Acordo determinada a contar ao Alex o que eu sinto por ele, só preciso de um momento a sós com ele, preciso resolver logo isso para eu poder focar apenas no meu pai.
— Você tem certeza disso? — Zica pergunta assim que chegamos no portão da escola.
— Sim — respiro fundo, preciso achar o Alex —, eu vou conseguir. — Sorrio em desespero.
— Beleza, qualquer coisa grita e você sabe que estaremos sempre do seu lado. — Ele me abraça e continua a andar em direção a escola.
Fico parada, esperando a coragem chegar, ou esperando que o Alex apareça do meu lado.
— Volkov! — Merda, eu queria o Alex e não o Victor!
Continuo olhando para o portão e ignorando o Victor.
— Volkov, ei, estou falando com você! — ignora, ignora que ele desaparece — Giovanna, fala comigo! — ele me puxa pelo braço, me forçando a olhar para ele.
Ele não fez isso, não, não pode. Por que ele não me esquece e me deixa em paz?
— Me larga! — o empurro — não toca em mim ... melhor, finja que eu não existo! — brigo com ódio, como fui capaz de me envolver com ele?
— Eu liguei para você esse final de semana inteiro, por que você não me atendeu? — ele ignora o meu aviso de esquecer dele. Como ele consegue ser tão ... inconveniente, abusivo e invasivo?
— Porque eu não quis! Por favor, some da minha vida! — grito na esperança dele me ouvir.
— Qual é o seu problema? — é sério que ele está me fazendo essa pergunta? — Eu só queria conversar com você.
— E eu queria que você morresse! — explodo, não queria dizer isso, mas ele me faz sentir um ódio tão forte e verdadeiro, não só dele, mas de mim mesma por ficar com ele por tanto tempo.
— Assim como você gostaria que seu pai morresse? — ele pergunta com um sorriso de provocação.
Eu ouvi errado, ele não falou o que eu penso que ele falou.
— Oi?
— Você conseguiu o que tanto sonhou, não é mesmo? Será então que devo me preocupar?
Sinto meu corpo queimando e enrijecendo por inteiro. Ele não pode ser baixo a esse ponto.
— Cala a boca! — falo com todo o ódio que existe no meu ser.
— O que foi? — ele chega mais perto e ainda com seu sorriso provocador — não gostou de ouvir a verdade? Não era isso que você sempre quis, que seu pai sumisse da sua vida? Parabéns, você conseguiu o que tanto queria.
Parece que voltei no tempo, para a festa da Lia, na qual briguei com o Victor. Tirando a minha perna esquerda que não para de tremer, eu estou paralisada de novo, não consigo me mover ou falar. Tento me mover, mas não consigo, eu preciso machucar ele, machucar mais do que ele me machucou, mas não consigo fazer nada.
Ele continua falando, mas não escuto, até que ele se vira e sai do meu campo de visão e nesse momento eu consigo acordar.
Consigo alcançar ele antes que entre na escola. Pulo em cima dele e caímos no chão, poucos centímetros do portão da escola. Começo a bater nele descontroladamente, eu tenho consciência de que não sei bater, mas nesse momento eu não ligo, só quero bater até minha raiva passar, nem que isso dure o dia todo.
— Me larga! — ele grita, ao mesmo tempo, tenta me tirar de cima dele — alguém tira essa louca de cima de mim!
Alguém me puxa pela cintura, o que me faz sair de cima do Victor.
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Segunda Chance
RomantiekAo descobrir um segredo que seu pai guardara por anos, Giovanna sai de casa, com apenas 16 anos. Após um ano do ocorrido, ela ainda tem dificuldades em retomar sua vida, que antes glamourosa, agora mora em um depósito de uma cafeteria, a qual trabal...