Como eu odeio os procedimentos de entrada em um prédio de elite. Eles pedem tudo: nome, RG, CPF, data de nascimento, celular e profissão, só faltaram pedir antecedente criminal e a hora do meu nascimento para conferirem no meu mapa astral se tem algum indício de psicopatia.
É só interfonar e perguntar se estão ou não me esperando ou se conhecem alguma Giovanna Volkov! Já estou arrependida de ter vindo aqui.
Aliás, por que eu vim mesmo? Poderia resolver isso tudo com uma mensagem ou ligação, é pra isso que serve a tecnologia hoje em dia, para nós não termos que resolver nossos assuntos pessoalmente.
Depois de anos, eles me liberam. Fico até com medo de entrar e esqueço como se anda direito, será que o meu andar é suspeito? Se eu olhar para trás eles irão desconfiar de algo?
Para de paranoia!
Meu estômago começa a embrulhar. Passei horas na portaria, já era para a porta está aberta e a pessoa me esperando.
Detesto tocar a campainha quando vou pela primeira vez na casa da alguém, piora ainda mais quando não é a pessoa que eu conheço que atende. Nunca sei como agir e o que falar. Por isso que intimidade é bom, não existe mais vergonha.
Okay, tenho que tocar a campainha, ficar parada, olhando a porta, não vai fazê-la abrir.
Toco só uma vez e a porta abre no mesmo instante. Ainda bem que não foi um desconhecido!
— Giovanna? — pergunta espantado, não entendi a surpresa, eu fui anunciada e liberada a entrar aqui.
Antes que eu possa pensar em dá uma espiada dentro da casa, ele entra no hall e fecha a porta da casa.
— Está tudo bem? — pergunto desconfiada.
— Eu que pergunto, o que você está fazendo aqui? — pergunta ainda surpreso.
Será que eu estou atrapalhando? Não tinha parado para pensar nisso, quer dizer, não pensei em nada quando decidi vim aqui.
Será que ele está acompanhado?
— Se eu estiver atrapalhando me desculpa — pego o elevador que ainda se encontra neste andar —, a gente se fala depois. — Digo já dentro do elevador.
— Espera! — ele entra comigo e descemos. — Você não me atrapalha, só não imaginava você aqui na minha casa, ainda mais que você conheceu meu irmão. Não sabia nem que você tinha o meu endereço.
Havia esquecido que toda sua família é mesquinha.
— Não tinha mesmo, a Carol que me deu. — Falo sem jeito, ele deve achar que sou uma stalker.
O elevador chega no térreo, ele me conduz até área da churrasqueira. Daria para fazer altas festas aqui. O Zica ficaria louco com o tamanho dessa área de churrasqueira.
Ele senta em um banco e me acomodo ao lado dele.
— É, você deve estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui em pleno domingo à tarde. — Já me arrependo de ter falado isso, e se ele não tiver nem aí? Espera, desde quando eu me importo tanto com o que ele acha ou não? — Só queria agradecer pelo o que você fez, eu fiquei extremamente feliz, sério mesmo!
— O que eu fiz? — ele parece confuso.
Não acredito que ele vai mesmo me fazer dizer.
— Por pedir para o Rick me acompanhar na colação.
Eu observo corar um pouco. Admito que gostei de ver ele envergonhado.
— Ele contou? — pergunta encarando o chão, ele está mesmo envergonhado.
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Segunda Chance
RomanceAo descobrir um segredo que seu pai guardara por anos, Giovanna sai de casa, com apenas 16 anos. Após um ano do ocorrido, ela ainda tem dificuldades em retomar sua vida, que antes glamourosa, agora mora em um depósito de uma cafeteria, a qual trabal...