CAPÍTULO 32

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Ian Andreotti • Narrando

É, eu pensei que ficaria um final de semana tranquilo sem problemas para resolver. Olha onde me encontro. Saindo da porra de um hospital, esmorecido com a conversa com a morena que estar bagunçando tudo,aquelas palavras não saem da minha cabeça.

" Apaixonada "

Não é só isso, fiquei estressado por não ouvi -la dizer o que queria.

" Sim, estou grávida "

Puta que pariu!

Passava-se das 23h00, demorei mais que o necessário no hospital, dando ordens para a escolta de Ninna e Kennia. Álvaro vai vim com tudo, não está mais tão confiante por minha escolha, por ter visto Matheu fuçando por aqui. Ele deve imaginar o que planejo.

Resolvo as coisas no hotel, onde Ninna ficará a partir de hoje, minha cabeça está fervendo, contenho a vontade que tenho de esquartejar Sara. Se a matar agora, os planos fracassaram, colando de vez Ninna na mira.

Sem contar que eu mesmo sou uma ameaça para ela, mas o que fazer se não quero ficar longe? Isso é um caralho escroto.

Quando estou saindo do hotel, encontro quem não esperava, não naquele momento. Seu semblante caído, somente seus olhos mostram o ódio que sente, ainda não superou.

- Guarda cosa mi ha portato il vento - o infeliz fala ao me ver, sua coragem me é admirada.
( Tradução: Olha o que o vento me trouxe)

- Cosa stai facendo qui? Pensavo che sarei stato ancora in luna di miele - digo inclemente, sem acarrear por sua perda.
( Tradução: O que faz por aqui? Pensei que ainda estava em lua de mel)

Ele me olha com escárnio, e se achega aonde estou, ficamos a alguns centímetros.

- Ricordi quel sorriso? è quello che ho dato quando l'ho uccisa, è il mio preferito.
(Tradução: Lembra desse sorriso? Foi esse que dei ao matá-la. É meu favorito)

Ainda consigo ouvir os gritos dela, sentir o sangue escorrendo indo ao chão, sujando o vestido branco.

- Filho da puta!! - urrou, vindo para socar meu rosto, apenas desviei.

- Você é fraco, Matheu!

- Você é um traidor!

- Sem tempo para seus dramas, Matheu.

Ajeito meu sinto, respiro o ar sereno, tendo inspiração sobre o que fazer com Sara. Sem ligar para o que Matheu fica falando, apontando o dedo. Passo por ele tranquilamente, ele não vai fazer nada, estar no meu território.

- Vai sentir a mesma dor que eu senti.

Parei de andar, virei para olhá-lo.

- Não sou como você, Matheu. Não me apego a nada.

Voltei a andar.

- Sara, esse é um nome bonito - ele grita.

Mostro um sorriso satisfeito por estar no alvo certo. O ignorando parecerá que estou com medo de entrar no assunto. Para ser mais "dramático" viro um pouco meu rosto, dou uma respirada sôfrega para finalizar a cena de hoje.

Algum tempo depois ..

Dirijo no automático, meus pensamentos buscam por Ninna fazendo-me arrepender de não ter esperado em frente ao hotel. Mas apareceu Matheu, então, fiz o certo.

Enquanto olho as ruas, falta muito para chegar onde quero. Recordo-me a um ano atrás, a mulher que recebeu seis facadas no peito, a cena se faz em meus olhos, a expressão de agonia de Ana padecendo na minha frente, fui o causador de sua agonia e morte.

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