CAPÍTULO 44

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Ian Andreotti • Narrando

Por muito tempo tentei não lembrar, voltar a ser um assassino por diversão,mas não adianta. Todas as vezes que sujo minhas mãos de sangue, é uma lembrança que vem, o dia em que minha alma saiu do meu corpo. Quase matei Joana, somente Álvaro sabe disso, o desgraçado quase conseguiu que eu fizesse.

— Ninna, não vai perdoa-lo, se me matar — a voz dele saiu semelhante ao som de um cachorro chorando.

— Não vou matá-lo, Jonas — aproximo-me dele, não consegue abrir os olhos, pelo inchado. — Quando fizer isso, vai ser na frente dela, ou a matarei primeiro, para que veja.

— Não, você ama ela, não vai matá-la — cuspiu sangue, sujando meu sapato, chuto com o mesmo suas pernas, os estalos são satisfatórios.

— Amo fode-lá — cuspo em cima dele que agora está desmaiado.

Não o matei por oposição de Joseph, a preocupação dele é de não ter em quem descontar o ódio que sinto, por Ninna está por enquanto indisponível, eu irei fazer um massacre em alguns lugares. Meu equilíbrio é saber que vou ser pai, isso mexeu dentro do meu peito com emoções que desconheço.

Após escolher a refeição de Ninna, fui para o banheiro me livrar das roupas sujas, o fedor de Jonas. Tornou-se uma rotina tortura-lo, escolher a comida para Ninna, torturar novamente Jonas, e quando dormindo observar ela. Contenho-me por hora, somente olha-lá, não me permito toca-lá nem quando está profundamente apegada no sono, minhas mãos tremem, coçam para toca-la, mas posso machucá-la, a porra do meu coração que foi despertado por ela repudia a ideia. Estou puto!

Ninna é a porra da minha perdição, granjeou minha mente, corpo e coração. Poderia dar tudo para ela, minha melhor versão, mas ela não queria, não quer isso, quer a porra de liberdade.

— Pega esse caralho, enfia no cú, Joseph — arremesso o tablet na parede o despedaçando.

Anelei no momento matar meu irmão, seus braços cruzados, expressão preocupada, sei que aperta forte a massa muscular de seus braços, um costume usado desde a adolescência para aguentar a pressão de Álvaro.

— Não tem nenhuma pista?

— Não, Ian! Estão investigando..

— Vai passar oito meses para descobrir, assim como para encontrar a porra da minha mulher?

Vorisfero. Pegaram Joana na clínica onde a alguns anos a coloquei, não tinha como conviver com ela, continuar escondendo que estava viva. Álvaro acredita que ela morreu no incêndio provocado por ele, não imagina que mesmo moleque conseguimos salvá-la.

Foi uma dura trajetória, escondê-la por tanto tempo, Jensen o único que descobriu e ajudou, só agora entendo sua boa atitude, sábia que me tornaria o chefe. Por quase ter matado minha mãe, ela Joana, com passar dos anos não conseguir encará-la, a cicatriz em seu pescoço nunca saiu da minha mente. Por mais que ela tenha dito diversas vezes que eu era só uma criança assustada, nunca consegui deixar isso, não tive infância, nunca fui criança.

— Vou voltar para Itália, e ajudar com isso — pareceu arredio ao que falou, sei que está louco para ter Candice em seus braços, mas alguma coisa o impede.

— Vá, não vou sair daqui — deixar Ninna não está em questão, não confio nela e minha filha logo nascerá.

— Não quero deixar você aqui — suspirou, bagunçando o cabelo, sentou na cadeira. — Você não está na sua melhor versão, é arriscado para Ninna, minha sobrinha.

— Vou machucá-la, somente depois que tiver minha filha, Joseph — digo sem garantia de nada. Meu exterior que fala por mim agora.

— Chega de fingir que não se importa com aquela mulher, Ian — disse grosseiro, se levantando da cadeira. — Aceite que é perdido de amor, não vai conseguir matá-la, nunca. Sei o quanto é difícil para alguém como você aceitar esse sentimento, mas é isso. Se não quisesse estar nessa situação teria…

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