Fecho os olhos e tento lutar contra essa marca que estava pulsando na minha pele. Coloco a mão por cima e aperto firme, concentrando toda a minha energia naquilo, que queimava cada vez mais.
Eu estava cansada dos joguinhos de Cassandra.
Abro os olhos novamente e olho ao redor. Eduarda olha fixamente para frente e ergue as mãos. Eu queria avisar para ela não machucar as pessoas, já que estavam apenas sob o efeito de Cassandra, mas Eduarda não as feriu. Uma onda de negação de feitiço se espalha ao redor de nós, fazendo tudo tremer. As pessoas são atingidas, e no mesmo instante, retomam a consciência.
— A memória deles! Agora! — Ela ordena e eu concordo com a cabeça.
Me concentro na mente delas, todas de uma vez. Faço com que o mesmo sinal seja transmitido para eles: vão para suas casas e esqueçam o que aconteceu. Corro até as bruxas amarradas junto com Eduarda e começo a desamarrá-las.
— Vão para casa. Nós vamos dar um jeito de arrumar essa bagunça. — Peço a elas, mas Bárbara nega com a cabeça.
— Não vou sem a minha filha!
— Mãe, eu vou ficar bem. — Eduarda assegura e segura a mão da mãe. — Eu faço parte disso também.
— Ela está chegando! — Aviso a Eduarda e aponto para o céu, mostrando a lua que começava a ganhar a cor vermelha.
O temporal que havia começado anteriormente, se for assim que todo o fogo foi apagado. Foi mágico, parecia que ele só estava ali para isso.
— Eu realmente preciso ir. — Eduarda olha triste para a mãe e se afasta, começando a andar para dentro da floresta. — Vamos, Mari.
— Tomem cuidado, pelo amor de Hécate! — Bárbara suplica enquanto vía Eduarda e eu partirmos para uma missão a qual não tínhamos certeza se voltaríamos vivas.
Eu tinha certeza que Eduarda também estava sentindo aquela energia. Estávamos indo na direção, já sabendo com o que lidaríamos.
— EI, CHAPEUZINHO VERMELHO! A GENTE SABE QUE VOCÊ TÁ AQUI. — Eduarda grita furiosa, olhando ao redor e esperando que algo acontecesse.
— Olha, temos uma nova oponente. — A voz de Cassandra ecoa ao nosso redor, e logo sua silhueta ganha forma através de um aglomerado de sombras. — Mariana teve que pedir ajuda dessa vez? Toscas!
— Não, ela não teve! — Eduarda da um passo para frente e encara Cassandra. — Ela é o legado de Hécate. Eu sou o legado de uma alma que está doida para te meter a porrada também.
— Lilith. — Cassandra afirma com certeza e estala a língua no céu da boca. — Achei que ninguém mais acreditasse nela como fonte de adoração.
— Eu acredito, e tenho certeza que foi a melhor coisa que eu fiz durante toda a minha vida.
Os olhos de Eduarda assumem um brilho dourado, da mesma forma que a vi na avenida. As sombras que cercavam Cassandra começam a se mover na direção de Eduarda e eu, que nos olhamos em um só consenso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]
FantasíaAntes de descobrir a magia, o mundo oculto e real que existia debaixo dos olhos de cada habitante de Três Luas, tudo era normal. A vida de Mariana era bastante comum na cidade localizada no interior do Rio de Janeiro, mas tudo vira de cabeça para ba...