A galera dessa escola adora uma festa, nunca vi tanta festa assim, pelo menos é na casa dos outros e de graça. Desta vez a festa não é na Lia, é na Carol, a melhor amiga da Lia, ou seja, estamos todos convidados. Não conheço muito a Carol, mas do que conheço ela é legal, mas é daquelas que é tão rica que não tem noção da realidade.
Eles estão combinando a festa para amanhã, por que nunca é no sábado?
O Carioca e Gabs estão de boa agora, o clima estava meio estranho antes, mas acredito que o Carioca viu o tanto que o Gabs gosta da Camila e que a amizade deles é extremamente importante para ele, então está tudo como antes ... quer dizer, agora sou vela de três e tenho que ouvir todos os dias uma zoação diferente.
— Gigi, para você não falar que eu não dou nada para você, toma! — o Zica tira uma vela do casaco dele e me entrega.
— É Gigi, também estou te dando isso. — Fala o Carioca me entregando uma caixa de fósforo.
— E para completar, essa linda porcelana. — Agora é o Gabs me dá um pires, provavelmente para eu apoiar a vela.
Eu não falo nada na hora, só fuzilo os três com o olhar.
— Velho, falei que isso ia dar merda, ela vai matar a gente! — fala o Gabs receoso.
— Vocês são muito idiotas! — Lia fala, mas dá uma risadinha.
— Cara, eu odeio vocês, sério mesmo, vocês são uns idiotas ... — começo os meus xingamentos, mas sou interrompida.
— Giovanna, posso falar com você? — é o Alex, o que será que ele quer comigo?
— Claro que ela pode! — fala o Carioca aliviado.
— Mano, você pode não saber, mas você acabou de salvar três vidas! — Zica agradece.
O Alex me olha confuso e volto a encarar os meninos com sangue nos olhos, queria xingar mais eles, mas o Alex não é de vim pedir para conversar, então terei que adiar a minha discussão.
— Posso sim, — me levanto da escada e volto a olhar para os meninos — mas isso não quer dizer que vocês não vão me ouvir depois! — falo séria, mas queria rir.
Vamos caminhando para longe da multidão, estamos perto da área de diversão do Jardim Infantil, ele aponta para os balaços e sentamos neles.
— O que foi que aconteceu? — pergunto curiosa.
— A Luciana, hoje ela veio me perguntar o que éramos. — Diz, olhando para o nada.
— E aí, o que você respondeu? — sinto uma pontada, deve ser curiosidade, mas meu coração está batendo um pouco mais forte que o normal.
— Que não éramos nada, que só nos pegávamos.
— Você respondeu isso? — eu me seguro para não rir, sinto um alívio na hora.
— Eu não sabia o que responder, não somos namorados, e também não sinto que somos ficantes fixos.
— Ela não ficou com raiva de você?
— Sim! Por isso que fui atrás de você, porque acredito que eu não fiz nada de errado, sempre falei que não queria nada sério.
— Mas às vezes é o jeito que você fala. Você é grosso, acredito que se você for elogiar alguém parecerá que você está menosprezando, então tenho toda certeza que foi pelo jeito que você falou.
— Mas como você queria que eu falasse? "Me desculpa, querida, mas não sei o que somos, não quero me envolver sério e amorosamente com ninguém agora", isso? — Diz, com uma voz melosa.
Começo a rir pelo jeito que ele falou, isso não combina nada com ele, sutileza não faz parte dele, os próprios traços físicos dele mostra isso.
— É, não sei, porque isso não é nada você.
— Exato! — diz aliviado.
— Mas, então? Pediu desculpas?
— Não, tinha que pedir? Ela só ficou irritada pelo que eu disse e saiu. — Ele parece confuso.
— Mas, você quer ela? — por que faço perguntas que tenho medo de ouvir?
— Sinceramente? Não, não sinto que eu queira.
— Então pronto, mas na próxima seja totalmente honesto e um pouco menos grosso.
Nessa hora o sinal toca avisando que o recreio acabou.
— Tudo bem! E você, por que você estava brigando com seus amigos?
— Porque os idiotas me deram uma vela, uma caixa de fósforo e um pires para apoiar a vela.
Ele começa a rir, acho que nunca vi ele rindo assim, nunca ouvi sua gargalhada, é boa e contagiante, infelizmente começo a rir também, mas continuo observando-o, quando ele rir parece que seu maxilar se intensifica ainda mais, o que deixa ele ainda mais bonito.
— Para! — peço, mas continuo rindo.
— Desculpa, mas essa foi muito boa. — Diz ainda rindo, mas se recuperando.
— Besta!
— Todos estão namorando e você está de vela oficial?
— Sim. — Faço cara de tristeza.
Seguimos para as nossas salas.
No final da aula vou para o meu armário deixar uns livros e a Ariane vai juntos, o armário dela é embaixo do meu. Quando fechamos nossos armários nos deparamos com a Lia toda sorridente nos encarando, por que ela está tão feliz em nos vermos? Já nos vimos hoje.
— Meninas, o que vocês vão fazer neste sábado?
Eu e a Ariane nos olhamos meio perdidas.
— Eu nada, por quê? — pergunto.
— Provavelmente verei o Renan. — Fala a Ariane.
— É que tive uma ideia genial! — Lia fala toda empolgada. — Pensei em fazer uma sleepover na minha casa, e queria chamar vocês e a Camila também, acho que temos que ser amigas, afinal vamos andar bastante juntos. — Como que ela gosta tanto de socializar e de fazer amizade? Será que ela não sente preguiça?
Ela está tão empolgada com a sua ideia que tenho dó de dizer não, não quero destruir a sua felicidade.
— Por mim, pode ser, — olho para a Ariane — você topa também?
— Topo, só preciso avisar o Renan.
— Ai, que ótimo! Maravilha, vai ser a melhor sleepover de vocês! Depois me passem os filmes que vocês gostam e o que gostam de comer! Ah, estou animada! — ela nos abraça e vai embora.
Nós a esperamos se afastar um pouco e começamos a rir.
— Ela é sempre empolgada assim? — pergunta Ariane.
— Olha, acredito que sim! — começamos a rir de novo.
Fiquei curiosa de como será isso, o que a doida da Lia vai aprontar? Pensando bem, nunca tive uma noite só com meninas, sempre foi com os meninos, o que será que elas conversam?
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Segunda Chance
RomantizmAo descobrir um segredo que seu pai guardara por anos, Giovanna sai de casa, com apenas 16 anos. Após um ano do ocorrido, ela ainda tem dificuldades em retomar sua vida, que antes glamourosa, agora mora em um depósito de uma cafeteria, a qual trabal...