CAPÍTULO 17

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Ninna🌺 Narrando

Desembrulho-me quando ouço a porta do quarto ser aberta. Me enrolei toda no cobertor, com medo de Ian tentar qualquer coisa enquanto dormia.

— Filha — era Ramon. Sua voz mansa deixou-me em alerta.

Sentei rápido na cama, o que provocou dor em todo corpo, pelo movimento não calculado.

— O que você quer? — perguntei.

Esperei ver Ian atrás dele, mas ele não estava. Ramon não tinha uma expressão agradável, seu olhar era matador.

— Hora o que quero? Vim ver como minha filha está — disse.

— Estou bem, pai — engoli em seco.

Ramon olhou para trás, voltou até a porta, olhou de um lado para o outro depois fechou a porta. A batida fez meu corpo pular.

O medo que sentia por Ramon, não tinha comparação com o que sentia pelo Ian. Seus passos lentos, dizia tudo, receberia milhões de ameaças.

— O que andou falando, Ninna? — ele perguntou, sentou na cama.

— Nada, não disse nada — respondi rápido.

— Ian disse que andou falando umas coisas a meu respeito.

Sorte minha não ter confiado nele, para contar quem afligia meu corpo e alma.

— Se tivesse dito, Ian teria feito alguma coisa com o senhor.

— Acha que teria? Que ele já se importa?

— Não, não acho que ele se importe. Mas, pelo jeito que ficou, pela mentira que inventou a respeito de Jonas. Ele quer matar ele, então é alguma coisa.

Ramon riu, divertindo-se pela situação que inventou.

— Apenas quis acelerar o processo — deu de ombros.

— Da minha morte?

— Não quero você morta, você não seria útil num caixão. Ou seria?

Aproximou seu rosto do meu.
— Se abrir essa boca Ninna, cortarei você em pedaços, ou deixarei que o Andriotti faça isso. O que você prefere?

A raiva tomou conta de mim. Com esforço levantei da cama, Ramon fez o mesmo.

— Estou farta de ser ameaçada de um lado e de outro é só isso que ouço. Que você é todo seu plano se foda Ramon, não ligo para minha vida, não ligo para o que mais irá inventar para Ian... Não ligo.

— Não liga? — disse ameaçador, aproximando-se demais seu corpo do meu. Fui me encostando na parede, como se a qualquer momento ela me sugasse. Pela segunda vez tive essa ilusão. — Tem certeza?

Colocou suas mãos em volta do meu pescoço.

— Tenho — disse tremendo.

O ar faltou quando seu joelho acertou minha barriga. Agachei perturbada com a dor que se formava. Ele se afastou, olhou para trás.

— Se levante. Ian pode estar vindo.

— Vá se foder — sussurrei. — Melhor que ele veja o que você faz com sua filha ..

Ele se abaixou, me encolhi. Quando estava prestes a dar seu próximo golpe, fechei meus olhos. Sentir o vento da sua mão no meu cabelo, mas, a dor não veio. Abrir meus olhos, que se arregalaram quando vi Ramon em completa agonia, forcei minhas pernas a se firmarem, fiquei de pé e consegui ver Ian por trás dele segurando o que parecia um gancho em volta do pescoço dele.

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