CAPÍTULO 33

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Ninna🌺Narrando

Interno-me brincando na água da banheira onde estou a mais de meia hora, pensando no que fazer, quando tudo ser descoberto, minha barriga não continuará pequena por muito tempo. Levo minhas mãos até ela, acaricio, ainda sem acreditar totalmente que há uma vida dentro de mim.

- Ninna, vai demorar muito?

Kennia está agoniada me esperando, essa é a quinta vez que vem me perguntar isso. Começo a rir.

- Estou saindo.

Levantei com cuidado, peguei a toalha. O quarto é maior que o do hotel que antes estava. Não tive vontade de comer nada, do que tinha aqui, não sinto fome, a ansiedade estar acabando comigo, não estou conseguindo sossegar.

- Você comeu tudo isso?

Entrei na cozinha, vendo várias embalagens de salgados em cima da mesa. Kennia me olhou, deu de ombros, fazendo uma expressão engraçada.

- Estou quase comendo minhas unhas.

- Está com medo de alguma coisa?

- Não, só estou.. não sei explicar, vou ser tia, e isso é maravilhoso. Mas e quando ele começar a crescer aí dentro?

Respirei fundo.
- A solução seria fugir para longe de toda essa família.

Kennia sentou pensativa.
- Como poderíamos fazer isso? Nossos passaportes estão com nossos pais, e Ian pode aparecer a qualquer momento, sabe como ele é.

Ela estava certa, era um plano impossível.

- Vamos pensar nisso com calma, minha barriga vai demorar a aparecer. Ian logo vai casar, e tem que dar atenção para sua noiva, ele não aparecerá tão cedo por aqui.

Kennia concordou, puxando de mansinho um salgado que ainda restava por ali.

- Quer? - ofereceu.

- Não, estou cheia.

- Só se for do vento, e do esperma do Ian.

Olhei desacreditada que ela havia falado aquilo.

- Que depravada!

- O quê? É verdade, só pode ser disso.

- Você não era assim.

- Nós não éramos assim, mudamos por situações que não planejamos.

Deu-se rumo a coisas desagradáveis. Kennia tinha seus olhos fixos no chão, ela com certeza estava a lembrar de alguma coisa.

- Estou com sono.

Bocejei.

- Deixa eu dormi com você?

Fez beicinho.

- Fico do lado direito.

- Tá, fico com o lado esquerdo.

Olhamos juntos para a porta, quando um barulho enche nossos ouvidos. Rápido Kennia se aproxima de mim, milhões de pensamentos vêm à mente.

- Vou ver quem é, ou o que é.

- Não, pode ser Álvaro...

Começava a ficar perturbada com esse pensamento.

- Ou é Sara.

- Porque seria ela?

- Ian a matou e ela pode ter vindo para se vingar de você.

Kennia fez uma expressão medonha, o pior era que falava sério.

- Ele não matou ela.

O barulho cessou, trazendo tranquilidade para mim. Mesmo assim, juntas nos aproximamos da porta, arregalei os olhos quando vi mexer nela, o que subitamente fez meu corpo paralisar. Kennia fez sinal para mim,que iria para trás dela, pegou um vaso grande que estava de enfeite ali. Não consegui concordar com nada, somente continuei ali parada, esperando o pior.

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