65 - Última festa do ano

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Essa semana completou três semanas da morte do meu pai e, felizmente, estou começando a ver a esperança no fim do túnel. Estou voltando a ser eu mesma, as dores e as tristezas estão diminuindo.

O dia exato, domingo, foi o vestibular dos meninos. O Zica acha que conseguiu passar para segunda etapa, já o Gabs está na dúvida, até porque medicina é concorridíssimo. Sei o tanto que USP é o sonho deles, mas avisei que, se quiserem fazer alguma faculdade particular, eu poderia ajudar financeiramente. Porém, espero que não seja preciso, quero muito que os dois realizem esse sonho. O José prestou em três faculdades particulares, ele quer engenharia mecânica.

A Lia estava só esperando o vestibular da USP passar para fazer sua festa, que será hoje, em plena quinta-feira. Apesar de ser a última festa, ainda não estou empolgada como gostaria. Sei que será épica, porém, não cheguei na fase de estar empolgada com nada, estou na fase da esperança, do positivismo, sei que mais cedo ou mais tarde eu estarei muito empolgada com algo, mas esse dia não é hoje.

As meninas estão sendo ótimas, estão me dando o meu tempo, mas sempre certificando se estou bem e mostrando que estão presentes. Semana passada fui à casa que quebra tudo com a Carol de novo, dessa vez, paguei o dobro para poder quebrar mais coisas, foi muito bom. A Lia se certifica, mais de uma vez, se tudo bem fazer a festa. Sinto que ela estava com medo de ser insensível, mas, por mais que eu não esteja empolgada, eu preciso dessa festa, e o terceiro ano precisa muito mais do que eu preciso.

A Carol me convidou para sua casa, para eu me arrumar com ela. Gosto da sua companhia, ainda mais agora, ela é ótima em não tocar em assuntos que não quero e aproveita para focar nos dela, que eu adoro ouvir. Por mais que, muitas vezes tenho vontade de bater nela por se fazer de trouxa.

— Aprendi mais três coreografias no Fit Dance, ontem quase não ando de tanta dor, fiquei mais de horas para aprender uma da Ludmila. — Fala enquanto se maquia.

— Agora está explicado porque você está andando como se tivesse passado um dia andando de cavalo. — Implico, mas é verdade, ela está andando com as pernas mais abertas e um pouco flexionadas. — Mas me mostra as mais fáceis, que quero aprender. — Além de correr todos os dias, estou começando a dançar mais, está me ajudando.

— Amiga, já sei! — diz empolgada, largando as maquiagens e focando em mim. — Vamos combinar um ou dois dias na semana para gente dançar? A gente escolhe aquelas mais difíceis do Fit Dance e só paramos quando acertamos tudo.

Exercício físico e distração, tudo que eu preciso.

— Vamos nesse sábado?

— É por isso que eu te amo! — Diz com um largo sorriso e volta a se maquiar.

Resolvo me maquiar também, gostei de como me senti na festa de formatura, quero me sentir assim mais vezes, mesmo não usando uma roupa super sensual. Peço uma dica para a Carol de uma maquiagem sexy, porém natura, mas com uma pegada poderosa, não sei como ela conseguiu entender. Ela pegou meu celular e colocou em um tutorial de uma maquiagem que era exatamente o que eu queria.

Hoje estou um pouco diferente do normal, estou com um vestido curto florido, o que por si só me deixa com cara de menina meiga, mas a maquiagem conseguiu tirar a meiguice e dá um ar de sexy. Como a Carol ama tudo vermelho em mim, o tutorial era com paleta avermelhada, mas para combinar com o look, deixei tudo em tons de coral, tanto na boca como nos olhos, com um delineado, de respeito, em coral, com uma leve sombra brilhosa em coral clarinho. Estou me sentindo bonita.

— Cara, estamos arrasando. — Digo enquanto admiro nós duas no espelho.

— Estamos! Estou ficando orgulhosa que consegui levar você para o mundo da maquiagem.

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