Vida Louca

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Goiaba 🐺

Eram quase sete horas da noite quando a gente já tinha mandado menor rodar Rio de janeiro atrás do Orelha, eu tava na boca junto do Gaspar e a gente tava pensando em algum bagulho, a gente avisou o Coronel e o maluco surtou, disse que tava vindo pra cá, e o Gaspar nem sabia que a Luana vinha junto, mas era muito bagulho na cabeça pra eu parar e falar disso agora.

Dentinho: Coe chefe, coe! Orelha passou pela entrada agora, tá intacto, maior cara de besta.- O moleque falou no rádio e eu olhei pro Gaspar que olhou com ódio.

Ele nem respondeu o moleque, só mudou a linha mandando o Orelha vim pra cá. Uns três minutos depois ele chegou com a maior cara de assustado pra gente.

Goiaba: Tu tava aonde cara?! Qual foi? - Falei bolado.

Orelha: Eu? Tava lá na puta que pariu! Polícia bateu na boca da zona norte, os moleques começaram trocação, não tá ligado? O chefe de lá me ligou pedindo reforço, eu meti o pé pra ajudar caralho. Quase que ia sendo preso, ainda levei raspão.- Levantou a blusa mostrando que tava com ponto.- Sei nem onde foi parar meu celular, meu raidinho, tava apagado cara! Os moleques que me levaram pro hospital.

Gaspar: Caralho Orelha, e porque nenhum moleque mandou recado? Tem altos mano procurando por tu, achei que tinha sido o Fábio! - Orelha passou a mão na cabeça.

Orelha: Eu achei que vocês tinham sido informados, papo de polícia, helicóptero e tudo por lá caralho! Muito menor morreu, menorzinho inocente cara! Eu tava apagado e os moleques tavam preocupado, ninguém teve cabeça não.- Falou sentando no sofá.

Goiaba: Fiquei preocupado caralho, não fode. Quando for sair pra esses bagulhos avisa cara, não mete essa.- Falei aliviado e ele negou.

Orelha: Pô, mas eu não saí sem avisar a ninguém não. Eu pedi pra Carina falar pra o Gaspar assim que amanhecer. E tu deveria tá em minas carai, tá fazendo o que aqui? - Me olhou.

Gaspar: Aquela tua mulher é uma pau no cu, tá precisando de uma lição maneira! Os menor tá tudo falando que ela sumiu que nem tu.- Apontou e Orelha abriu maior olhão.

Orelha: Sumiu? Tá maluco? - Falou levantando rápido e quase caiu no chão.- Caralho, que dor.

Goiaba: Tu nem deveria tá aqui, certeza que fugiu do hospital né?! - Falei bolado e ajudei ele a ficar em pé.- Outra hora tu dá uma coça na Carina, agora o bagulho é descansar viado.

Dentinho: Oh Gaspar, o chefe tá subindo o morro. Passou aqui agora procurando por vocês.- Gaspar passou a mão na cabeça.

Gaspar: Jae cara, jae.- Falou bolado.

Orelha: Qual foi viado? Tu é Coronel tão aqui por que? Não foram ver a loira e a Andressa?

Goiaba: Voltei antes pra ir pro aniversário da Ana, e ele voltou preocupado com esse caô teu.- Falei lembrando do aniversário e neguei com a cabeça.

Orelha: Eu sou importante assim? Caralho ein.- Falou se achando e se sentou de novo.

Gaspar: É pô, vai achando. Ele vai querer que tu vá tomar no cu de fazer ele pegar avião de última hora.- Apontou tomando água.

Eu ia meter o pé daqui quando alguém abriu a porta, olhei pra o Coronel que entrou seguido pela Andressa e Luana, cocei a cabeça lembrando que deveria ter falado que ela vinha e Gaspar fechou a cara encarando os três.

Coronel: Que porra tá acontecendo? - Falou olhando pro Orelha.

Gaspar: Por que ela tá aqui? - Apontou e a Luana encarou ele.

Coronel: Tá na minha responsabilidade.- Gaspar negou.

Gaspar: Caralho irmão, não tem essa! É a minha mulher, meu filho, a responsabilidade é minha cara! - Falou bolado apontando.

Luana: Sua mulher não, e você não quis conversar sobre aonde ele iria nascer. Quero que ele nasça no rio e pronto.- Falou séria.

Coronel: Relaxa mano, o cuidado com ela vai ser redobrado.- Eu encarei o Gaspar que passou por geral puto, sem dar uma palavra.

Provavelmente tava bolado pra caralho, eu também ficaria. Sei lá, é como se o Coronel assumisse cuidar da Luana e do Jorge, quando o Gaspar tá totalmente disposto a fazer de tudo pra cuidar deles, mas precisa manter eles longe.

Eu entendo geral nesse bagulho, Coronel quer proteger a Luana de perto, como irmão mais velho, que é como ele considera ela. Gaspar queria deixar a área limpa pra poder trazer a Luana quando tudo tivesse em paz, sem estresse. Já a Luana, ela queria ficar no rio, mas ela mesma já tinha me falado que Belo Horizonte era mais seguro e mais calmo.

Enquanto Orelha explicava o que aconteceu, eu peguei meu celular falando com a Ana. Eu tinha falado pra ela que tava voltando pro aniversário dela assim que entrei no avião, ela respondeu e eu nem tive tempo de responder de novo mais cedo.

Ela mandou mensagem de 14h, me avisando que a gente se encontrava lá namoral. Mas eu olhei pro Orelha que tava com maior cara de morto e dor, sabia que ele nem deveria tá aqui e sim no hospital. Então acabei mandando mensagem deixando a Ana de lado, pra resolver os bagulhos daqui primeiro.