O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]

Capítulo 17: Que Deus te Abençoe e te Elimine

Nicolas e eu passamos um tempo maratonando Chicago Fire, até anoitecer e ele ir embora. Visivelmente meus pais gostavam dele, mas eu estava louca para ele ir embora logo.

Assim que ele foi, minha mãe entrou no meu quarto e sentou em uma cadeira, prestes a ter a tal "conversa".

— Antes de você dar seu depoimento na polícia, eu quero saber de você o que aconteceu naquele dia. Por que você saiu daquele jeito? Viu alguém lá? Você viu quando a Marinete morreu? — Questiona de uma vez, com um tom sério e direto.

— Eu vi Marinete correr até a floresta e fui correndo atrás dela, mas ela foi cada vez mais fundo e eu me perdi. Quando a encontrei, ela estava amarrada naquele poste de madeira e... não sei, acho que alguém me pegou por trás e me deixou inconsciente, porque não lembro de mais nada. — Falo omitindo muitos pontos, mas aquela parte era uma das verdades do que aconteceu.

— Você não se lembra de ter visto mais ninguém? Ou ouvido algo?

— Não, não me lembro. Eu ia tentar tirar a Marinete de lá, mas não deu tempo. — Abaixo a cabeça, lembrando mais uma vez que Marinete não estaria morta se eu tivesse impedido Cassandra.

— Certo. Você foi muito corjosa em tentar ajudá-la, fico muito orgulhosa disso, mas é muito nova para se por em um risco tão alto assim. — Helena suspira e se levanta da cadeira, caminhando para fora do quarto. — Era só isso que eu queria saber. É bom você descansar agora.

Sorrio de lado e a vejo sair do quarto, me deixando sozinha com meus pensamentos. Eu planejava começar a treinar para valer cada feitiço que tinha naquele grimório. Alguns eram mais fortes que os outros, e eu precisaria aprender a controlar meu armazenamento de energia.

Cassandra se arrependerá de ter me conhecido.

• • •

No dia seguinte acordei com uma forte batida.

Abri os olhos lentamente e me sentei na cama, apoiando minha perna boa e me impulsionando para abrir a cortina. Assim que abri, levei um susto com um pássaro na minha janela e uma marca de sangue no vidro. O pássaro havia se ferido com a batida, então abri a janela e o segurei, trazendo-o para dentro.

— Sit magicae sana te intra et extra.

Passo a mão no passarinho, fazendo com que seu pequeno ferimento se curasse e ele pudesse voltar a voar. Então, vi uma nuvem escura de pássaros voando na direção norte. Eu diria que estavam em época de imigração, mas eram muitos, o que parecia cenário de apocalipse.

A maioria saía de dentro da floresta, diferentes tipos de pássaros que viviam predominantemente na floresta floresta Três Luas. Imaginei que estivesse acontecendo alguma coisa lá dentro, e imaginei que não fosse algo bom. Era Cassandra, mas o que aquela mulher estava aprontando?