Essa semana foi uma das melhores que eu já tive há tempos, então, nada melhor do que uma festa para fechá-la com chave de ouro.
Se é festa, é casa da Lia. Será a última antes da formatura. Conhecendo a Lia, ela fará outra de despedida, o que não desqualifica nem um pouco essa. Ela contratou até uma DJ.
O Zica é o mais animado, não pela DJ, mas pelo buffet, sim, ela também contratou um buffet. Ele mal almoçou hoje, e para o Renan não almoçar... é porque ele vai destruir essa noite.
— Mano, imagina o casamento dela? — o Zica está nas suas brisas por conta do tanto de dinheiro, que ele imagina, que ela tem — Mano, na moral, o Carioca tem que casar com ela, imagina o buffet desse casamento, óbvio que eu iria ajudar a escolher algumas comidas, na moral, eles deveriam deixar essa tarefa comigo, ia ser da hora.
— Zica, se liga, seu gosto não é nada refinado — Gabs quebra a empolgação dele —, se depender de você, o casamento deles seria um churras com feijoada.
— Mas isso é bem melhor do que esses canapés que não enche barriga de ninguém. — Ele protesta.
— Meu lindo, nada, nem mesmo feijoada enche sua barriga. Não sei como você é magro. — Digo, nunca vou entender como que cabe tanta comida nessa barriga tão seca.
— Perfeição, minha linda. — Ele se gaba com um sorriso galanteador.
— Coitado! — Gabs balança a cabeça em negação. — Vamos, que o esfomeado precisa comer! — Ele aperta o botão de parada do ônibus e vamos para a porta.
Chegamos mais cedo do que de costume, tem pouquíssimas pessoas. Até estranho chegar cedo em uma festa, sempre vou depois do trabalho, mas dessa vez ela, finalmente, fez a festa no sábado!
Para o Zica, chegamos no horário certo, na hora que estão colocando o buffet na mesa, ele fica por lá, esperando eles terminarem de arrumar para ele comer, enquanto todo mundo vai para área externa, em uma das mesas perto da piscina. A Lia está com a DJ, resolvendo o setlist da festa, Gabs e Camila vão no bar e o Carioca acaba de voltar de lá com uma bebida para mim e para a Carol, hoje a Ariane não vem, ela foi para a cidade dela.
— Eu vi uma bebida bem louca no Instagram e pedi para o barman fazer, pedi três dela, — Carioca entrega as bebidas para nós duas — espero que esteja boa. — Ele levanta a sua taça para um brinde — Ao fim do colegial e ao início da vida adulta.
Brindamos e bebemos o drink desconhecido... não é ruim, não é ruim mesmo, porém, não consigo entender o que tem nele, mas é bem doce, talvez um leite condensado ou doce de leite, a sua cor é marrom claro e uma consistência um pouco grossa.
— Gostaram? — Carioca pergunta curioso e ansioso por uma aprovação.
— Gostei, mas o que tem nele? — pergunto, ainda tentando decifrar.
— Não parece que tem álcool, está ótimo! — Carol acrescenta.
Seu sorriso se alarga ainda mais com a nossa aprovação, dá até vontade de apertar a cara dele do tanto que ele está parecendo uma criança feliz.
— Cara, tem muito álcool nisso, mas o doce de leite tira a intensidade do álcool. — Ele explica empolgado. — Tem sake, licor de cacau, licor de café e doce de leite, nem parece né?
— Tem três tipos de álcool aqui? — a Carol parece preocupada.
— Sim! Mas qual é? Tu ama ficar bêbada. — Carioca contesta confuso.
— Amo, porém, já vou entregar a você o meu celular — ela coloca o seu celular no bolso da frente da calça do José — fique com ele e mesmo se eu implorar ou ameaçar você, não me devolva, senão eu vou fazer besteira. — Assim que ela termina de falar, ela vira o copo, que é grande, e termina a bebida em menos de um minuto.
A besteira que ela se refere é ligar para a Daniela, que espero mesmo que ela não faça isso, porque essa menina não merece a Carol.
Nós ficamos fies a bebida do José, ela está no final do seu quinto copo e eu estou indo para o quarto, espero que o próximo seja o último para ambas, se eu já estou um pouco bêbada, imagina a Carol. Pegamos nossa bebida no bar e vamos para a pista de dança com a Lia e a Camila.
A festa encheu em um piscar de olhos, e pela primeira vez, a pista de dança está mais lotada do que a área externa, a DJ é boa mesmo.
— Gigi, vamos! — Carol grita no meio da pista com o copo levantado.
— Ir para onde? — pergunto confusa, será que ela não percebeu que já estamos na pista?
— Vamos tomar nosso drink de uma só vez! Uma saideira! — ela bate seu copo no meu e o leva para perto da sua boca, só na espera do meu sim.
— Mas tem mais que a metade no meu copo! — protesto, se eu beber tudo eu vomito!
— Aii, para, vamos! É nossa última bebida, depois só água! — diz com uma cara de coitada.
Sei que vou me arrepender, mas aceito e tomamos. Obviamente, ela tomou bem mais rápido do que eu, mas pelo menos consegui. Okay, tive que roubar a água da Camila logo em seguida para não correr o risco de vomitar. Sinto que preciso comer também.
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Segunda Chance
RomanceAo descobrir um segredo que seu pai guardara por anos, Giovanna sai de casa, com apenas 16 anos. Após um ano do ocorrido, ela ainda tem dificuldades em retomar sua vida, que antes glamourosa, agora mora em um depósito de uma cafeteria, a qual trabal...