Subo para o quarto onde os dois estão. O Alex está colocando-a na cama. Dou um passo para trás, voltando para o lado de fora e fechando a porta, fiquei com medo da luz acordá-la.Será que não é melhor o Alex ficar com ela? Pelo visto ele a ajudou bem mais do que eu. Ela pode acordar a qualquer momento e ter mais uma crise, como vou ajudá-la? Nesse momento eu não conseguirei ajudar ninguém.
— Pode entrar. — Alex fala, com uma voz cansada, assim que sai do quarto.
— Eu acho melhor você ficar lá com ela, você será mais útil do que eu.
— Tem certeza? — pergunta incerto.
— Tenho! Além do mais, dá para ver que você está cansado. — Digo, sem ironia.
— É, essa noite foi intensa. — Diz com um sorriso tímido. — Vou aceitar essa troca, obrigado! Mas se quiser dormir aqui, eu durmo no sofá.
— Relaxa, é melhor eu indo. Trouxe para vocês. — Digo entregando o prato com as sobras do buffet.
Assim que ele pega o prato eu me afasto dele e vou em direção a escada.
Que sensação horrível! Nem quando a gente se conheceu pela primeira vez foi tão estranho como agora. Ter que medir as palavras, o tom delas, as expressões, isso é péssimo! Por que eu fui gosta dele? Por que eu falei para ele? Por que ele me beijou? Só queria voltar para como era antes, onde a gente só era amigo, colega, sei lá, para qualquer lugar que não seja esse.
— Lia! — Grito ao avistar ela na área externa. — Eu vou indo, o Alex vai ficar com a Carol. Obrigada pela festa! — Chego mais perto e a abraço.
— Ah, tudo bem, eu aviso ao José que você foi embora. — Diz, soando bem cansada, seus olhos estão tão baixos que parecem que estão fechados.
— Giovanna! — o Alex me chama, do andar de cima, quando eu já estava na porta de saída.
O que será que ele quer agora?
— A Carol acordou? — pergunto um pouco alto, enquanto ele desce as escadas.
— Não, não é isso. — Responde já no térreo.
— O que foi então? — por favor, que não seja sobre a gente.
— Isso está errado. — Ele fala firme.
— Isso o quê?
— Isso! — ele gesticula com as mãos se referindo a nós dois. — A gente, a nossa relação ... o que aconteceu hoje, o que aconteceu agora ... eu não estou entendendo. — Ele parece confuso e chateado.
Sinceramente, eu não entendi nada do que ele falou, não entendi o ponto. O que está errado para ele? Eu gostar dele? Eu, definitivamente, não entendo ele.
— Muito menos eu. — Digo sem paciência. — Tchau.
Abro a porta.
— Espera ... — ele ia me tocar, mas recuou, ainda bem — eu ... eu falei com a minha família, meio que falei que não concordo como andam as coisas e queria me desvincular deles, é uma história longa e complicada, mas eles aceitaram me entregar a minha parte e seguir minha vida! — Ele dá um sorriso orgulhoso, porém tímido.
Não consigo esconder que fiquei feliz com essa notícia. Como eu queria abraçá-lo agora. Ele deve estar muito feliz por ter conseguido se desvincular da família podre dele. Porém, saber disso me deixou triste, por que se fosse antes, estaríamos sentados conversando sobre isso por horas, agora não tem mais essa opção.
— Isso é maravilhoso! — percebo que estou segurando a minha empolgação e eu me odeio por isso. — Fico feliz, de verdade, por você! — É, talvez eu fiz certo de segurar a empolgação.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segunda Chance
RomantiekAo descobrir um segredo que seu pai guardara por anos, Giovanna sai de casa, com apenas 16 anos. Após um ano do ocorrido, ela ainda tem dificuldades em retomar sua vida, que antes glamourosa, agora mora em um depósito de uma cafeteria, a qual trabal...