CAPÍTULO 23

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Ian Andriotti • Narrando

Me encontrava na mansão, esperava pelo Álvaro que repentinamente exigiu uma reunião. Encho o copo de Whisky, engulo de uma vez só, que desce rasgando minha garganta.

— Deu certo o almoço? — Joseph entrou na sala, pegando um copo para se servir.

Rodeio com os dedos a boca do copo, concentrando-me em qualquer coisa que não seja em Ninna, e suas últimas palavras antes de fugir de mim no toalete.

— Claro que não deu! — ele próprio respondeu conhecendo minha carranca.

— Joseph cala a porra da boca!

— O que você fez? — questionou.

— Não fiz porra nenhuma — arremesso o copo na parede.

— O que aconteceu então? Vi quando Ninna saiu rápido do restaurante.

— Aqui não é lugar para falar desse assunto.

A governanta de idade média de vinte anos, nos comunica que Álvaro nos espera no escritório. Levanto, seguido por Joseph.

— È bello vederti, figli miei — falou ao entrarmos, tinha seu traseiro sentado na cadeira do outro lado da mesa.
{ Tradução ~ É bom vê-los meus filhos}

— Cosa vuoi, Álvaro? — nunca gostei de enrolação, conhecia perfeitamente meu pai.
{ Tradução ~ O que você quer Álvaro }

— Sempre adorabile, Ian, proprio come me — tragou seu charuto, soltando a fumaça em forma redonda.
{Tradução ~ Sempre adorável, igualmente a mim}

Sempre me comparava com ele, sabia o quanto isso me irritava. O nível de paciência era igual, e várias outras coisas, exceto no caráter, Álvaro nunca fora confiável, eu sou quando tenho tratos, alianças eu as cumpro sem passar a perna em ninguém.

— Padre, sii obiettivo, abbiamo cose da fare — falou Joseph, o único que não procurava briga com Álvaro.
{ Tradução ~ pai seja objetivo, temos coisas para fazer }

— Você, Joseph, doce como sua mãe — resmungou.

Joseph fechou seus olhos, deu passos para trás. Tocar no assunto relacionado a Joana, nossa mãe, fazia o ódio adormecido despertar, assim como a dor.

— Che cazzo vuoi, cosa vuoi? — levantei exaltado.
{Tradução ~ Que porra você quer? O que pretende falar nesse assunto?}

— Vou esperar lá fora — decidiu Joseph sair.

Álvaro levantou-se, se aproximou de mim, nos encaramos, sua íris azulada refletia-me num futuro próximo.

— Vi hoje você com Sara — falou. — E claro a linda morena de nome Ninna — soltou a fumaça no meu rosto.

— Anda me vigiando, Álvaro?!. Estar com medo de tomar seu lugar? — perguntei.

— Esse lugar é seu, Ian, somos iguais, eu e você — afastou-se, voltou a sentar. — Não me preocupo com nada, estou aliviado por saber que meu legado não terminará.

Não revidei, ou contradiz sua perspectiva. O silêncio é ser sábio, qualquer palavra dita a ele, será usada contra mim. Se me negar a fazer sua vontade, vai começar seus ataques.

— Quando vi você tocando em Ninna — sorriu lembrando de algo. — Foi como se visse eu e sua mãe. Qualquer oportunidade que tivesse, estava me enterrando nela.

Travei o maxilar, lutei contra a vontade de acabar com ele nesse instante. A maneira chula que tinha o prazer de lembrar de Joana, deixava-me mais cedendo para matá-lo.

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