CAPÍTULO 12

10.2K 723 33
                                    

Ninna 🌺 Narrando

Kennia teve que ir com seus pais, por algum motivo eles não a deixaram ficar comigo, era raro isso acontecer. Na verdade, sempre tinha permissão para dormirmos juntas.

Cubro meu corpo todo, com o lençol, à procura do sono que parece não me querer. Tentei várias posições para ver se conseguia ficar confortável, mas, o problema era minha mente que estava cheia demais, preocupada com Kennia, comigo mesma. São tantas coisas.

Desperto rapidamente do meu devaneio, quando ouço batidas na porta. Levanto ligeira, começando a ficar nervosa, pensando sobre quem pode ser.

— Mãe! — disse surpresa, por vê-la apenas de camisola aqui.

Busquei por Ramon, mas ela estava sozinha.

— Vai deixar eu entrar? — ela pergunta, pois ainda estou parada olhando.

— Se for para me lembrar do que Ramon vive falando, não, não pode — disse farta de ouvir sempre a mesma frase.

— Não vim falar de seu pai — entrou, esbarrando em mim. Estalando seus dedos, isso só significava que estava nervosa. — Vim falar sobre o Andriotti.

Fechei a porta. Engolir em seco.

— O quê tem a ver o Ian? — não mostrei o quanto estou desesperada.

— Ele ... — ela para, anda de um lado para o outro. — Ele quer sabe .. fazer sexo com você, é provável que esteja vindo.

Por mais que soubesse que existia essa possibilidade, meu coração disparou. O prazo acabou.

— Estou ciente disso — disse desanimada.

— Estar tão tranquila? — perguntou estranhando.

— Não é esse o objetivo, dessa viagem toda? Fisgar de vez o Andriotti?!

— Era, mas. Não é necessário que isso aconteça hoje — ela disse.

— O quê está querendo dizer, Anne?

Ela ficou em silêncio, pensativa. Tirou do bojo de sua camisola, um papel. Me entregou o abrir e somente tinha uns números.

— Para que é isso? — perguntei sem entender.

— É o código, você o digita no elevador, vai saber onde é — foi para meu quarto.

— Mãe, me explique — disse, ela voltou, segurando um roupão.

— Passe a noite na cobertura, vai estar segura lá. Pelo menos hoje, até ele ficar calmo — me empurrou para fora do quarto. — Espero por isso..

— O quê a senhora está escondendo?

— Nada, somente vá para esse quarto. É para seu bem. Preciso ir, Ramon pode acordar, a última coisa que precisamos é dele acordado.

Mesmo em dúvida, cogito fazer o que minha mãe disse. Penso em Ian e seu jeito grosseiro quando ficou cheio de ciúmes, imagina como vai agir quando me encontrar. Se tenho a oportunidade de escapar hoje, escaparei, não estou pronta para nada vindo dele.

Enrolei-me no roupão, fui para o elevador, digitei o código, lugares fechados me apavoram, sozinha nesse elevador e pelo nervosismo que sinto, me faz querer gritar de agonia. Finalmente as portas abriram, a cobertura como imaginável era bonita e demasiadamente grande. Questionei-me sobre como Anne sabia do código.

Não me atenho aos detalhes, sigo um pequeno corredor que leva a uma porta de aço, empurro a mesma, revelando a mim um quarto, encaro a cama espaçosa, muito convidativa, sem pensar me atiro nela, relaxando. Fecho os olhos, concentrando-me no sono.

| Minha Escolhida | [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora