CAPÍTULO 5

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Ninna Miles 🌺

Meu coração acelerava a cada passo que dava, ao lado do estranho que havia trocado algumas palavras. Não sei se sentia alívio ou pânico por ele estar indo em direção ao salão, para onde meu pai esperava. Preferia então que fosse para longe daqui? Minha mente indagou-me.

Talvez fosse melhor.

— Srta Miles!! — uma mulher de pele muito branca diz assustada e aparentemente surpresa, não por me ver e sim com quem estava junto a mim.

A atenção das pessoas que ocupavam seus lugares na grande mesa, direcionou-se para nós dois, assim que a mulher falou meu sobrenome. Olhares tortos, confusos e raivosos foram lançados.

— Finalmente — levantou o chefe por sobrenome Andriotti. Que lançou seu olhar para meu rosto. — Querida você está bem, porque as lágrimas sujam seu belo rosto? — perguntou, e considerou enxuga-lo.

— Ela está bem, Álvaro — a voz de Ian saiu alta, ergueu a mão impedindo que a sua tocasse meu rosto.

Gesto esse que não passara despercebido.

— É claro filho — Álvaro não queixonou, muito menos se sentiu constrangido. Pelo contrário, em seus lábios finos se formou um sorriso macabro.

Os residentes fizeram questão de focar em seus pratos, fingindo ou claramente acostumados com situações como aquela.

— Ele é seu pai? — perguntei para Ian.

Não obtive resposta da parte dele, apenas seu olhar azul como o céu mirou-me.

— Filha, fiquei preocupado com você, porque não ficou junto das outras damas? — Ramon se aproximou perguntando.

Dei um pequeno passo para trás diante dele, força do hábito. Ian olhou-me de canto sem demonstrar nada, se direcionando para Ramon.

— Não me sentir bem, papai! — fui obrigada a responder, e manter o teatro. — Precisava de ar — sorri minimamente.

Ramon esboçou um falso sorriso aliviado.

— Sr. Ian Andriotti, é sempre um grande prazer contemplar sua presença — Ramon com toda certeza pegou toda sua gentileza e falsidade para falar dessa forma tão adorável. Deixando-me de lado.

Parecia que ele estava diante de um rei, a feição de Ian era como se um inseto estivesse na frente dele.

— Ramon — quase não abrira a boca para pronunciar o nome dele.

Meu braço ainda estava enrolado ao dele, sentia minha pele queimar pelo contato. Anne se aproximou e a olhei suplicante, não aguentaria.

— Fico feliz que tenha conhecido minha adorável filha — diz Ramon, quando percebeu que Ian nada mais falaria. — Ela é linda, não acha senhor?

Aquilo sem dúvida foi horrendo para mim, a forma tão chula que Ramon falou. Pais com certeza elogiam seus filhos perante os outros, mas é algo com amor, no caso de Ramon é com interesse de ter lucro.

— Ela é uma linda mulher, Ramon — prendi minha respiração diante do seu elogio, e olhar intenso. — Tenho algumas coisas para fazer, logo voltarei!

— Claro senhor — respondeu Ramon.

— Não falava com você — Ian replicou, mas continuou olhando para mim. — Não toque nela, é uma ordem!

Impediu Ramon de me puxar para perto dele. Tive vontade de rir pela expressão do meu querido pai, que agiu submisso.

Diante daquele momento estranho, não conseguir falar nada, apenas sentir alívio, por alguém ter impedido Ramon de me tocar, odiava aquilo.

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