CAPÍTULO 37

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Ninna🌺Narrando

San Diego/ Califórnia

1 semana depois.

Quando o carro parou, chegando finalmente ao nosso novo "lar", sai desesperada para vomitar. Minha boca estava amarga por cada quilômetro, parada que fizemos foi somente para colocar para fora o que nem ao menos tinha na barriga.

- Califórnia.

Kennia não ligou para meu estado, ficou apreciando a vista, respirando fundo.

- Obrigada pela ajuda.

- Você vomitou em cima de mim, umas três vezes, Ninna.

Reclamou, fez expressão de nojo ao recordar.

- Não tenho culpa.

- Tenho pena do meu sobrinho, deve ficar agoniado se segurando no teu útero para não ser vomitado.

Ela realmente estava irritada.
O bagageiro veio pegar nossas coisas no táxi, vamos ficar num hotel até ter como nos sustentar, não quero ficar na sombra de Álvaro.

Por um momento pensei que nada daria certo, que Ian apareceria e impediria minha partida, por se arrepender de permitir isso. Depois que saímos do Hotel ficamos rodando no carro com um homem que trabalhava para Álvaro. Somente ontem viemos embarcar no nosso voo, não fazia ideia para onde íamos, na hora foi decidido, Kennia escolheu, imaginei que fosse Álvaro a escolher, mas ele disse que não queria saber do nosso paradeiro.

Somente Anne sabe, ela quem está monitorando tudo, reservou este hotel. Mas isso não vai durar, vamos nos estabilizar e recomeçar nossas vidas.

Algum tempo depois...

Não tive disposição para sair do quarto para usufruir o local, minhas pernas latejavam, passei tempo demais sentada, precisava esticá-las, mas faria isso aqui dentro.

À noite chegou, passaram-se as horas e não tive sono, mesmo me sentindo quebrada não consegui fechar os olhos e me entregar. Estava inquieta pensando em Ian, como as coisas chegaram ao ponto de sofrer e sentir falta dele. Não deixo que lágrima alguma que se acumula nos meus olhos saia. Ele ainda deve estar aproveitando o corpo da Sara, na lua de mel deles.

Preciso seguir em frente, a oportunidade que estou tendo agora não desperdiçarei, lembrando do que ficou para trás.

Pela manhã me esbaldei num café da manhã reforçado para recuperar as forças. Sentia que hoje seria um maravilhoso dia para caminhar livremente.

- Você tá diferente.

Kennia se juntou a mim na mesa.

- Tenho que ser, vida nova, coisas novas.

- Ninna, não tenho certeza sobre o que Álvaro e a tia Anne contaram.

Continuei comendo a gelatina.

- Acha que mentiram?

- Sim, acho isso.

- Kennia, se fosse mentira, jamais teríamos conseguido sair da Italia, Ian não é burro. Você mesma viu que os seguranças responsáveis por nós, não fizeram nada para impedir.

Ficou em silêncio, batendo o garfo no prato.

- Sinto que isso não acabou, Ninna.

- Você só ainda está com medo, logo isso vai passar.

À tranquilizei. Terminei de comer, me arrumei e fomos passear um pouco. Meu subconsciente deu gargalhadas. Ao sair do elevador, parei abruptamente por ver um homem de costas próximo a entrada que era semelhante a Ian pela altura. O coração acelerado acalmou-se restando a frustração, não era ele.

- Acho que posso trabalhar como garçonete.

- Ou recepcionista, lavadeira.

- Tem que ser coisas simples para não chamar a atenção dos Andreotti.

Discutimos sobre emprego, andando ao redor do Hotel, apreciando.

- Kennia, eles permitiram nossa saída, não virão atrás de nós duas.

- Ninna, sei que está sofrendo, eu também estou.

Me fez parar de andar.

- Não estou sofrendo, estou aliviada por finalmente ter uma vida.

Ela suspirou, me puxou para sentar numa das cadeiras próximas da piscina.

- Quando quiser falar sobre o que sente, vou estar aqui.

O que ela queria ouvir? Ela quer que eu lamente?

- Onde você vai?

- Respirar longe de você.

- Tá com raiva?

- Não de você.

Fecho os olhos exasperados, deitando-me em uma das cadeiras confortáveis próximas da piscina.
O que vamos fazer filho(a)? Estou perdida dentro de mim mesma. Meu Deus. Passou -se apenas uma semana e estou dessa forma, nem éramos tão próximos. A questão é que sabia que a qualquer momento veria ele, agora nunca o verei novamente. Na última vez que nos vimos, ele foi tão carinhoso.

- Ninna, acorda!!

Abro os olhos vendo Kennia quase em cima de mim.

- Não estava dormindo.

Voltei a fechar meus olhos. Mas não por muito tempo.

- Encontrei uma pessoa, quer dizer ele que me viu e veio falar comigo.

Disse com um largo sorriso no rosto.

- Ian?

Me ajeitei na cadeira.

- Não.

Franziu o cenho, desfazendo seu sorriso.

- A vida sorriu novamente para mim - levantei da cadeira, virei para o dono da voz que preencheu meus ouvidos. - Olá, Ninna!

Pisquei desconexa.

- Jonas!

Minha voz saiu arrastada, cheia de surpresa.

- Parece que o destino torce por nós dois.

Rigosijouse. Mostrando um sorriso jubiloso.

 Mostrando um sorriso jubiloso

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