Um fato: eu estou mesmo bêbada, nunca dançaria como estou dançado se estivesse sóbria. Estou dançando até o chão, eu nem sabia que conseguia rebolar desse jeito. Mas o auge da minha embriaguez é agora, o Deco me puxou para dançar com ele e, claro, ele dança muito bem, cheira muito bem e tem pegada, está passando pela minha cabeça em ficar com ele, mas não, não posso, só estou bêbada e carente. Alguém me tira de perto dele!
Okay, talvez ainda resta um pouco de consciência, ou talvez dignidade, na minha pessoa, consegui sair de perto dele sozinha! Fui ao banheiro pegar um Engov e depois no buffet para comer um pouco. Olha, estou de parabéns!
Vou atrás dos meninos para comer junto com eles. Como esperado, eles estão na mesa de sempre, perto da piscina.
— José Ricardo, sua bebida é do capeta! — falo enquanto puxo uma cadeira para me sentar.
— Nem me fale, parei na segunda, vou ficar na minha cerveja mesmo. — Diz rindo e beijando a sua lata de cerveja.
— Sai! — bato na mão do Zica, que veio de fininho tentar roubar minhas minis coxinhas. — Eu preciso comer!
— Vei! Você já comeu quatro pratos e ainda assim está com fome? — Gabs pergunta indignado.
— Mano, não sei como vocês ainda se espantam. — O Zica se zoa.
— Toma! — dou uma mini coxinha para ele. — Seja feliz!
Fico conversando com eles depois que termino de comer, preciso recuperar um pouco da minha sobriedade. Dos três, só o Zica que gosta de dançar, e ele dança muito bem, mas sem a Ariane ele fica desanimado, opta por ficar comendo e bebendo com os meninos.
— É, acho que alguém quer um remember — Gabs fala olhando para a pista de dança.
Todos nós direcionamos nosso olhar para as pessoas dançando e vimos o Deco olhando para nossa mesa. Logo que nossos olhos se encontram, ele levanta seu copo como um brinde, junto com seu sorriso malandro de lado. Eu não consigo segurar o riso, como eu pude ser tão louca por ele?
— E ai, pegaria de novo? — Gabs pergunta com um tom desafiador.
Antes que eu possa responder, o José fala primeiro.
— Gigi, não quero ser estraga prazeres, mas o Alex está aqui e está vindo em nossa direção. — Ele avisa.
Eu congelo na hora.
Por quê? Eu tive uma semana tão tranquila, por que ele teve que aparecer? Não queria vê-lo agora. Só queria que meu coração parasse de bater tão forte e que eu saísse dessa paralisação.
— E aí, José — ele cumprimenta o Carioca com um cumprimento de mão, fazendo o mesmo com os meninos —, Gabs, Renan, tudo bem? — ele está soando alegre.
Os meninos o cumprimentam na mesma simpatia, eles gostam do Alex.
A minha sorte é que estou de costas para ele, e graças ao meu congelamento, não me virei para encará-lo e nem quero. Não quero olhar para seu rosto, principalmente seus olhos, preciso me manter distante deles.
— E você, Gigi, tudo bem? — ele coloca sua mão no meu ombro e é como se eu tivesse levado um choque, eu me desperto na hora. Merda! Odeio sentir isso.
— Preciso ir ao banheiro. — Me levanto às pressas, pego o copo de bebida mais perto de mim e saio, sem nem falar ou olhar para ele.
Tomo tudo de uma vez enquanto ando rápido para dentro da casa.
Ótimo, silencio, amo a acústica do lavabo da Lia, não dá para ouvir nada que está acontecendo lá fora.
Eu só queria aproveitar essa festa numa boa, era só o que eu queria. Agora eu só quero ir embora, não quero o ver, não quero que ele me veja e, principalmente, não quero conversar com ele.
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Segunda Chance
RomanceAo descobrir um segredo que seu pai guardara por anos, Giovanna sai de casa, com apenas 16 anos. Após um ano do ocorrido, ela ainda tem dificuldades em retomar sua vida, que antes glamourosa, agora mora em um depósito de uma cafeteria, a qual trabal...