08 - Detenção

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Foi fácil chegar hoje no horário, simplesmente não dormir de tanta cólica, que dor horrível! Definitivamente, não conseguirei ficar nessa aula, só coloco minha mochila na minha carteira e aviso aos meninos que vou à enfermaria, até porque é de graça o remédio. 

A enfermeira me dá um remédio para a cólica e entrega uma bolsa térmica, permitindo que fique aqui até eu me sentir melhor. Como tenho cólica forte com frequência, elas já me conhecem, por isso que elas me deixam ficar descansando. 

Estou deitada na marca com uma compressa de água quente na minha barriga quando a porta abre e começa uma falação e gritaria, eu me levanto para ver o que está acontecendo e vejo o Victor com o nariz sangrando ... o que aconteceu? 

— Victor?! — encaro ele em choque, ele nunca foi de brigar, sempre fez a linha bom moço. — Você está sangrando? — vou até ele preocupada. 

— Não foi nada. — Ele responde irritado. 

— O que aconteceu?  — quando resolvo ser simpática com ele, ele é grosso comigo.

— Pergunta para o seu namoradinho. — Que? O que ele está falando? 

Ele sai da minha frente e eu vejo que ele não entrou aqui sozinho, o menino do banheiro também está aqui, e com uma vermelhidão na maçã esquerda do seu rosto. 

— Você? — falo um pouco confusa com o que está acontecendo. — Alguém pode me explicar o que está acontecendo?  

— Vai me dizer que você vai agir como se não soubesse o que aconteceu? — o Victor fala atrás de mim e eu me viro para encará-lo de novo. 

— Victor, eu estou falando sério! — o fuzilo com os olhos. 

— Aparentemente a Fernanda contou o que aconteceu com a gente no banheiro da festa, aí o seu namoradinho ficou puto e resolveu bater em mim. — O menino conta bem irritado. 

Merda, a Fernanda realmente conseguiu me ferrar, eu quero acabar com a vida dessa menina. 

— Vai negar agora, Giovanna? — Por que o Victor está com raiva de mim? 

— Eu não sei que história ela te contou, não tem como eu negar uma história que eu não sei. 

— Bom, então vamos lá, ela entra no banheiro e encontra você seminua e ele tirando a roupa, vai negar isso? 

— Não, não vou, mas ... 

— Mas o que, Giovanna? Você vai em uma festa fica bêbada e resolve dá para qualquer um? — meu sangue está fervendo tanto que dou um tapa na cara dele, agora minha mão está ardendo e ele está me olhando em choque. — Mas que merda é essa?  

— Eu que digo, quem você pensa que é? — quando que ele entenderá que ele não é mais nada meu? 

— Eu só quero te proteger, você nem conhece esse garoto, ele é um repetente que foi expulso da escola, não vale nada ... — Agora é o menino que bate nele. 

Espera ... ele é o menino que já estudou aqui! Como que eu não me lembrava dele? 

— Ei, vocês querem voltar para a diretoria? — a enfermeira chega bastante estressada. — Giovanna, acho que você já está liberada. 

— Mas ...  

— Mas nada, vai para sua sala. — Ela manda e eu vou. 

Saio de lá bufando de ódio, vou ao banheiro antes de entrar na sala. Jogo um pouco de água no meu rosto para ver se ameniza a vermelhidão dele e depois saio. Logo que abro a porta do banheiro, o sinal para o segundo horário toca, com isso, uma galera sai das suas salas, avisto a Fernanda de longe, com seu sorrisinho de metida, se achando, certeza que deve ter amado contar para todo mundo o que aconteceu comigo. 

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