Antes de descobrir a magia, o mundo oculto e real que existia debaixo dos olhos de cada habitante de Três Luas, tudo era normal. A vida de Mariana era bastante comum na cidade localizada no interior do Rio de Janeiro, mas tudo vira de cabeça para ba...
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A velocidade da sua bicicleta não permitia que eu o seguisse discretamente. Eu não queria parecer uma louca correndo atrás dele no meio da rua à noite, então, minha única opção foi através do teletransporte.
Era um gasto de energia necessário, pois eu precisava ver com meus olhos e provar a mim mesma que Pedro não era o assaltante de Três Luas. Eu me recusava a acreditar nisso e esperava que Pedro tivesse uma ótima justificativa.
A cada esquina eu me teletransportava para onde ele passou. Isso gastava minha energia em um nível alto, mas como estava a noite, a lua me energizava o suficiente para me manter de pé.
Pedro finalmente para a bicicleta na frente de um cara. Meu Deus, será que agora ele vai fazer o assalto!
— Pedro! Não faz isso, você tem opções melhores do que essa vida! — Digo seguindo na sua direção, vendo ele me olhar confuso.
— Mari? O que você está fazendo aqui? — Ele pergunta confuso e eu paro na frente dele.
— Eu sei de tudo, okay? Eu sei que sua vida não é fácil e sei que você tem saído escondido à noite, mas assaltar não é o caminho para resolver os seus problemas. — Falo tentando impedir o assalto, mas Pedro me olha ainda mais confuso.
— Barbosa, vou te esperar lá de dentro. Vê se não demora, senão vamos atrasar. — O homem diz e sai andando, então percebo que a rua estava cheia de carros estacionados.
— Assalto? Você acha que eu estou assaltando? — Pedro pergunta perplexo e ri, como se eu tivesse contando uma piada. — Da onde você tirou isso?
— Eu vi as reportagens de que tinha um rapaz assaltando as pessoas em Três Luas, usando um capuz e uma bicicleta e olha só para você! — Digo apontando para ele, que usava um casaco com capuz e estava ao lado de uma bicicleta.
— Bom... ahn... eu sempre estou de casaco e minha bicicleta... bem... ué, agora todo mundo que anda de casaco com capuz e bicicleta é assaltante? — Pergunta confuso e enrolado consigo mesmo.
— Gaguejou perdeu o argumento! — Afirmo apontado para ele. — Se você estava precisando de ajuda era só falar com meus pais que eles...
— Mari, eu passei na prova. — Ele diz me interrompendo, então o olho confusa. — Lembra que te pedi ajuda em inglês para uma bolsa de estudos de natação em San Francisco? Então, eu passei. Agora preciso de dinheiro para pelo menos chegar até lá.
— ERA SÓ TER PEDI... — Começo a surtar no meio da rua e ele ri mais ainda.
— EU NÃO ESTOU ASSALTANDO! — Ele finalmente afirma, mas eu nego com a cabeça.
— Então me conta o seu grande segredo! Se não é você, me diz porque todas as provas levam até você! — Cruzo os braços nervosa com aquilo, mas Pedro nega com a cabeça ainda sorrindo.