— O que você faz aqui? — Luísa pergunta confusa, entrando e vendo Eduarda e eu olhando em choque. — O que a Eduarda faz aqui, Mariana?
— Eu posso explicar. — Digo sendo pega no flagra, sabendo que Luísa não gostava de Eduarda. — Elas estão... me ajudando.
— Você é a garota do festival. — Vitória diz fechando a porta atrás dela, ainda olhando fixamente para Luísa.
— Sinto o cheiro de couro de longe. — Eduarda sussurra para mim, parecendo estar se divertindo com aquela situação.
— É... eu não sabia que você morava em Três Luas, nem que conhecia a Mari. — Luísa explica, parecendo estar desconfortável, então olha para mim. — Vai me explicar ou não o que tá rolando?
— Trabalho da escola. — Tento mentir, mas lembrei que Luísa era a da mesma turma que eu.
— Mariana é uma bruxa, tem poderes mágicos e tem uma doida usando mulheres como sacrifício para rituais. — Eduarda diz resumidamente, dando de ombros. — O que? É melhor falar agora do que manter isso em segredo até ela mesma descobrir.
— Obrigada, Eduarda. — Luísa parecia tentar processar a situação, e eu sabia que não seria tão difícil ela acreditar. — Isso é tão confuso... — Luísa olha novamente para Vitória. — Te procurei por semanas. E você estava bem aqui.
— Eu também te procurei por semanas. Em todo lugar. — A expressão de Vitória era repleta de confusão, emoção, dúvida. — Deusa do céu!
— Vocês podem conversar sobre o romance de verão de vocês mais tarde. Agora temos um problema maior. Uma deusa, uma louca e uma feiticeira! — Eduarda diz, chamando a atenção das duas na sua direção. — A deusa é Hécate, a louca é a Mari e a feiticeira é a chapeuzinho vermelho do mal.
— Chapeuzinho vermelho do mal? — Luísa pergunta confusa, cruzando os braços na frente do corpo e se aproximando. — Vocês podem me explicar essa história direito?
— Ei! Por que eu sou a louca? — Pergunto indignada com o comentário de Eduarda.
— Porque sim. Agora faz seu misca, musca, mickey mouse aí. — A e-grilo se afasta, mas demoro um tempo até entender o que ela queria dizer.
Quando me dou conta que ela queria demonstrar a magia para Luísa, me preparo para algum feitiço. Me concentro nos objetos que estavam ao redor de mim e foco na espada de São Jorge que havia ao lado da porta, fechando os olhos e deixando as energias do ambiente se conectarem comigo. Era um fenômeno indescritível de como eu conseguia fazer aquilo, mas a adrenalina fazia com que tudo fosse possível. Eu sentia perfeitamente cada átomo do meu corpo se movendo e formando uma espécie de espiral. Ia além do físico, era como se além disso tudo, minha alma estivesse ligada a um poder metafísico. E estava.
— Crescat et crescat in terra vocationis meae.
Aos poucos, abri os olhos e vi a planta crescer lentamente e abrir no formato de uma flor. Nem sabia se isso era possível, mas como estávamos falando de magia, eu já não duvidava de mais nada.
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O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]
FantasiaAntes de descobrir a magia, o mundo oculto e real que existia debaixo dos olhos de cada habitante de Três Luas, tudo era normal. A vida de Mariana era bastante comum na cidade localizada no interior do Rio de Janeiro, mas tudo vira de cabeça para ba...