CAPÍTULO 29

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Ninna🌺Narrando

Abro vagarosamente meus olhos, pisco acostumando-me com a claridade da luz. Ouço um zumbido no meu ouvido, imagens veem em minha cabeça, fazendo-me despertar completamente.

— Finalmente acordou!

Uma voz feminina atrai minha atenção, para saber onde estou, esforcei-me para levantar do que deduzir está numa cama.

— Não, precisa ficar deitada.

Vi a mulher segurar meu braço com delicadeza impedindo-me de prosseguir. Ela veste uma roupa branca, seu rosto tem umas rugas espalhadas, é uma senhora.

— Onde estou?

— No hospital Pronto Socorro, código branco.

Recordo ter visto uma luz no meu rosto antes de perder os sentidos.

— Fui atropelada?

— Não exatamente, teve sorte.

— Quem me trouxe?

— Um taxista, ele ainda está à sua espera. Lembra dele?

Balanço a cabeça afirmando, sossego ficando em silêncio, organizando minha cabeça, buscando entender as coisas, sobre como aconteceram.

— Você sabe porque se desequilibrou e acabou saindo da faixa de pedestre?

A senhora pergunta, ela olha na prancheta em suas mãos.

— Não sei — disse. Olhei para ela.

— Você está grávida! — disse exultante.

Mesmo desconfianda disso, não deixei de ficar espantada, abalada por ter a certeza.

— Grávida.. — suspirei.

— Sim, por pouco você não o perdeu.

A senhora branca sorriu, depois disse mais outras coisas pelas quais não ouvir, pois me ocupei ouvindo somente minha mente gritar em desespero.

Avidei do gramento quando a porta foi fechada, vendo então estar sozinha no quarto simples. Olhei em volta, sentindo os olhos encherem de lágrimas, preocupada sobre o que fazer, pensando também no porquê de Sara ter me empurrado, sem ter um motivo, um sério motivo para tentar contra minha vida.

Limpo as lágrimas do meu rosto, quando ouço alguém bater na porta.

— Pode entrar — me ajeitei na cama.

— A senhora já está bem?

O taxista tirou a boina da cabeça, seus olhos simpáticos me encararam com ternura.

— Estou, você ainda está aqui — sorri.

— Não podia deixá-la — disse.

— Muito obrigado por me socorrer, não me sentir bem.

Cuidadoso se aproximou da cama.
— Uma mulher empurrou a senhora — seu tom foi baixo, como se contasse um segredo.

Engolir o nó em minha garganta.
— Lembro disso. Quem você viu?

— Seu cabelo estava numa trança, não saberia ajudar com os detalhes do rosto, não prestei atenção, a vir correndo depois que a empurrou.

Maldita quenga, será que ela desconfia que estou grávida? Ou Ian pediu para que fizesse isso? Não, ele não faria.

— A senhora a conhece?

— Sim, conheço.

— Porque ela tentaria matá-la?

— É louca. Me conta como foi.

— Quando a senhora estava a cair, deu tempo do motorista frear a tempo, somente bateu um pouco na senhora, graças a Deus não estava em alta velocidade. O bom rapaz trouxe você para cá, se não fosse por ele, não conseguiria que você fosse logo atendida.

Me atenho a suas palavras contando detalhe de quando estava apagada.

— Vim com a senhora, para não ficar sozinha.

— Muito obrigado, você salvou minha vida, e do meu bebê.

Toquei na minha barriga que ao menos parecia ter um serzinho ali, surpresa pela emoção que sentia. Não estava em meus planos uma gravidez, é assustador descobrir que estou esperando um bebê, e principalmente que esse filho é de Ian. Mas o que posso fazer? O que devo?

— Desconfiei disso, quando a vi vomitar.

— Você sumiu — reclamei.

— Fui ver se encontrava água para lhe dar.

— Fiquei assustada. Pensei que tinha me deixado.

Distrai-me na conversa com o homem por nome Acis de quarenta anos. Ele fez-me esquecer por um momento dos problemas que tinha, eles só aumentam. Tenho Sara para me preocupar, e o estranho Matheu que pareceu gentil a princípio. Acis queria chamar a polícia, mas o impedir, não poderia fazer isso sem nenhuma prova, e para meu alívio ninguém sabe onde estou ou sobre o que aconteceu, graças a Deus não foi grave, dessa vez. Mas devo tomar providências sobre Sara, não sei o que farei, preciso pensar com calma.

— Sim, quero fazer uma ligação.

A enfermeira voltou para o quarto, e queria saber mais sobre mim.

— Você só poderá sair se tiver alguém aqui que seja da sua parentela, ou seu esposo.

Penso para quem ligar, ficando em dúvida entre Kennia e Candice, que é descartada ao lembrar de quem é esposa.

Peguei o celular, a primeira palavra que saiu da minha boca foi para que ela viesse ao meu encontro no hospital. Kennia quase conseguiu me deixar surda, relevei somente por saber que estava preocupada.

Fiquei à espera dela. Queria logo me levantar, mas a senhora que estava acompanhando meu quadro, era rígida quanto a isso, ainda retruquei por não sentir nada no meu corpo, porque não foi grave, e ela brigou comigo. Por estar gestante todo cuidado era pouco, o que achei exagerado.

A noite chegou e nem um sinal de Kennia, começava a pensar que Jensen havia a pegado novamente. Respirei fundo, deixei que meus olhos se fechassem por um momento, ouvir a porta ser aberta, sorrir por pensar ser Kennia, era para ser ela. Perturbada fiquei por ver Ian acompanhado da senhora trocando algumas palavras, Depois saiu.

Ian veio se aproximando, fazendo-me pensar o pior.

— Que porra aconteceu com você? — seu tom saiu baixo, segurou minha mão abraçando-me. — Qual surpresa tem para me contar?

Minha mente se agitou, com sua pergunta. Desalenta fiquei pensando sobre o que contar para ele.

 Desalenta fiquei pensando sobre o que contar para ele

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