CAPÍTULO 48

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Ninna🌺Narrando

— Filhos, por favor! — Joana colocou-se à frente de Álvaro. — Ian, por favor, não! Converse comigo, lembre que não pode revidar ao seu pai.

Aquilo fora espantoso de ouvir, Joana definitivamente não estava em seu juízo perfeito, pelo menos não vivendo o momento presente e sim o passado. Ian paralisou completamente, abaixando sua arma que mirava em Álvaro. Joseph estava atrás de Ian, era o que parecia mais chocado e emocionado por ver a mãe.

— Prometi que os veria, amor! — Álvaro falou para ela beijando seu ombro. — Pode abraçá-los.

Meus olhos não acreditavam nisso, Joana era inteiramente submissa a Álvaro. Alegre ela andou até os filhos, se era possível sentir a emoção dela revendo-os. A distância era pouca, mas tudo parecia em câmera lenta, ela os abraçando, porém Ian não aproveitou o abraço da mãe, se desvencilhando dela, partiu para cima de Álvaro, golpeando-o no rosto, avançando para cima dele batendo. Álvaro não teve oportunidade de se defender, assim foi até cair no chão continuando a apanhar do seu primogênito.

As pessoas estavam abismadas com a cena, o chefe levando uma surra do filho, sendo esse um desrespeito e mau exemplo  para as famílias.

Joana desesperada tentou ir para perto dos dois para tirar Ian de cima de Álvaro, mas Joseph a impediu segurando-a.

— Ele irá castigá-los, não suporto isso, filho.
Ela gritou cheia de medo, não conseguia ver que os filhos estavam crescidos.
— Pare seu irmão, ele pode se machucar.

Não tinha o que fazer, Álvaro merecia a morte, Ian estava disposto a mandá-lo para o inferno. Infelizmente, para meu desespero Jensen aproximou-se de Ian e colocou a arma em sua nuca. Joseph se armou, mas não poderia fazer nada, estava em desvantagem.

— Se afaste dele sobrinho.
Falou Jensen, porém Ian continuou desfigurando a cara de Álvaro.

— Afaste-se, você, Jensen.
Joseph apontou a arma para ele.

— Se atirar em mim, Joseph, Ian também morrerá.

Retrucou Jensen com razão. Joseph suspirou alto, chamando Ian, mas ele não respondeu ao irmão. Joseph me olhou, entendendo o que pedia, me aproximei de Ian cautelosamente encarando Jensen com ódio.

— Ian.. — toquei seu ombro abaixando-me, tentando não olhar para Álvaro desacordado, quem sabe morto. — Amor, por favor, venha comigo..

Isso despertou ele, lançando seus olhos frios a mim que aos poucos iluminou-se. Com suas mãos ensanguentadas puxou meu rosto para perto, grudando nossos lábios, não me incomodei por ficar suja de sangue.

Devagar Ian se levantou levando-me consigo, ele parecia anestesiado, talvez o choque de rever a mãe. Jensen mirou-me, pediu a arma de Joseph que o entregou, e pegou também a arma de Ian que infelizmente não usou para acabar com a vida do pai.

— Preciso dele vivo..
Jensen falou, chamando os soldados para carregar o corpo de Álvaro. O levaram, torcia para que não sobrevivesse.

Na mansão especificamente no salão ouvia-se apenas o choro de Joana encolhida no chão, talvez vivenciando memórias horrendas dos meninos sendo castigados.

Joseph foi até a mãe sentando-se ao chão do seu lado abraçando-a.

— Ela precisa de você..
Sussurrei segurando seu rosto.

— Eu quase a matei, Ninna..
Murmurou angustiado.

— É um bom momento para pedir perdão, tanto ela como você  precisam um do outro.

| Minha Escolhida | [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora