Cats In The Cradle

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...

- O que você fez Steve? - Perguntei triste e preocupada.

Apenas uma coisa passava em minha cabeça e torcia para estar completamente errada.

- Não me diga que você usou... - Continuei.

- Não Jennyzinha, eu juro. Eu comecei a sentir uns calafrios mais cedo, mas pensei que não fosse nada, depois piorou.

- Acho melhor eu chamar um dos meninos aqui para lhe ajudar.

- Não, eles não vão acreditar em mim. Vão pensar que usei droga e aí vão me tirar da banda. Não faça isso, Jenny. - Me pediu com os olhinhos aflitos. - Você é a única que acredita em mim. Você acredita em mim, não é Jennyzinha? - Perguntou

- Acredito, Steve.

Comecei a pensar no que eu faria. Se eu chamasse Alan ou Ângela, eles teriam que reportar isso a Geffen e todos saberia também. Já estava nervosa, pois Steve não parava de suar e tremer.

Então tive uma ideia. Desci e fui até a recepção. Já passavam das 22 horas e o movimento estava fraco. Cheguei até o gerente e solicitei para que chamassem um médico urgente. Ele ainda quis comunicar ao senhor Niven, pois disse que qualquer pedido médico que fosse feito para qualquer um dos integrantes da banda deveria ser reportado a ele. Após muito insistir, consegui convencê-lo a não dizer a ninguém, até porque disse que a banda sairia do hotel no outro dia se isso fosse espalhado e ainda falariam mal. O que Steve não me fazia fazer, pensei.

Por céus não demorou muito um médico chegou. Ele o examinou e então veio falar comigo.

- E então, o que ele tem? É alguma infecção, febre? - Eu queria muito acreditar em Stee, mais uma pontinha em mim tinha medo dele ter mentido.

- Bem, a temperatura elevada não era febre, mas sim um calor causado pela agitação. O senhor Adler teve uma crise de abstinência, senhorita.

- Uma crise de abstinência?

- Bem, após examiná-lo e conversar um pouco com ele, ele me informou que estava há alguns dias sem uso de entorpecentes. Isso é uma reação comum entre usuários assíduos que tentam se desvencilhar da droga e também o período mais crítico em que a maioria acaba voltando para as mesmas.

- E o que podemos fazer?

- Bem, eu lhe passei um remédio para dormir e prescrevi essa medicação para ajudar no controle. Hoje tem muitos tratamentos para essa dependência senhorita, o ideal seria que o senhor Adler procurasse um centro assim que vocês voltassem para os E.U.A.

- Ele não precisa ser internado ou algo do tipo, né?

- Não, hoje com esses remédios ele irá ficar melhor. Pode ficar tranquila, mas é bom ele ter apoio, este se torna fundamental para quem estar querendo largar as drogas.

- Obrigada, doutor. - Agradeci, agora bem mais tranquila.

Voltei mais calma para o quarto, observando Steve dormir. Estava preocupada, mas ao mesmo tempo orgulhosa, por ele ter me falado a verdade e principalmente por ele estar realmente tentando sair dessa vida como havia me prometido.

Após algum tempo notei sua temperatura normalizar e ele parar com a sudorese e os tremores. Voltei para o quarto do ruivo que já estava dormindo. Deitei-me delicadamente para não acordá-lo, caindo no sono logo em seguida.

...

Duff

Eu e Popcorn estávamos tomando café da manhã no hotel, quando Jenny e Axl chegaram. O ruivo vinha num humor, o qual claramente atribuíamos a Jennifer.

My Sweet IntérpreteOnde histórias criam vida. Descubra agora