Capítulo 43 - Osso, carne e sangue

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Tulipa Potter narrando

Eu caio de joelhos em um chão de terra fofa, a minha mão ainda segurando firmemente a varinha enquanto a outra solta o cálice de fogo que estava no chão a minha frente. Aqui estava escuro, tão escuro quanto no labirinto, mas eu não acho que a chave de portal apenas me jogaria em outra parte dele, não foi falado nada sobre isso nas instruções. A falta de palmas também é um forte indicador de que eu não voltei para a multidão de expectadores.

Parece que eu estou fora dos terrenos de Hogwarts, não sei a que distancia, mas uma grande o suficiente para eu saber que não adianta correr ou gritar por ajuda, eu estou sozinha aqui, apenas eu e a minha varinha. Como eu queria que tivessem me deixado trazer a minha adaga cheia de veneno, eu com certeza estaria me sentindo muito mais confiante com ela.

Forço os meus olhos na escuridão para tentar identificar onde eu posso estar, parece ser um cemitério mas ele nada me lembra aquele onde os meus pais foram enterrados. Apesar de ter alguns jazigos e tumbas extravagantes, ele parecia em partes abandonado pelo tempo e esquecido pela maioria, algumas lapides menores pareciam estar até mesmo próximas de desmoronar.

Percebo pelo canto do olho um vulto se aproximando na minha direção, aponto a varinha para ele enquanto tento identificar quem pode ser: amigo ou inimigo? EU não consigo ver o seu rosto, mas pela forma como caminhava o vulto parecia carregar algo junto ao corpo, talvez uma mochila ou um bebê, não tenho certeza. De repente sinto uma dor intensa na minha cicatriz, os meus joelhos sedem e eu caio no chão com uma dor tão intensa que parecia que o meu crânio ia se dividir em dois.

Não sei quanto tempo eu fiquei encolhida no chão com dor, mas quando a dor parece diminuir o suficiente para eu erguer os olhos e ver o que acontecia a minha volta eu apenas noto que a estranha figura havia colocado o que parecia ser um bebê no chão antes de virar a varinha na minha direção.

Era como se mãos invisíveis me erguessem no ar, eu estava sendo arrastada em direção a uma lápide de mármore, eu apenas consigo ver o nome gravado contra a pedra rapidamente antes de ser amarrá-la ali, mas o nome escrito me fez sentir um frio nos ossos tão profundo quanto nenhum dementador conseguiu antes: TOM RIDDLE.

O homem estava finalmente perto o suficiente para eu ver o eu rosto, droga era o maldito Rabicho. Somando a presença dele com a lapide que eu fui amarrada eu com toda certeza posso presumir que Voldemort esta envolvido nisso de alguma forma e que a profecia feita pela professora de adivinhação se tornou verdade, Rabicho de alguma forma encontrou o antigo mestre e o esta ajudando.

- Pettigrew, seu rato traidor – vocifero com raiva dele.

Ele parecia estar com muito medo pela forma como as suas mãos tremiam, mas com certeza o seu medo não era direcionado a mim, olho para o estranho bebê no canto do cemitério com atenção tem algo de errado aqui. Cedrico me viu tocar no cálice de fogo e sumir, mas ele não tem como saber para onde a chave de portal me levou, então não devo contar com qualquer resgate em um futuro próximo, só posso contar comigo mesma e a minha varinha que esta a alguns metros de mim.

Percebo uma cobra gigantesca se aproximando e circulando a lapide onde eu estava, uma parte de mim queria falar com a cobra e pedir ajuda, mas outra pensa que se Voldemort esta envolvido então a cobra esta aqui por ordens dele, devo pensar com cautela em como falar com ela, fazê-la mudar de lado pode ser mais difícil do que foi com Sylvannia. Noto que a respiração do Rabicho ficou ainda mais alta e ofegante e noto que ele parecia arrastar algo grande e pesado pelo chão para perto de mim, percebo que é um enorme caldeirão que poderia facilmente caber um adulto sentado.

Tulipa Potter e o Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora