Tulipa Potter e o Cálice de Fogo

Prólogo - Os Dursley

Tulipa Potter narrando

Acordei com a cicatriz doendo, era uma dor forte que parecia vir de dentro da minha cabeça e que eu não sentia desde que enfrentei o Riddle na câmara secreta, muito parecida com as dores que eu sentia durante as aulas do professor Quirrell. Coloco os óculos sobre os meus olhos para ver melhor, mas ainda era o meu quarto e eu estava sozinha, nenhum perigo a vista.

Vou andando até o banheiro enquanto tento me lembrar com o que eu havia sonhado, mas não havia absolutamente nada, lavo o rosto com a esperança de que a água gelada ajude a diminuir um pouco a dor que parecia se dissipar aos poucos. Olho o meu reflexo e suspiro, eu ainda era eu mesma para o melhor ou o pior. Uma garota magrela, com grandes olhos verdes, uma cicatriz em forma de raia, pele pálida, cabelos negros que estavam uma verdadeira bagunça e que havia começado a entrar na puberdade. Ao menos eu não tinha espinhas, mas isso se devia principalmente a todas as poções para a pele que eu vi nos anúncios do Semanário das Bruxas e comprei.

Deito na cama novamente e fecho os olhos ,tenho quase certeza de que sonhei com uma casa antiga e com uma cobra, uma enorme cobra, mas tudo ainda é muito nebuloso para que eu tenha certeza do que eu sonhei. A casa estava silenciosa o suficiente para eu achar que todos estavam dormindo, me enrolo nos cobertores e decido seguir o exemplo deles, não tem porque eu sair da cama agora.

Horas mais tarde quando eu entrei na cozinha noto que o resto dos Dursley já estava lá, o tio Valter estava com a cabeça escondida atrás do jornal, a tia Petunia estava no fogão preparando grapefruit e outras comidas saudáveis enquanto o meu primo que estava com uma expressão contrariada na mesa.

Duda sempre foi enorme, era nítido que alguma hora ele cresceria mais na horizontal do que na vertical. Não importava o quanto os meus tios falassem que ele tinha ossos grandes e ainda tinha a gordura da infância, não importava o quanto eles se esforçassem para encontrar desculpas para qualquer defeito do Duda, a enfermeira da escola falou o que todos sabiam e não queriam admitir: que o meu primo atingira o peso de um bebê morsa e que nenhum fabricante de uniforme da escola dele fabricava algo do tamanho dele então a menos que ele perdesse peso urgente não poderia voltar para a escola no ano seguinte.

Errado? Muito! Pensando em todo o complexo que a Millicent sofreu a ponto de desenvolver bulimia no seu desesperado de emagrecer e atingir o peso considerado ideal, eu tinha um pouco de pena do meu primo. Ele era um idiota e um bullie, mas ter pais que o mimam e lhe dão todo tido de doce e porcaria que ele quer com certeza não ajudou ele a não acabar do tamanho de um balão.

A enfermeira enviara uma receita de dieta que deveria ser seguida durante todo o verão, por isso todos os doces e comidas do meu primo foram substituídos por comidas saudáveis e toda a casa foi colocada em dieta. Eu não teria me incomodado com isso, exceto que os meus tios decidiram que para fazer o meu primo feliz eles iriam garantir que ele ao menos recebesse mais comida do que eu de forma que eu sempre recebia metade das porções que ele recebia.

- É só isso? – o tio Valter reclama quando a tia petúnia trás os pratos.

O café da manhã era mesmo péssimo, um copo de suco de laranja, uma maça e algumas amoras . Claro que eu havia recebido metade de uma maça e 3 amores, literalmente 3, isso não é café da manhã para ninguém. O meu primo devorava o seu café da manhã enquanto não tirava os olhos do meu, típico. A minha tia lança um olhar furioso para o meu tio e todos comemos em silêncio, fino estar apreciando o café da manhã, mas apenas porque sou mais inteligente do que todos na mesa.

- Esse foi um excelente café da manhã – digo com um sorriso falso para os meus tios – agora vou subir para o meu quarto, preciso arrumar a minha mochila para quando os Malfoy vieram me pegar amanhã.