me apresenta aos seus amigos. - Mudei de assunto.

- O Gustavo é do marketing, a Maria é do RH e eu, bom, você já sabe. Eu sou o homem mais incrível da contabilidade. - Jake sorriu.

- Jake, você não se cansa de passar vergonha? - Maria revirou os olhos - Gustavo, vai pegar um prato para a Sol.

- Eu? Mas, por que eu? - Gustavo arregalou os olhos.

- Porque eu mandei.

- Todo dia é a mesma coisa! - Gustavo resmungou e se levantou.

- Não precisava disso, Maria. - Fiquei sem jeito.

- Precisava sim, você é a nossa convidada de honra. - Maria sorriu.

Olhei para o Jake e ele estava bem sorridente. Me intrigava o modo que ele sorria, como se nada no mundo pudesse te afetar. Enquanto o mundo caía sobre a minha cabeça, ele estava lá, sorrindo e de muito bom humor. Nunca pensei que diria isso a mim mesma, mas, pessoas felizes me irritam.

- Consegui trocar o cartucho da impressora? - Jake interrompeu os meus pensamentos.

- Sim, consegui.

- Não ficou nenhum galo na sua cabeça, né?

- Galo? Como assim?

- A caixa que caiu na sua cabeça, não fez um galo? - Jake sorriu de canto.

- Não. - Revirei os olhos com a piada sem graça que ele fez.

- Jake, deixa disso! - Maria também revirou os olhos.

- Aqui está, senhorita. Uma macarronada da cantina, está fresquinha. - Gustavo voltou com o prato e uma garrafa de água.

- Eu agradeço. - Forcei um sorriso. Comecei a comer, realmente, a macarronada estava muito boa.

- Me diga, Sol. O que você faz nos fins de semana? - Maria me perguntou.

- Eu fico em casa, com o meu filho. - A palavra filho, saiu sem querer.

- Você tem filhos? - Gustavo arregalou os olhos.

- Não é o meu filho legítimo, eu meio que adotei ele. O nome dele é Samuel, ficou órfão e não tem ninguém pra cuidar dele. - Engoli em seco.

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