— Falamos da cidade de Três Luas, Rio de Janeiro. — A repórter se apresenta, com a câmera bem na frente da Avenida onde tudo aconteceu. — Na tarde do dia vinte e oito de outubro foram registradas mais de trezentas mortes em massa. O motivo ainda não é certo, mas pesquisadores afirmam que pode ter ocorrido um surto de raiva após a onda da doença da peste que esteve presentes durante a semana anterior. Os corpos empilhados pela cidade estão sendo retirados e levados para o IML, esperando que parentes possam identificá-los para serem liberados para o enterro. No momento, a ordem é que todos vão ao posto de saúde mais próximo, onde vacinas contra a raiva estão sendo aplicadas para pessoas entre cinco e sessenta anos de idade. Fico por aqui.
— Ainda bem que você e o Samuel ficaram bem. Eu liguei tantas vezes, eu tava sentindo um aperto no peito desde manhã. — Minha mãe diz ao meu lado e eu concordo com a cabeça.
Hoje é o grande dia.
Eu realmente não sabia o que esperar de Cassandra, mas hoje era o tudo ou nada. Lembranças da avenida me invadia constantemente, relembrando todo o pesadelo que vivi.
Graças a onda de energia vital que saiu de dentro de mim, Vitória e Pedro ficaram vivos.
A ambulância não demorou muito para chegar e levar as pessoas que tinham sobrevivido, inclusive a mulher que me pediu ajuda com o filho. Eles não chegaram a morrer, mas precisaram ficar em observação no hospital por vinte e quatro horas para serem avaliados. Os médicos disseram que poderia ter sido um vírus que atacava diretamente à imunidade, fazendo com que a pessoa entrasse em estado de morte instantaneamente.
Estava prestes a anoitecer. O ritual da Lua Sagrada aconteceria quando a lua estivesse no topo do céu. Eu já conhecia o lugar em que Cassandra costumava praticar seus rituais, e seria lá mesmo que eu a deteria.
Desde a nossa primeira luta, eu sentia que havia evoluído. Eu estava mais forte, com cada treinamento, cada combate que enfrentei. Eu estava mais que preparada para deter Cassandra de uma vez por toda, e cumprir o destino que foi dado de Amália para mim.
Ouço a campainha tocar e me levanto para atender. Vejo Pedro parado na porta e o abraço por um bom tempo, como se nunca mais fosse soltá-lo.
— Como você está? — Ele me olha preocupado e entra, fechando a porta atrás de si.
— Bem. Confiante. — Seguro sua mão e o guio até meu quarto, tentando passar silenciosamente enquanto minha mãe estava distraída.
— Oi, Pedro. — Ela diz sem nem olhar para trás, e ele paralisa.
— Oi, tia. — Ele responde envergonhado, e eu mais ainda.
Entro no quarto e fecho a porta assim que ele entra também. Pego o grimório e o coloco fechado em cima da mesinha, caminhando até a minha cama e me sentando lá.
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O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]
FantasyAntes de descobrir a magia, o mundo oculto e real que existia debaixo dos olhos de cada habitante de Três Luas, tudo era normal. A vida de Mariana era bastante comum na cidade localizada no interior do Rio de Janeiro, mas tudo vira de cabeça para ba...