Beats On My Head - Parte I

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...

Apesar de ser meio da semana, L.A. estava muito movimentada esta noite. Tentava dirigir o mais rápido que podia. Estava angustiada, apressada e só imaginando no que minha amiga estava pensando com tudo que aquela víbora maldita havia lhe falado.

Já havia dado várias buzinadas e xingado alguns idiotas lerdos na estrada. Tá, confesso que eu não era a pessoa mais tranquila no trânsito, talvez por isso Jenny sempre preferia dirigir ao invés de ir comigo para os lugares. Ela dizia que eu tinha o pavio curto no trânsito, mas hoje eu tinha um bom motivo.

Logo cheguei ao meu destino, estacionei de qualquer jeito e corri subindo os milhares de degraus até chegar ao guichê de informações da rodoviária central de L.A.

- Por favor, poderia me informar se tem algum ônibus saindo agora para Seatle? – A atendente era uma senhora de mais ou menos 45 anos, gordinha, mascava um chiclete e me olhou por cima dos óculos de grau. Era séria e nada simpática.

- Vou olhar aqui, um momento. – Me respondeu com a maior preguiça do mundo e foi olhar vagarosamente seus papeis.

- Poderia ser um pouco mais rápido? – Disse impaciente. Ela apenas fez cara feia, mas continuou olhando para os benditos papeis.

- Tem um saindo em 20 minutos, mas creio já estar lotado, o próximo agora só amanhã.

- Me diz qual plataforma.

- Bem, é na plataforma 03. – Ela me disse explicando como chegar ao local de embarque.

Andei mais uns 05 minutos, passando por uma multidão de pessoas. 

Como essa rodoviária estava cheia essa noite!

Assim que cheguei à plataforma 03 comecei a andar devagar olhando para todos os lados, até que avistei Jenny sentada em um banco, sozinha, olhando para baixo e com sua bolsa de viagem em cima das pernas.

Ela parecia bem dispersa e triste. Tanto que nem percebeu minha aproximação.

- Jenny?! – Chamei. 

- Camille, como me achou? – Ela me encarou surpresa. Seus olhos estavam vermelhos, provavelmente de tanto chorar.

- Quando cheguei em casa, que a procurei no quarto e não vi mais sua bolsa de viagem, imaginei que tinha vindo para cá.

- Você sabe o que aconteceu? – Ela me perguntou com a voz fraca.

- Sei, Jenny, por isso vim para cá. Precisamos conversar. – Eu tinha que contar tudo que sabia, não podia deixá-la viajar desse jeito.

...

Izzy

Após Axl se acalmar mais um pouco fomos finalmente assinar os papeis da doação. O ruivo bem que se esforçou para colocar uma expressão melhor no rosto para as fotos que foram tiradas, mas a ansiedade e impaciência tomavam de conta de Rose. 

Assim que terminamos, saímos do local do show e fomos imediatamente para nosso carro, passando por diversos fãs histéricos, que infelizmente não pudemos dar nenhuma atenção. Eu ia no banco de trás junto com Axl e na frente ia o motorista e seu segurança pessoal, Phill.

- Anda mais rápido! Mas que merda!!! – O ruivo esbravejou impaciente.

- Me desculpe, Senhor Rose, a saída está congestionada, de certo devido às pessoas que estão indo embora do show. – O motorista se justificou.

- Calma Axl, logo chegaremos ao apartamento da Jennifer. – Tentei tranquilizar o ruivo.

- Eu tenho que falar com ela antes dela viajar Isbell. Ela vai amanhã cedo para Seatle. – Ele respondeu apreensivo.

My Sweet IntérpreteOnde histórias criam vida. Descubra agora