𝐑𝐢𝐜𝐚𝐫𝐝𝐨 𝐀𝐥𝐦𝐞𝐢𝐝𝐚 𝐍𝐚𝐫𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨...
Recebi uma ligação que me deixou mais nervoso do que eu já estava. O hospital me perguntou quem cuidaria dos preparativos para o velório e enterro da Giovana. Deixei tudo nas mãos do meu advogado, ficando livre pra cuidar apenas do Samuel e da Sol.
Depois de passar umas horas na academia, sai um pouco mais leve e focado na minha missão. Já era noite, a rua estava escura e pouca luz se fazia presente no momento. Cruzei a esquina e parei na frente do beco, o mesmo beco em que eu investi na Sol pela primeira vez. Comecei a me lembrar dela e senti uma saudade imensa, mas para o meu azar, ouvi passos atrás de mim e quando me virei, dois caras altos me agarraram pelo braço. Um terceiro cara veio pra cima de mim e começou a me dar socos fortes no abdômen.
Sem conseguir me movimentar muito, só tentei me proteger para que a coisa não se tornasse mortal. O terceiro cara, depois de me bater bastante, se abaixou até mim e eu pude ver quem era ele:
- E ai, Ricardo. Você não era machão? - Era o Gabriel, com o rosto todo fodido e com ódio nos olhos.
- Gabriel? - Sussurrei
- Então você achou que ia me dar uma surra e ia ficar por isso mesmo? - Gabriel tocou em meu rosto e apertou.
- Eu vou matar você! - Gritei e levei outro soco, dessa vez no rosto.
- Está me ameaçando? Ora, Ricardo, quem você pensa que é? Se eu quisesse, eu mesmo te mataria, aqui e agora. Quem ia se importar com a sua morte?
- Quer mesmo que eu responda? - Sorri, tentando o provocar, enquanto cuspia um pouco de sangue que estava em minha boca.
- Você está rindo do que, desgraçado? - Gabriel se irritou.
- Estou rindo porque você precisou de dois caras para me pegar, mesmo sabendo que se você estivesse sozinho, não ia sobrar nada de você pra contar história. - Gabriel me deu mais um soco e isso fez o meu sangue ferver.
- Não conta vantagem, idiota! Tenta se livrar agora, vamos!
Peguei um impulso e me soltei das mãos daqueles caras, que automaticamente vieram pra cima de mim. Dei um chute forte em um deles e o mesmo caiu em cima de uma lata de lixo. Nesse momento, Michel chegou e partiu pra cima do outro cara. Fui até o Gabriel, rapidamente, ele deu um passo pra trás e disse:
- Eu ainda não terminei essa conversa com você, Ricardo! Fica esperto! - Gabriel fugiu, em seguida os dois comparsas.
- Caralho, Rick! O que foi isso? - Michel se aproximou.
- Era o desgraçado do Gabriel.
- Cara, você está todo machucado. Quer ajuda?
- Você já fez demais. - Limpei o canto da boca com a camiseta - Eu preciso ir pro hospital, fiquei tempo demais longe do Samuel.
- E você vai fazer o que com o Gabriel?
- Eu acerto as contas com ele depois. - Me despedi do Michel e fui andando em direção ao hospital.
Assim que cheguei na porta do hospital, vi a Sol, muito bem vestida e digitando algo no celular. Me aproximei e Imediatamente ela largou o celular.
- Meu Deus, Rick! Você está mais machucado do que antes. Você estava lutando de novo? - Sol tocou em meu rosto.
- Foi o seu amiguinho, me cercou no beco, junto dele tinha dois caras. Se não fosse o Michel chegar, nem sei o que tinha acontecido.
- Rick, eu não sei o que fazer. Tudo isso é culpa minha! Eu não devia ter sido tão idiota a ponto de...
Agarrei ela pela cintura e dei um beijo nos lábios macios dela. Eu não queria ouvir nenhuma culpa vindo dela. Eu só queria mostrar o quanto eu a amava e a desejava.
- Rick, por que? - Ela me perguntou, ainda de olhos fechados.
- Você não fica quieta, nem por um segundo. Eu não quero ouvir esse tipo de coisa, só me beija. - Toquei meus lábios nos dela, chupava e mordia, arrancando alguns suspiros dela.
- Se não fosse essas merdas que estão acontecendo, eu ia querer muito você.
- Eu já te quero, mesmo com todas essas merdas. - eu disse baixinho, sentindo o cheiro do perfume dela - Você está tão cheirosa.
Encostei o meu rosto no pescoço dela e inalei o seu cheiro, foi então que eu percebi que estava ficando duro e resolvi mudar de assunto. Aquele não era o lugar e nem a hora.
- Me distraía. - Pedi, enquanto me afastava dela.
- O que foi, o que tá acontecendo? - Sol estranhou.
- Esquece. Você está aqui no hospital, por que?
- Eu estava com o Samuel. Fiquei um tempo aqui e depois fui tomar um banho no campus. Voltei e estou saindo novamente, tenho um compromisso. - Sol ficou tocando nas feridas do meu rosto enquanto falava.
- Você vai pra onde, vestida desse jeito?
- Eu vou jantar na casa do meu pai, digo, na casa do Lorenzo.
- Você não tem jeito mesmo, Sol. - Dei um passo para trás e fiquei mais longe dela. Essa história estava estranha demais pra mim, essa insistência dele ficar em cima dela, já estava me irritando.
- Que é, Rick? Vai começar agora? - Sol se irritou.
- Não vou começar nada, faça o que quiser. Eu vou ficar com o Samuel. - Fui entrando no hospital, mas a Sol me puxou pelo braço.
- Rick, por favor. - Me virei e olhei pra ela - Me perdoa. Eu sei que eu não faço as melhores escolhas na vida, mas eu não quero te ver machucado assim. Sinto que tudo isso é culpa minha, eu jamais vou me perdoar por isso.
- Amor, você não fez nada. Eu procurei isso, só tentei defender você. Saiba que eu vou te defender de tudo, mesmo que isso me mate um dia. - A abracei - A culpa não é sua.
Eu queria protegê-la de tudo, mas eu sabia que no fundo não era capaz. Naquele momento eu estava me sentindo impotente, como se eu não tivesse forças para lutar, pensar e reagir. Eu só queria que tudo aquilo acabasse logo e que o pai da Sol não ficasse em nosso caminho.
- Sobre o seu pai, eu não gosto do que ele está fazendo. Tentando se aproximar de você a qualquer custo.
- Eu também não gosto disso, tá bem? Mas eu preciso saber quem é ele de verdade. Eu não me lembro dele e as vezes eu sinto que ele é um fantasma - Sol me apertou forte - Rick, eu preciso tirar essa dúvida do meu coração. Preciso saber quem é o meu pai de verdade.
- Então você quer pagar pra vê? - Me irritei.
- Rick, você está julgando ele sem o conhecer.
- Eu espero não ter razão sobre ele, porque se ele te machucar, eu acabo com a vida dele. - Entrei no hospital rapidamente e sem olhar para trás.
Passei a noite com o Samuel e tentei me manter calmo. O Samuel precisava de mim bem e inteiro, mas ficou me perguntando como eu arrumei aqueles machucados. Dei uma desculpa e ele ficou bem, por outro lado, a Sol ficou sem me mandar uma mensagem se quer, a noite toda.
(Continua)
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PAIXÃO INDOMÁVEL 🔥
RomanceSINOPSE: Solange Campos é uma garota de 19 anos que está cursando desing gráfico em uma das faculdades mais renomadas do país. Sol foi adotada por uma família rica após passar anos em um orfanato, mas isso não a livrou dos perrengues de ser uma calo...