Antes de descobrir a magia, o mundo oculto e real que existia debaixo dos olhos de cada habitante de Três Luas, tudo era normal. A vida de Mariana era bastante comum na cidade localizada no interior do Rio de Janeiro, mas tudo vira de cabeça para ba...
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Denis e eu corremos contra o tempo. Vi que eram cinco e doze da tarde, pouco depois do que eu havia marcado com Eduarda, mas o tempo passou tão rápido que eu não vi.
Eu sabia que a sensação que estava tendo era sobre ela, e sabia também que aconteceria na floresta, só não sabia em que lugar exato.
— Denis, liga para a Vitória. Avisa sobre o que está acontecendo e fique aqui caso precise chamar a polícia. — Digo antes de entrar no meio da mata e correr contra o tempo, procurando onde Eduarda estava.
Por mais que eu a detestasse no momento, não queria que nada de ruim acontecesse a ela. Nem com ela e nem com nenhuma outra bruxa de Três Luas. Se eu era realmente uma bruxa, uma bruxa escolhida a dedo por uma deusa, eu precisava cumprir meu propósito. Precisava proteger essa cidade, nem que isso custasse a minha vida.
Pensei em gritar por Eduarda, mas lembrei que seria uma péssima opção. Se houvesse alguém com ela, essa pessoa a mataria antes de eu chegar. Paro de correr e tento me concentrar ao redor. Eu sentia a energia de todo esse lugar, essa não era uma floresta comum. Os sinais que a terra me dava indicavam um pequeno caminho entre as enormes árvores que me cercavam, era como se aquele elemento estivesse conectado comigo. Os elementos, as pedras, a lua que surgia aos poucos no céu, absolutamente tudo.
Se existia algum ser mágico que controlava esses elementos, principalmente a terra, que era meu favorito, eu quero conhecê-lo imediatamente.
Era agora ou nunca.
O que eu faria quando chegasse lá? Não tenho a menor ideia. Esperava que Eduarda estivesse bem o suficiente para dizer o que fazer, pois eu não daria conta sozinha.
Quando cheguei a um ponto específico da floresta, eu a vi.
Eduarda estava amarrada em um tronco, e havia alguém com ela. Aquela parte da floresta não tinha árvores, era apenas um enorme vazio rodeado de pedras e galhos soltos. Me aproximei aos poucos e tentei olhar melhor o que estava acontecendo, então vi que a pessoa que estava com Eduarda era uma mulher com o rosto coberto de cicatrizes de queimadura, sem ao menos ter uma descrição exata para ela. Ela vestia um capuz vermelho e segurava uma espécie de adaga na mão e uma vasilha de barro na outra. A vasilha estava cheia de sangue e outros elementos, e a mulher encapuzada estava prestes a apunhalar Eduarda.
— PARE! — Digo saindo do meio das árvores e me aproximando aos poucos, fazendo aquela infeliz mulher me olhar curiosa. — Deixe-a ir e me leve no lugar!
— Você... a guardiã da magia de Três Luas. Filha de Hécate. Achei que fosse apenas uma lenda de séculos... mas finalmente nos encontramos. — Diz com um olhar como quisesse me devorar viva, o que fez com que eu recuasse.
Eu estava morrendo de medo, mas a adrenalina no meu corpo fazia com que eu não tivesse uma crise ali mesmo. Precisava ser forte, não só por mim, mas também por Eduarda.