Um tempo se passou e as coisas finalmente começaram a tomar um rumo mais tranquilo. Assinei os papéis para o advogado e ele disse que começaria os trâmites para fazer um novo inventário. Isso já não era mais problema meu.
Na faculdade, todos já tinham se acostumado com a presença do Rick em minha vida, menos o meu pai biológico/professor. Ele começou a criar um certo desafeto pelo Rick e era bem recíproco, o mesmo também não gostava nada dele.Era o último dia de aulas da faculdade, antes das férias. Eram quinze dias de descanso merecido. No sábado seria o aniversário de treze anos dos gêmeos, Dolores e Benjamin. Meus dois irmãos levados e encapetados, mesmo assim eu os amo muito. Os presentes dos gêmeos foram escolhidos a dedo, para a Dolores, comprei um urso de pelúcia do tamanho dela. Era todo branquinho e tinha uma gravatinha azul, ela amava ursos, mesmo se fazendo de durona e como prometido, um conjunto de baquetas novas para a sua bateria.
Para o Ben, comprei uma bola de vôlei e alguns jogos novos para o seu vídeo game. Meu pai mandou um motorista para me buscar e imagine a cena, eu com um urso enorme e algumas sacolas, passando pelos corredores do campus.
- Oh, Deus! Minha amiga foi engolida por um urso polar gigante! - Brenda deu risada.
- Você é uma palhaçada! - fiz beicinho.
- Me dê esse negócio, eu ajudo você. - Brenda pegou o urso.
- Você tem certeza que não quer ir comigo para a festa? - perguntei.
- Tenho certeza, esse final de semana vou conhecer a família da Duda. Isso não é empolgante? - Brenda abraçou o urso com muita força.
- Vocês não estão dando um passo muito grande, não?
- E se tivermos? Que mal há nisso? - Brenda sorriu.
- Você é muito cadelinha da Duda. - dei risada.
- Olha quem fala, mulher de um homem só. - debochou.
- O que você quis dizer com isso? - parei em frente a entrada do campus.
- Acho que ela quis dizer que você é só minha. - Rick chegou atrás de mim e eu não tinha percebido.
- Rick, você não morre mais. - Brenda riu.
- Espero que não. - Rick me deu um beijo gostoso no pescoço, que me fez arrepiar.
- Para, Rick! - sorri.
- Não começa com a putaria! - Brenda jogou o urso no colo do Rick e ele o pegou - Eu já vou indo e você se cuida.
- Obrigada, Brenda. Você também. - respondi.
- E você, espécie não identificada de asno. Se você não tomar uma atitude agora, ela por si só, não vai. - Brenda deu um tapinha no ombro do Rick e saiu.
- O que ela quis dizer com tomar uma atitude? - pensei em voz alta.
- Quem sabe? - Rick sorriu - Onde você vai com tudo isso?
- Droga, eu esqueci de te dizer. Eu vou para a casa dos meus pais, é aniversário dos meus irmãos. - continuei andando em direção ao carro.
- Entendo. - Rick foi andando atrás de mim.
- Ah, esse é o Alfredo, motorista do meu pai. - Apresentei ele ao Rick.
- Acho que isso é responsabilidade sua agora, amigo. - Rick entregou o urso ao senhor de aparentemente cinquenta anos.
- Vai ser um prazer. - Alfredo respondeu com a maior doçura, pegou o urso e colocou dentro do carro.
- Rick, se você quiser ir comigo... - fui silenciada com um beijo doce.
- Pode ir, não quero incomodar você. - Rick me olhou nos olhos e sorriu.
- Você não me incomoda, a verdade é que eu quero que você vá. - meu coração disparou só de pensar na possibilidade.
- Acredito que é um passo muito rápido que estamos dando. Você não deve estar preparada para isso, não é?
- Por que você acha isso? - desviei o olhar.
- Você não me contou antes, só me contou agora. Isso significa que você não quis que eu soubesse. - Rick não estava magoado, mas deu para ver em seus olhos um certo descontentamento.
- Não, é complicado. Meu pai é um pouco rígido nesses assuntos, não quero passar vergonha na sua frente. Mas se quiser ir, eu vou gostar. - disse baixinho, fiquei um pouco apreensiva ao imaginar a cena.
- Se você me chamar, eu vou. - Rick sorriu.
- Então vamos? - Apontei para o carro.
- Você está falando sério?
- Sim. Só não vai reparar a bagunça que é a minha casa. - ri.
- Eu vou amar ver a sua bagunça. - Rick me beijou - Vou ao meu dormitório e pegar algumas roupas, já volto.
Rick foi andando depressa. Eu guardei todas as coisas dentro do carro e uma pessoa se aproximou de mim:
- Oi, filha. - Era o meu pai biológico.
- Lorenzo? - me assustei com a figura dele.
- Você vai passar as férias com a sua família?
- A intenção é essa. - sorri de canto.
- É uma pena, eu estava pensando em te convidar para ir na minha casa e passar esse tempo lá. Minha esposa está ansiosa para te conhecer. - Lorenzo sorriu.
- Seria ótimo, mas é aniversário dos gêmeos, então...
- Aniversário dos seus irmãos? Quantos anos? - Lorenzo perguntou meio sem graça.
- Treze anos. - Depois que respondi, por alguns segundos houve um silêncio constrangedor - Por que você não passa lá em casa?
- Eu? Acho que seus pais não iam gostar da ideia, Solange. - Ele coçou a cabeça, pensativo.
- Eu já sou maior de idade, ninguém pode me impedir de ver o meu pai. - Meu coração disparou.
- Vamos, Sol? - Rick chegou e pegou na minha cintura - Como vai, Lorenzo?
- Eu vou bem, Ricardo. - Lorenzo respondeu com desprezo. Por algum motivo, ele não gostava do Rick.
- Bom, eu tenho seu número. Eu te mando o endereço de casa, tudo bem? - sorri.
- Claro, Solange. - Lorenzo sorriu rapidamente.
- Pode me chamar de filha perto dele, ele já sabe. - me referi ao Rick.
- Ah, sim. Eu já vou indo então, não quero atrasar a viagem de vocês. Até logo, minha filha. - Lorenzo sorriu e voltou para dentro do campos, ignorando a presença do Rick.
- Esse cara não gosta de mim. - Rick fez beicinho.
- Se um cara igual a você namorasse a minha filha, eu também não ia gostar de você. - o provoquei.
- Eu tenho duas perguntas para você, Sol. Primeira, o que você quis dizer com " um cara igual a você"? Segundo, você quer ter filhos? - Rick me perguntou de uma forma descontraída.
- Primeiro, um cara como você, metido a bad boy dos anos 90 e segundo, não viaja. - cruzei os braços.
- Bad boy dos anos 90? É assim que eu me pareço?
- Já se olhou no espelho, Ricardo? - ri.
- Ok. Nem vou discutir com você, Joaninha. - Rick revirou os olhos.
- É bom mesmo. Entra no carro.
- Você anda muito mandona ultimamente, não acha? - Rick abriu a porta do carro.
- Impressão sua. Entra logo. - Ri.
- Eu vou me vingar. - Rick sorriu após entrar no carro.
- Veremos. - pisquei e também entrei no carro.
Então seguimos para a minha doce casa. Estava com saudades do aroma de pinho, a brisa fresca do lago e o som de natureza que a minha casa tinha. Saudades dos meus irmãos correndo pela casa, da minha mãe descabelada e do meu pai rindo da cara dela. Ah, lar doce lar.
( Continua)🚐
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PAIXÃO INDOMÁVEL 🔥
RomanceSINOPSE: Solange Campos é uma garota de 19 anos que está cursando desing gráfico em uma das faculdades mais renomadas do país. Sol foi adotada por uma família rica após passar anos em um orfanato, mas isso não a livrou dos perrengues de ser uma calo...