O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]

Capítulo 22: A Tríade das Trevas

Estava anoitecendo.

Apenas Vitória e eu estávamos em frente aquele cachoeira, prontas para me tirar do domínio de Cassandra. Eu sabia que a bruxa estava aqui, em algum lugar nos observando. Sabia também que ela faria de tudo para nos impedir.

— Hécate, me ajude, por favor! — Sussurro piedosamente, olhando para o céu com um semblante de esperança.

— Illusionis, ego te voco ad tollendum malum e mente Mariana Lobos. — Vitória recita, lendo o grimório nas suas mãos e segurando um amuleto com o símbolo de um triqueta. — Você precisa resistir, Mariana! Assuma o controle do seu corpo. Malum, quod in subconscious moratur, Hecate tollat. Ut vires lunae custodiant cerebrum tuum a malo manipulatione.

Me conecto com as energias que a noite proporcionava e fecho os olhos. Eu precisava mergulhar dentro de mim, precisava ir além dos meus desejos e sentimentos, os quais sabia que estavam sendo manipulados por Cassandra. Junto toda essa energia, fazendo uma espécie de barreira rosa ao redor de mim.

— Cassandra! — Digo rangendo os dentes. — Você não pode mais manipular meus sentimentos. Você não pode mais manipular minha mente! A velha Mariana acordou, e ela odeia fazer coisas contra a própria vontade.

— Que lindo ver a filha de Hécate finalmente tendo autonomia sobre si! Você não sabe o quão contente estou por ver que finalmente uma oponente digna está chegando aos meus pés. — A voz de Cassandra ecoa ao redor da floresta, e dessa vez, Vitória também estava ouvido.

— Eu não quero chegar aos seus pés cheios de micose! Hécate me deu um poder e agora eu sei porque ela me escolheu para deter você. — Respondo, expandindo a bolha que havia ao redor de mim e causando uma enorme onda mágica, assim como fiz na nossa última luta.

— Mariana! — Vitória chama minha atenção e aponta para o céu.

A lua que estava no céu ganhava uma tonalidade avermelhada aos poucos e as estrelas estavam cobertas por nuvens. Olho para Vitória, que parecia assustada por nunca ter presenciado algo como aquilo antes, então me lembro do versículo que o pastor recitou no dia em que fui à Igreja.

— Obrigada pela ajuda, Vitória. Agora deixe que eu assumo. — Me viro na direção da floresta onde Cassandra fazia seus rituais e toco o chão. Fecho meus olhos e ordeno à terra uma localização exata de Cassandra. — Te achei.

Abro os olhos e começo a seguir na direção em que Cassandra estava. Assim que me viu, ela se virou na minha direção com um sorriso estampado no meio do seu rosto coberto de cicatrizes de queimadura.

— Demorou, mas você descobriu. Me diz, Mariana. Você gostou de ter um namorado legal, ser uma das populares do colégio? Ah, que tolice esses jovens de hoje em dia! — Ela zombou, soltando uma risada e se aproximando de mim. — Eu te dei tudo o que você queria. Te fiz fazer tudo o que você não conseguiria fazer sozinha porque é uma covarde medrosa!