CAPÍTULO 18

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Ninna🌺Narrando

Tudo está estranho; o clima, Ian e eu mesma sinto-me. Parte da manhã ao acordar passei na cama, pensando, lembrando da noite anterior. A forma que ele me tomou foi diferente, dessa vez senti prazer, e confesso estar ansiosa por uma próxima vez, e isso me irrita profundamente.

Não há como esquecer do que ele fez comigo, não é uma noite agradável que fará tudo ser apagado. Minha luta vai ser agora contra meu corpo, meu cérebro trabalha em lembrar de tudo. Já meu corpo está sensível a ele.

Fui despertada pelos seus beijos sendo dados em meu ombro, esse gesto fez todo meu corpo desejá-lo incontestavelmente. Se não fosse por seu compromisso, teria mais uma vez me entregado a ele. Antes de sair, cuidou de mim, como havia dito.

Meu cérebro está processando essa mudança tão repentina. Mas, estou à espera do golpe que virá, a calmaria não existe, não em minha vida.

— Você almoçou?

Ao ouvir Ian chegar, ajeitei-me, olhei surpresa para ele. Seu humor sempre muda rapidamente, mas parece estar como de mais cedo.

— Não tenho fome.

Comi cereal que havia dentro do armário.

— Por que não?

— Comi o que tinha no armário.

— Cereal? Isso é comida, Ninna?

— Me encheu, estou satisfeita.

— Devia ter pedido alguma coisa na recepção.

— Não fazia ideia que podia — ele não olhou para mim, em nenhum momento em que falava. Tirou o terno. — Queria saber se posso voltar para meu quarto.

— Vai ficar comigo, Ninna!

— Por que?

— Quero isso

— Ian, quero ter privacidade. E estar longe quando voltar a seu estado normal.

— Estou normal, Ninna.

— Não, você não está. E sinceramente não me interessa saber o porquê.

— Você prefere quando fico te ameaçando?

— Acho que prefiro. Assim sempre sei o que esperar.

Ele se acomodou em uma das poltronas próximo da varanda, apoiou seus cotovelos nos joelhos com as mãos no rosto. Parecia estar exausto e pensativo. Após uns segundos, não aguentei mais esfregar as pernas uma na outra por baixo do lençol, nervosa, ansiosa. Seus olhos acertaram em minha direção, afetando toda frágil base do meu corpo.

Seu silêncio não era bem vindo. Queria respostas, qual o objetivo?

— Não lembrava, mas, sábado, acontecerá um jantar na mansão Andriotti.

— Outro?! — resmunguei. — Não quero ir.

— Você não vai ser obrigada a ir, mas, sabe que toda ação tem uma reação. Não é assim na aula de física? — disse calmo, tirando seus sapatos. — Se não for, eu é quem vai ser obrigado a tomar certas providências com você.

— Obrigado? — ri balançando a cabeça. — Quem obriga um Andreotti a fazer alguma coisa, Ian?

— Álvaro — disse.

Lembro do pai dele, aquele olhar tão sinistro.

— Onde está sua mãe? — perguntei.

Sua boca fez-se numa linha fina, certeza que apertava seus dentes um no outro.

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