12 - Segunda

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Usei todo o final de semana para pensar se aceito ou não a proposta da mãe do Zica. Morar com eles seria ótimo, o astral da casa deles é tão bom tão acolhedor que tenho certeza que em menos de um mês eu já estaria completamente em casa. Mas, para eu aceitar, ela tem que deixar eu contribuir com as despesas e tenho que trabalhar menos, pois o café não é perto da casa deles.

Hoje combinei de conversar com o Rick sobre a redução da minha carga horária, aproveito e falo dessa outra proposta.

Sinceramente, não sei porque o Rick abre o café nas segundas, o movimento é sempre fraco, das 15h até às 18h é praticamente vazio, só chega cliente depois das 18h, que normalmente é o Thiago e a Gabriela com seus chai lattes, e uma galera saindo do trabalho atrás de um café.

Como de costume, passo a tarde de segunda estudando no balcão.

— Giovanna? — alguém me chama.

Fiquei tão concentrada nos estudos que não ouvi quando a pessoa entrou. Levo um susto quando eu percebo.

— Alex? — pergunto surpresa.

— Você trabalha aqui? — ele me olha confuso.

— Sim, algum problema? — respondo grossa, meu mecanismo de defesa é uma bosta às vezes.

— Não, de boa, só fiquei surpreso. — Responde calmo.

— Por quê? Não foi você que ouviu meu escândalo na secretaria? — meu mecanismo de defesa é realmente uma bosta.

— Só porque eu ouvi não quer dizer que eu entendi. — Mereci essa.

— Okay, — falo com uma cara de bosta — vai querer algo? — por que estou o tratando assim?

— Quero um café expresso duplo e um pão de queijo.

— Um expresso duplo e um pão de queijo ... 14 reais, algo a mais?

— Não, só isso. — Fala e me entrega o dinheiro.

— Se quiser pode sentar que eu levo até você.

— Vou sentar no balcão, tudo bem?

— Tudo. — Consegui não responder friamente.

Realizo o pedido, que é bem rápido, é só fazer dois expressos e colocar o pão de queijo no prato, menos de 5 minutos está tudo pronto.

— Prontinho! — coloco o pedido no balcão e dou até um sorriso, na hora me lembrei do seu moletom que até hoje eu não devolvi. — Quer dizer, falta um negócio, só um minuto.

Saio do balcão e vou para o meu quarto pegar o moletom, pego e vou até ele entregá-lo.

— Pronto, agora não devo mais nada a você. — Entrego com um sorriso de satisfação.

— Você usou meu moletom? — pergunta confuso.

— Oi?

— Você o traz para o trabalho? — por que eu traria o moletom dele para o meu trabalho?

— Não, só usei daquela vez, até lavei, pode cheirar, está cheiroso.

— Você sabia que eu vinha hoje e trouxe? — ele ainda continua confuso.

— Não, eu nunca o tirei de casa desde que você me emprestou. — Começo a ficar grossa de novo.

— Se você nunca o tirou de casa, o que ele está fazendo aqui? — pergunta tentando entender.

Merda, merda, merda! Esqueci que ele não sabe que moro aqui, o que faz total sentido ele não está entendendo nada.

— Desculpa, ... é que eu moro aqui. — Respondo sem graça.

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