Tirei o dia de folga ontem só para ajudar o Zica com os preparos para o picnic especial dele com a Ariane. Está tudo pronto e lindo, compramos uma mega cesta para colocarmos o bolo de floresta negra, duas baguetes, queijos, uma garrafa de suco de laranja e copos, pratos e talheres, o Zica ainda comprou um buquê e umas flores para enfeitar a cesta, será impossível ela não amar!
Enquanto ele se arruma para o encontro, eu saio para o trabalho. Não gosto de trabalhar em final de semana, especialmente no sábado, gosto de ficar de boa, sem compromisso nenhum. Sábado o Fargo é lotado, mas é bom que trabalho muito e as horas passam mais rápido.
Parece que o corpo sabe a hora que meu turno termina e vai começando a desacelerar, já começo a ficar cansada e com dor nas costas, só quero minha cama e minhas séries.
Estou terminando um pedido de um cliente quando me viro para entrega-lo.
— Alex? — o que ele está fazendo aqui?
— Giovanna? — me imita.
— O cappuccino e a baguete caprese são seus? — pergunto, não sei o que falar.
— Sim. — Ele pega o pedido e senta no balcão. — Você está trabalhando aos sábados também?
— Só hoje, folguei ontem, aí tive que repor. — A Bia me passa mais um pedido, dois expressos e três pães de queijo.
Termino de fazer e vejo que ele ainda está aqui.
— Faz tempo que eu não te vejo na escola. — Minto, sempre o vejo, mas ele está sempre com a Luciana.
— Pois é, eu vejo você às vezes. — Ele dá um gole no seu cappuccino.
— E por que não fala comigo?
— Não sei, fluímos mais no banheiro. — Fala dando um sorriso de lado.
— Então será difícil conversamos na escola. — Dou uma risadinha. — Mas, sério, você está com raiva de mim?
— Por que estaria? — pergunta confuso.
— Não sei, desde a detenção que eu não falo com você e, sei lá, você acabou indo duas vezes na detenção meio que por minha causa.
— Sim, fiquei puto, mas com Victor, que garoto escroto.
— Eu sei, desculpa.
— Não é sua culpa.
A Bia me passa mais um pedido, um chai latte e um bolo de cenoura.
— O que você vai fazer depois daqui? — ele me pergunta assim que finalizo o pedido.
— Deitar, estou acabada! E você? Vai ver a Luciana? — merda, por que perguntei isso?
— Como você sabe que estou com a Luciana? — pergunta surpreso.
— Vi vocês se pegando uma vez. — Minto, foi bem mais de uma vez. — E aí, já queimou a língua? — Dou um sorriso provocador.
— Queimei a língua? — ele me olha confuso.
— Sim, você me disse no banheiro que não acredita no amor.
— Nossa, você se lembra disso? — ele pressiona seus lábios um no outro e sorri com eles ainda pressionados.
Ele está com vergonha?
— Sim, você é a primeira pessoa que conheço que me falou isso.
— E você foi a primeira que me disse que eu nunca tentei amar. — Agora ele volta com o seu sorriso de sempre.
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Segunda Chance
RomansAo descobrir um segredo que seu pai guardara por anos, Giovanna sai de casa, com apenas 16 anos. Após um ano do ocorrido, ela ainda tem dificuldades em retomar sua vida, que antes glamourosa, agora mora em um depósito de uma cafeteria, a qual trabal...