Capítulo 8 - O ataque da doninha albina

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Tulipa Potter narrando

Poções sempre foi a minha melhor aula e matéria favorita, existe algo em preparar os ingredientes com precisão e a foram como eles interagem um com o outro quando colocados no caldeirão que me motiva a me concentrar apenas isso e esquecer tudo a minha volta. Só que estar na aula com Snape era estranho, geralmente ele sempre passa a aula elogiando a minha poção e a usa de exemplo para humilhar Weasley e os amigos dele.

Não que eu esteja pescando elogios, mas a técnica de nos ignorarmos e fingirmos que não estamos na mesma sala é incomoda, uma parte de mim queria que tudo voltasse ao normal, mas as coisas não estão normais, uma parte minha ainda esta magoada e eu não posso mentir e falar que esta tudo bem quando não esta. Eu nem saberia como começar a falar com ele agora para ser sincera, nem o que falar.

Depois de poções nós tínhamos Transfiguração com a Grifinória, nunca uma aula fácil, mas esta seria pior porque eles acabaram de sair da primeira aula de Defesa Contra Artes das Trevas com o professor Moody. Eu tive pesadelos nos últimos dias com a luz verde da maldição da morte, imagino que para o Neville também não será nada fácil. Essa aula na verdade é difícil para todo mundo ver as maldições em pleno poder nunca é fácil, mas é ainda pior quando uma delas é a causa de não termos alguém que amamos com a gente.

Assim que chegamos na aula noto que boa parte dos Grifinórios já havia chegado menos Neville, eu e os outros sonserinos trocamos um olhar preocupado antes de nos dividirmos. Draco vai para a frente se sentar na primeira fileira junto com Hermione e Pansy, o resto dos nossos amigos se divide entre as mesas de 3 lugares, eu e Theodore pegamos uma mesa no fundo da sala deixando o lugar do meio separado para o Neville, ele consegue chegar um minuto antes da aula começar.

Enquanto a professora McGonagall explicava o conceito da transformação de um animal em outro, eu me viro para Neville que ainda parecia um pouco pálido, troco um olhar preocupado com o Theodore, essa aula devia ter sido ainda pior para ele.

- Você... quer conversar sobre a aula do professor Moody? – eu sussurro preocupada para ele.

- Não... não de verdade, mas obrigado por terem me avisado ontem – Neville comenta olhando para o Theodore – não tornou mais fácil, mas foi melhor do que ser pego desprevenido.

Eu imagino, existe um motivo para essas maldições serem chamadas de imperdoáveis, não sei se é porque eu não fui com a cara do professor Moody mas não consigo achar uma boa ideia ele mostrar isso para um grupo de crianças, principalmente quando a maioria de nós são filhos da guerra. Sei que a Susana Bones da Lufa-Lufa mora com a tia porque os pais morreram na guerra, há muitos órfãos de guerra e pessoas que seriam sensíveis a ver essa maldição.

- Sem problemas, acho que nenhum de nós jamais imaginou que um dia um professor faria as 3 maldições imperdoáveis na frente de uma sala de aula – Theodore comenta em um tom baixo sem esconder o seu descontentamento com o nosso novo professor – porque você se atrasou? Esta tudo bem?

- O professor Moody me pediu para ficar depois da aula- Neville comenta e então puxa um livro da sua mochila – a professora Sprout lhe contou que eu sou o melhor aluno de Herbologia então ele achou que eu gostaria de pegar esse livro emprestado.

Olhando para a capa do livro Plantas mediterrâneas e as suas propriedades magicas eu preciso admitir que por mais que eu não vá com a cara do professor Moody ele agiu bem com o Neville. Herbologia é a melhor aula dele, contar o elogio que a professora Sprout lhe fez é uma forma inteligente de o animar depois de uma aula possivelmente traumática, além de lhe dar um livro raro sobre o assunto. Estavamos tão distraídos focados em Neville que não percebemos a professora McGonagall se aproximando.

Tulipa Potter e o Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora