Capítulo 39 - Filho do pai

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Barto Crouch Jr narrando

Durante a maior parte da minha vida todas as pessoas tinham grandes coisas a dizer sobre o meu pai, ele tinha uma enorme facilidade em fazer amigos e aliados, além de ser um grande carreirista com a aspiração de se tornar Ministro da Magia e ai de quem se colocasse no seu caminho, mesmo que essa pessoa fosse a sua própria família.

Não que ele fosse malvado com a minha mãe ou qualquer coisa parecida, era nítido para qualquer um com um par de olhos que eles eram loucamente apaixonados um pelo outro e ela era a única que parecia aquecer aquele coração de pedra dele. As vezes eu tenho certeza de que o único motivo de eu ter nascido foi porque a minha mãe quis ter um filho, era nítido que ele não se importava comigo ou me dava qualquer atenção.

Apesar de termos o mesmo nome eu passei toda a minha infância sendo totalmente ignorado, houve um tempo que eu realmente quis que ele gostasse de mim, ser digno da sua atenção, claro que conforme eu fui crescendo o total descaso dele por mim fez com que esse sentimento morresse. O meu pai só se lembrava da minha existência em duas situações para me exibir como o filho perfeito para os seus amigos do Ministério ou para brigar por qualquer transgressão que eu fiz e o quanto isso o humilhou.

Eu tentei ser um bom filho, eu era o melhor aluno da Corvinal, me inscrevi nas aulas optativas mais difíceis de Hogwarts e consegui 12 NOMs, mas nem isso foi o suficiente, jamais seria, para ele eu era apenas um acessório que ele suportava por amor a minha mãe, só que nem mesmo todo o amor do mundo da parte dela poderia curar o ódio e ressentimento que começaram a se apossar de mim.

Foi graças a alguns sonserinos do meu ano que eu comecei a ver o outro lado da coisa, um lado que o meu pai era tolo demais para ver. Ele podia querer buscar o poder lambendo as bolas dos bruxos do Wizzegmont e dos figurões do ministério, caçando bruxos das trevas e cavando lentamente o seu caminho até se tornar Ministro da Magia, mas eu fora mais inteligente, eu encontrará o caminho da verdadeira grandeza.

O Lorde das Trevas iria reestruturar toda a ordem mundial, o mundo bruxo seria diferente e melhor com ele no poder, ele iria colocar fogo no maldito ministério e no Wizzegmont e construir um novo, um onde apenas os seus comensais poderiam se sentar e aprovar ou negar novas leis. O Lorde das trevas iria transformar o mundo em um lugar melhor, onde os bruxos de verdade iriam reinar e toda a ralé seria colocada no seu verdadeiro lugar.

No inicio foi difícil matar, eu não sentia o prazer que muitos sentiam em torturar e matar, mas era impossível não se envolver na grandeza dos seus discursos, nas promessas que ele fazia. Estar ao lado dele era uma honra, uma oportunidade que poucas pessoas teriam na vida e o melhor de tudo, o meu pai odiaria com todas as forças o caminho que eu tomei. Eu imaginei dúzias de cenários dele descobrindo que eu sou um Comensal da Morte, imaginei o nosso mestre triunfando e nos dando as glórias prometidas e nos elevando além dos nossos sonhos. Me imaginei agora na posição de poder contra o meu pai, eu seria aquele que todos admirariam, eu seria quele que daria as cartas na mesa e iria repreendê-lo por me envergonhar na frende dos meus amigos Comensais da Morte, porque eu tive que trabalhar duro para elevar o nome dos Crouch e ele era uma vergonha. Esse seria o meu momento, o momento pelo qual todas as mortes e torturas iriam valer a pena.

Mas então algo deu errado, muito errado. O nosso senhor havia finalmente conseguido a localização dos Potter e iria exterminá-los para sempre, seria apenas mais uma vitória fácil, só que em vez de triunfar como o grande bruxo que ele era, ele perdeu. Era impossível que um maldito bebê tenha o impedido, mas era isso o que todos estavam falando, que a filha dos Potter triunfará sobre ele.

Isso era impossível, eu e os Lestrange tínhamos certeza de que o nosso mestre não poderia ter caído contra um bebê e então nós procuramos por ele, porque se ele sumisse eu não seria nada, eu voltaria a ser apenas o pequeno Barty Junior e justamente quando o meu pai estava prestes a se tornar ministro da magia depois de enviar tantos dos meus amigos comensais para Azkaban.

Tulipa Potter e o Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora