CAPÍTULO 47

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Ian Andreotti • Narrando

Deixei Ninna após acalmá-la com nossa filha e Kennia esperando no carro. Hoje mesmo voltaria para Itália, não posso demorar mais aqui, sinto que Álvaro me aguarda com surpresas desagradáveis.

Ainda me recupero da dor sentida pela segunda vez em anos, medo de perder Ninna, a dor foi absolutamente igual à que senti quando Joana quase morreu. Não me agrado em recordar disso.

Entro no porão, tive que mentir para Ninna. Tenho que matar tanto Jonas como a mulher suja acorrentada, mesmo não sendo parte da história, terá que morrer, sempre dá a louca e querem se vingar. Pessoas que querem me matar é o que tem demais espalhadas no mundo, não preciso de dois aqui na Flórida.

— Por favor!..

A mulher chora vendo-me com um galão de gasolina despejando no local. Jonas já está morto, a infecção contribuiu para a morte lenta e dolorosa. Não gastarei saliva com qualquer discurso, quero acabar de vez com esse problema.

Minha cabeça fervilha com a revelação que fiz a Ninna, disse que a amo, e não sei direito se é isso que sinto. Mas, prefiro não mexer nisso, porque as circunstâncias dirão que sim, que a amo. Os pensamentos sessão quando o fogo começou a se espalhar. Sair do porão ouvindo gritos estridentes.

Alguns minutos depois…

Ao entrar no carro, Ninna me olhou, talvez esperando que dissesse o que fiz, ou exatamente se os deixei livre. Não mentirei para ela, e não me esforçarei para fazê-la compreender as porra dos motivos.

Ligo o carro rumo ao aeroporto. A observo pelo retrovisor central, amamentando Cloe, seus olhos ainda estão inchados. Repenso os planos, quando chegar na Itália terei que redobrar a segurança de Ninna, principalmente da nossa filha, Álvaro vai querer aprontar, pensar nisso a cabeça lateja. Suspiro exausto.

◇◇◇

Ninna🌺Narrando

Ian disse que me ama! Isso atormenta a mente, não sabendo discernir se foi sincero ou somente falou para me convencer a não tirar minha vida. A possibilidade de estar me enganando, me quebra antecipadamente.

Não tenho coragem de indagá-lo, mas, quando tiver oportunidade perguntarei se falou sério.

Ando em silêncio atrás de Ian seguindo para a área particular onde está o jatinho, Kennia está preocupada pensando em Jensen que em poucas horas poderá estar novamente nos braços dele, isso atormenta a mim também. Ela afirmou o atentado de Jonas contra minha filha, isso ainda me é absurdo. Olho para Cloe, nem consigo imaginar ela machucada, a dor já alastra meu coração. Alheia ao que acontecia ao meu redor, pouco vir que Ian havia parado de andar, resultando em um encontrão com seu corpo já virado para mim.

— Desculpa ..
Falo rapidamente, averiguando Cloe.

Ian por uns segundos esboça um sorriso, infelizmente um homem uniformizado atrapalha esse momento.

— Tudo pronto, senhor!

Ian acenou. O homem nos conduziu para dentro do jatinho que é obviamente luxuoso. Demorou um pouco para levantar voo, Ian passou uns minutos conversando com o piloto. Ele parecia tenso e cansado.

Kennia não demorou a dormir no assento confortável, ela ficou muito preocupada comigo e a minha loucura.

— Venha comigo!
Ian falou, Cloe havia dormido.

Conduziu-me para uma porta marrom, a entrada para um quarto consideravelmente grande.

— Acomode Cloe na cama para dormir melhor.

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