CAPÍTULO 34

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Álvaro Andriotti • Narrando

Olho através da parede de vidro, acendendo o charuto, reflexionando acerca dos planos do meu filho. Ele é semelhante a mim, rico em estratégias, estava funcionando, acreditei que sua escolha era firme, que não se envolveria mais com a querida Ninna. Vejo que estou sendo enganado, Matheu um ex soldado busca vingança, e pressuponho qual a intenção de Ian com Sara.

- Queria me ver?

- Sim, sente aqui do meu lado, Anne.

Sempre obediente, essa mulher não mudou nada. Sinto o bálsamo que exala dela, ao sentar ao meu lado.

- Achei sua filha.

- Não sabia que a procurava.

- Foi o destino, não me preocupava mas com ela.

Virei para apreciar o rosto de Anne, a melhor amante já dita para mim. Sua expressão mostra um pouco sinuosa.

- Voltou a se preocupar? Porque?

- Ian ainda quer ela.

Disse. Anne ficou quieta, e não enunciou palavra alguma.

- A vir por a caso no hotel em Roma.

- Roma? Estava com Ian?

- Não, com Kennia.

- Não sabia disso.

- Ninguém deveria saber.

Levantei, indo até a porta, trancando-a.

- Qual o problema em Ian ainda querer minha filha?

Anne se pôs de pé, deixando-me apreciar seu corpo dentro daquele vestido colado, seus seios faltam saltar para fora, nada vulgar, mas sim sexy.

- Ian gosta dela.

- Mas não a escolheu.

- Anne, não finja que não sabe das coisas.

- Ramon me contou, sobre o Matheu Laris.

Confessou, suspeitava que tudo que conversava com Ramon, ele passava para ela. Não me surpreendo, eu quem deu Anne para ele, se não fosse por mim, ele nunca teria conseguido uma mulher feito essa.

Anne costumava ser meu brinquedo, a minha favorita. Mesmo casado com Joana, tinha ela como segunda opção, se ela não tivesse casado com Ramon, Ninna seria irmã de Ian.

- Sinto-me aliviada.

Não quis dizer nada no momento, para não alterá-la. Um casamento em poucas horas aconteceria, e precisa fazer meu papel de bom sogro para não levantar suspeita sobre o que vai acontecer.

- Tire sua roupa, quero me aliviar em você.

Tinha saudades do corpo dessa mulher, ela ficou parada, talvez não esperasse essa atitude. Havia cortado os laços com ela, quando a deixei nas mãos de Ramon, lembro do desespero dela, ao ir para o salão sendo uma para ser escolhida.

- Vou fuder você, sinto sua falta.

Fui mais claro em minhas palavras.

- Tire você mesmo.

Aquele seu atrevimento, só apimentou mais meu tesão por ela. Ela se virou ficando de costas, colocou o cabelo para o lado.

- Sou toda sua- sussurrou sedutora.

Algum tempo depois...

O tapete vermelho no gramado da propriedade, fizeram-me recordar de Joana, o dia do nosso casamento, ela levou uma surra antes de vim até mim. Sua barriga estava um pouco saliente, semelhante a de Ninna, por esse fato sei que ela espera um filho. O semblante da mulher muda, tudo muda.

- Está muito elegante, filho.

Elogiei Ian, que só me olhou e não disse nada.

- Será que Ninna vem?

Disse para irritá-lo. Sua expressão mostrava mais que o necessário, desagrado nesse casamento. Mas, também tinha um pingo de tranquilidade em seus olhos.

Os arranjos do local foram todos escolhidos pela mãe de Sara, nem isso a coitada sabe escolher. Confesso ter ficado surpreso ao ver Sara com os cabelos cortados, esse tipo de castigo é uma vergonha, a morte seria melhor que isso. Os que fazem parte da nossa família, sabem o que isso significa.

As pessoas começavam a chegar, sorte ter Anne para me distrair. Alguns olham de esguelha para nós dois, tenho minha mão repousada nas suas coxas. Não me incomodo, assim como Anne que agi tranquilamente. Ramon está preso no quarto do Hotel, Ian vai matá-lo no momento certo.

- Ian está impecável, faltava somente um sorriso nos lábios dele.

Anne comentou, Ian se pôs no lugar no aguardo de sua noiva. Perdi as palavras quando vi Matheu sentar na primeira fileira das cadeiras próximo ao altar feito.

Mandei redobrar a segurança para evitar um ataque surpresa dele. Ele e Ian se encaravam.

Tirei minha atenção deles quando ouvi a música clássica avisando a chegada da noiva. Todos se puseram de pé, não tive curiosidade em ver como Sara estava, sem aquele cabelo dela, não sobrava nada interessante. Ouvi o choro da mãe dela, aquilo me enjoou, olhei para Sara e vi que as lágrimas desciam. Quanta tolice.

Ao ser entregue por seu pai burro, todos sentaram. Jensen começou a cerimônia, ainda não o avisei sobre sua Keninna, estou ansioso para fazer, caso não aconteça o que prevejo.

Algumas palavras foram ditas. Perdir-me pensando nos meus planos, quero eliminar toda velha geração, todos meus irmãos, até mesmo Jensen. Quero uma nova geração, essa que Ian e Joseph me darão, eu os treinarei, renascendo novamente. Tendo só eu como patriarca antigo.

Minha pele arde, olho para meu braço onde tem as unhas de Anne cravadas na minha pele, seus olhos estão arregalados. Olho para frente, vejo Matheu de pé apontando a arma para Sara, e sem tosquenejar disparou o tiro, acertando o peito de Sara.

- Desgraçado!!

- Aaaaaa minha filha !!!

Gritos e mais gritos. Ian não moveu um músculos, somente encarou Sara agonizando no chão, sujando vestido que escolheu com tanto carinho. Tive vontade de rir se não estivesse sentindo raiva.

Os soldados se aproximaram do lugar, mas não dei ordem para atirarem.

- Olho por olho, senhor!

Disse Matheu passando por mim, andando tranquilamente. Balancei a cabeça, olho por olho, pena ele ter matado a mulher errada.

Saiu do meio das pessoas que estão desesperadas ligando para ambulâncias, em choque.

- Para onde vai, Álvaro?

Ouvir Anne atrás de mim.

- Pegar sua filha. A querida Ninna.

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