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Goiaba 🐺

Marolei por maior tempo, vi que ia dar seis horas da noite e resolvi tomar um banho, me arrumei e peguei minha moto dando uma volta pela zona sul. Parei na padaria e soltei uma risada, entrei balançando a chave e procurando algum sinal de uma ruivinha gata, mas não achei.

Fui até o balcão, pedi uma torta salgada e me encostei ali, olhando por todos os lados na maior tranquilidade.

— O senhor tá procurando alguém em específico? - A mulher que me atendeu falou, me entregando a torta.

Goiaba: Não, que isso! Só achei bonito o lugar mermo.- Meti serinho e ela concordou.

— O senhor paga ali.- Apontou pro caixa que era todo escuro por fora, agradeci a mulher e se ela fosse uns dez anos mais nova, eu tinha pego o número.

Fui até o caixa e só coloquei a torta pelo espaço, uma mão com maior unha grande arrastou e eu tirei a carteira do bolso, olhei pro bagulho preto fumê que me impedia olhar na cara de quem tava ai dentro e encarei só meu reflexo.

— Trinta reais.- Abri maior olhão.

Goiaba: Que isso filha, tá maluca? Esse bagulho que só da uns quatro pedaço isso tudo? Não quero, pode ficar.- A mulher soltou uma risada e eu neguei indo guardar a carteira.

— É a segunda vez que eu te escuto reclamar do preço, não entendo porque insiste em vim aqui.- Abri maior olhão e dei um passo pra trás, escutei o barulho da cadeira arrastando no chão e quando a mulher colocou a cabeça pra fora com um sorriso eu vi que era a ruiva.

Parei no tempo no papo dez, encarei só o rosto dela e vi que ela tinha cortado o cabelo, pelo menos da última vez que eu vim aqui tava grande. Ela fechou o sorriso aos poucos e continuou me olhando com uma cara de risada, fiquei observando ela por quase um minuto, até escutar reclamação.

— Saí da frente se não vai comprar nada.- A velha falou me olhando de cara feia.

Goiaba: Se manca feia, tô pagando.- Falei boladão e a menina voltou pro caixa, tirei uma nota de cinquenta reais dando a ela pela abertura e peguei a sacola.- Pode ficar com o troco pra você.

Ana: Obrigado e tenha uma ótima noite.- A voz dela passeou pela minha mente e eu sorri de lado me afastando.

Guardei a carteira saindo dali e passei pelo segurança, encarei ele e cocei a cabeça.

Goiaba: E aí ein, irmão. Que horas que fecha? - Apontei com a cabeça.

— Geralmente de oito horas, oito e meia no máximo.- Falou me encarando desconfiado.

Goiaba: Jae filho, valeu. É que eu moro longe, as vezes chego tarde e eu gostei da torta daqui, aí as vezes não venho porque acho que tá fechado. Mas por mim eu comeria todo dia! - Falei pensativo e ele só me encarou confirmando com a cabeça.

Subi na moto passando por ali bem tranquilo e meti o pé pro morro, fui pra casa do Coronel todo orgulhoso por tá levando comida, o pai tá cada dia mais avançado.

•••
Ana ferreira, 19 anos.
@// larasilva

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