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Sônia terminou de fazer o almoço cedo, os pais de Normani iriam na cidade vizinha fazer as compras no Atacadão e ela queria aproveitar a viagem, um mês sim e outro não os dois casais iam fazer as compras juntos, compravam o grosseiro como gostavam de chamar e alguma mistura, quando faltava a mistura eles compravam em Taquirim mesmo, tinha dois mercadinhos onde gostavam de comprar.

— Camila - Sônia gritou da cozinha, ela estava tapando as panelas e em seguida colocou um pano de prato por cima, Camila entrou na cozinha - o almoço já tá pronto, já já Normani chega - falava enquanto passava um pedaço de pano úmido em cima da mesa pra limpar - você vai querer alguma coisa? Sofia vai com a gente.

— Nada em especial - deu de ombros e foi em direção a geladeira - só o mesmo de sempre que a senhora trás...

Ela se inclinou com a porta da geladeira aberta e ficou olhando o que tinha ali dentro.

— Fecha essa geladeira Camila - Sônia bateu na bunda da filha - mania feia de abrir a geladeira e ficar olhando, tá achando que é paisagem? - Camila fechou a geladeira assim que pegou uma garrafa com água - quando o papel de luz chegar eu vou botar tu pra pagar.

— Como vocês vão demorar - ela colocava água em um copo - depois do almoço, lá pras duas horas eu vou com Mani na lojinha comprar um esmalte - bebeu a água e deixou o copo na pia - eu pensei que ainda tinha esmalte preto, mas o meu acabou...

— Só feche bem a porta quando for e veja se os cachorros estão bem presos - ela disse e saiu da cozinha gritando por Sofia que estava dentro do banheiro gastando água - Sofia para de gastar água, tá achando que sou dona de represa?

Não demorou muito para que os pais de Normani chegassem com uma 4x4 antiga na cor azul com uma listra grossa e branca nas laterais, só assim para caber as compras das duas famílias. Sônia e Alexandre recomendou muito Camila antes de sair, como sempre, Andréia ia dirigindo ao lado de Sônia e Sofia, enquanto Alexandre e Damião iam na parte de trás.

Normani e Camila almoçaram e deitaram uns minutos no chão frio da sala para descansar do almoço, ambas estavam sonolentas por conta do vento que entrava forte pela porta que estava aberta na parte de cima. Perto das duas e meia elas foram na bodeguinha mais próxima atrás de esmalte, quase não achavam a cor que Camila queria.

— Mermã - Camila reclamou quando Normani passou em mais um buraco na volta pra casa - tu parece que passa de propósito carai - bateu na lateral da bunda da amiga - vai devagar troço.

— Eu tô tentando - Normani disse atenta a estrada - a bicicleta tá sem freio e não consigo desviar a tempo - ela reclamou e sentiu Camila apertar sua cintura - esse prefeito chibata nem pra ajeitar as ruas, tomara que leve chifre.

Camila começou a rir alto e Normani a acompanhou, chegaram em casa depois de muita reclamação de Camila dizendo que não tava sentindo a bunda dela e que a amiga deveria estofar a garupa de sua bicicleta e colocar freios novos.

— Não tô achando a acetona - Camila gritou do quarto já se estressando - eu tinha deixado essa merda aqui...

— Não vai me dizer que não tem - Mani gritou da sala enquanto passava um pouco do esmalte na unha do dedo mindinho pra ver se a cor era bonita mesmo.

— Achei! - gritou e caminhou em direção a sala encontrando Normani sentada no chão escorada no sofá - você trouxe algodão né?

— Trouxe - mostrou o saquinho branco em sua mão - cuide logo que ainda quero modelar meus cachos - Camila sentou de frente pra amiga - tu já comprou roupa pra ir os três dias né?

— Comprei sim - Camila deixou a mão direita na coxa da amiga enquanto a mesma passava cuidadosamente o esmalte de cor preta em suas unhas - eu fui ontem com mainha, ela me deu uma roupa e as outras duas eu comprei.

— Hum - Normani estava concentrada em não borrar as unhas da amiga - e calçado, tu comprou algum ou vai com os que já tem mesmo?

— Eu vou com o que já tenho - negou com a cabeça - vou lá gastar com calçado sendo que eu tenho aqui, pra mim o que importa é a roupa.

— Para de se mexer nojenta - Mani bateu na testa de Camila - fez eu borrar aqui, vai ficar com a mão toda cagada de preto.

— Acetona pra quê né? - Camila debochou e recebeu um olhar severo de Normani e ela começou a rir - tu vai querer pintar também?

— Vou sim oxe - fez um barulho com a boca e tirou a mão direita de Camila de sua coxa e colocou a esquerda - só que eu quero outra cor, acho que vermelho ou esse nude ali - apontou o esmalte.

— Vai ficar bonito qualquer um - Camila se ajeitou, já estava sentindo as costas doerem por conta da posição que estava.

Os minutos foram se passando e Normani terminou de pintar as unhas de Camila, depois ela teve suas unhas pintadas por sua amiga e esperaram por um tempo para que ambos os esmaltes secassem bem para não correr risco de marcar com nada. Normani lavou os cabelos e foi modelar seus cachos enquanto Camila retirava alguns pelinhos que estavam nascendo na sua sobrancelha.

— Camila - ouviu sua mãe gritar, já eram quase cinco e meia - vem ajudar aqui a levar as sacolas pra dentro.

— Já vou - se levantou do sofá e Normani também.

Ajudou a mãe e o pai a carregarem as comprar pra dentro de casa e se despediu de Normani, Damião avisou que passava as nove pra pegar ela e levar junto com sua filha, Normani subiu no carro e se despediu de Camila.

— Trouxe o que pra mim? - Camila olhava os sacos no chão da sala.

— O mesmo de sempre - Sônia passou levando alguns sacos pra cozinha - foi o que você pediu, num foi não?

— Foi - ajudou a mãe a levar as sacolas pra cozinha enquanto Alexandre colocava Sofia no quarto, a mesma estava dormindo.

— E pra que pergunta? - Sônia falou com as mãos na cintura - onde já se viu, tá querendo tirar sarro da minha cara?

— É só costume de perguntar mulher - ela respondeu retirando as coisas da sacola e entregando a mãe para que pudesse guardar no armário e na geladeira.

— Já comeu alguma coisa? - perguntou pra filha enquanto guardava as verduras na geladeira.

— Comi bolacha com café - deu de ombros e achou as baganas que tanto procurava.

— Vê ai se eu trouxe o sabor certo da bolacha recheada que tu gosta - Sônia apontou na direção da sacola. ( se você chama de biscoito, ótimo, eu chamo de bolacha então me deixe)

— Floresta negra - Camila leu - é esse mesmo mainha - falou sorrindo - eu vou cochilar um pouco até a hora do jantar - pegou uma bolacha - se não quando for mais tarde na festa eu vou tá dormindo escorada nos muros...

— Falar em festa - Sônia se encostou na mesa - eu vou deixar a porta da cozinha escorada com a cadeira, a hora que você chegar é só empurrar - Camila concordou com a cabeça - e por favor, não invente de exagerar na bebida não, caso contrário será a última vez que te dou confiança.

— Pode deixar mainha - se aproximou da mãe e deixou um beijo em sua bochecha e sorriu - vou beber moderadamente, e na volta vai vir todo mundo a pé, as meninas lá de baixo também.

— Tá bom - bateu no ombro da filha como se mandasse ela ir cuidar - agora vai que eu preciso terminar de arrumar isso daqui e preparar a janta.

Camila foi pro quarto e se jogou na cama, abriu o pacote de bolacha e passou a comer, o quarto só não estava totalmente escuro pois entrava um pouco de luz de fora pela fresta da janela, ela nem terminou de comer, pegou no sono, era a intenção, já que pretendia passar a noite acordada dançando e curtindo a festa, só iria querer vir embora quando não tivesse mais ninguém em cima do palco.


Morena TropicanaOnde histórias criam vida. Descubra agora