Capítulo 42: O Acaso

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Aquela noite nunca mais saiu da minha cabeça

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Aquela noite nunca mais saiu da minha cabeça.

Eu me sentia impotente, fraca, tão... tão burra! Naquela noite, Hécate me salvou. Entretanto, naquela noite eu desisti de ser uma bruxa.

O que adiantaria? Assim como Amália, eu não consegui cumprir meu propósito. Mais uma vez, foi tudo em vão. Fico pensando se meus descendentes passarão pela mesma coisa, a mesma história, as mesmas consequências.

Agora, eu pouco me importava. Só queria voltar à minha vida inútil como uma adolescente normal preocupada com a nota de corte do Sisu.

Aquela noite não existia mais para mim.

— Tempo esgotado.

O monitor que estava na sala passa recolhendo os gabaritos e passa a lista para assinarmos. Só havia eu e mais dois na sala; os últimos três devem sair juntos. Após assinar, guardo o caderno de questões e saio da sala.

— Boa sorte. — O monitor diz quando eu passo por ele e eu agradeço, descendo os degraus da Universidade em que fui fazer a prova do enem.

Meu pai estava no portão me esperando no carro. Entro em silêncio e coloco o cinto de segurança enquanto ele dirige até o restaurante.

— E aí, como foi?

— Acho que fui bem. — Falo com sinceridade e encosto minha cabeça no banco.

— Tenho certeza que você tirou uma nota boa! — Fabiano diz com otimismo e eu forço um sorriso.

Assim que chegamos no restaurante, desço do carro e caminho até a cozinha. Hoje o lugar estava cheio e a música ao vivo era com um cantor e compositor recente, que cantava suas músicas em um estilo calmo de MPB.

— Oi filha, como foi? — Minha mãe pergunta ansiosa.

— Não sei. Acho que fui bem. — Dou de ombros e vou para trás do balcão, ajudar minha avó com os pedidos que os garçons traziam dos clientes.

— Você pode atender as mesas doze e dezesseis? Acabou de chegar cliente. — Ela pede, sem dar muita atenção sobre minha resposta sobre o enem

Coloco um avental e uma touca de cozinha e um bloco de anotações. Caminho até a mesa doze e anoto o pedido de um casal que aparentemente estava em um encontro.

A outra mesa me chama bem a atenção. Por mais que eu tenha perdido meus poderes, eu ainda sentia. Era aquela energia. Era a energia de uma bruxa.

— Com licença, boa noite. — Me aproximo aos poucos, curiosa, ainda intrigada. — Já escolheu o que vai pedir?

Ela tira o cardápio de frente do rosto e me encara como quem tivesse me analisando. A mulher não parecia ser tão velha. No mínimo deveria ter uns vinte e cinco anos de idade. Seu corpo era coberto de tatuagens e seu rosto e orelha com alguns pircings.

O Legado de Hécate - A Magia das Bruxas [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora