Presentes, sorrisos e Jungkook

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MADRUGADA DE DOMINGO

Eu estava pensando naquele encontro há dias, quando o momento se aproximou eu sequer consegui tirar tudo isso dos meus pensamentos. Há alguns minutos estava andando de um lado para o outro dentro do quarto de Jeanie esperando um sinal e agora ele já tinha chegado.

Ler aquela mensagem me causou uma agitação instantânea. Acabei lendo mais de uma vez como se quisesse confirmar que era real. Por breves segundos eu fiquei sem saber o que fazer, parece que fiquei desorientada. Já era de madrugada e eu precisaria de ajuda para sair. Tudo já estava combinado, mas eu me vi confusa.

Jeanie estava já de pijama jogada em sua cama quando eu fui avisá-la. Me aproximei com o celular na mão e logo falei que Jungkook já estava a caminho da praia de Kitsilano — aquela que ficava perto da sua casa. Ela, que estava sonolenta, logo arregalou os olhos ao ver minha euforia e levantou-se. E como se pisasse em ovos, foi até o quarto de sua irmã.

Fiquei no quarto dela esperando, aquela movimentação que iríamos fazer ali no corredor poderia parecer suspeita ou poderia chamar a atenção de seus pais. Fiquei com o celular na mão, pensei em responder Jungkook, mas ao mesmo tempo pensei ser inútil. Se ele já tinha saído, estava ao volante. E assim, não iria me responder nem ler o que eu iria mandar.

Não consegui deixar a agitação de lado. Esfreguei as mãos e estalei os dedos como se isso fosse me livrar daquela tensão. Fiquei olhando para o celular até que enfim, as duas entraram no quarto. E só então decidimos o pouco que faltava antes de sair.

— Já podemos ir — falei com Chelsea.

— Então vamos — disse Jeanie.

— Acho melhor você ficar aqui — ela falou com sua irmã.

— Mas por quê? — respondeu.

— Alguém precisa ficar para dar alguma desculpa caso meu pai ou minha mãe apareça. Se eu não estiver, não há problema algum. Mas se vocês duas não estiverem, a conversa é diferente.

— Você acha que eles podem acordar?

— Quer pagar pra ver? — disse Chelsea.

— E o que eu digo se na pior das hipóteses minha mãe chegar aqui do nada? E se ela ouvir o barulho do carro?

— Fala que a Anea está no banheiro ou sei lá.

— Pensa positivo, Jen — falei pra ela. — Não vai acontecer nada e eu prometo voltar logo! Vai dar certo!

— Voltar logo? — deu uma leve debochada. — Será que volta mesmo?

— Hummmmm — Chelsea ironizou.

— É claro que eu volto — peguei meu celular e coloquei no bolso do jeans. — Agora precisamos ir, Chelsea.

— Ta bom, mas não demore a voltar! Eu não sei o que falar se meus pais perguntarem sobre o carro!

— Mas é muito medrosa mesmo — Chelsea riu. — Vamos, Anea!

— Cuidado quando for descer as escadas! Não faça barulho! — ela me advertiu.

— Tudo bem! Não fique longe do teu celular, vou ligar quando estiver voltando!

— Pode deixar, eu vou ficar atenta!

— Até logo! — acenei já saindo do seu quarto.

— Aproveita! — acenou pra mim.

Eu sabia que o significado de "aproveitar" era diferente para Jeanie e pra mim, mas assenti pra ela independente disso, lhe dando certeza de que sim, eu iria aproveitar meu date na madrugada — e da melhor forma. Ela ainda ficou na porta do quarto enquanto eu fui seguindo Chelsea pelas escadas. Até que saímos pela porta da frente e ela logo foi até o carro.

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