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Goiaba 🐺

Sai da casa do Coronel e fui bater na porta do Orelha, me sentei na calçada e liguei pra ele. Ele não atendeu e na segunda vez que eu fui ligar, o celular tava desligado. Fui abrir o portão mas o moleque me chamou.

— Pô moleque, Orelha falou que não era pra ninguém chamar ele não! - Falou me fazendo encarar ele.

Nem respondi, só sai dali concordando com a cabeça e fui pra minha moto, subi na garupa e desci pra casa. Tomei um banho e me sentei pra apertar um, troquei até uma ideia com a Luana por uns minutos eu disse que tava tudo suave por aqui, disse até que geral ia tranquilin.

Chegou o dia da gente meter o pé e o Orelha não tinha dado sinal ainda, nem fui mais atrás. Eu levei minha bolsa pra casa do Coronel pra ir de lá, quando cheguei a Andressa tava sentada na sala assistindo e o Coronel no quarto, sentei do lado dela e ela me encarou.

Andressa: E aí, qual a boa? - Falou curiosa.

Goiaba: Mesmo de sempre, nada muda! - Ela fez careta.

Andressa: Luana pediu pra gente comprar a goiabada lá da padaria, e eu não tô nem gastando contigo! - Encarei ela serinho.

Goiaba: Daqui pra chegar lá bagulho vai ficar ruim.- Andressa riu.

Andressa: Tá doido? É a de pacotinho, da pra levar tranquilo. Mas eu posso ir comprar sozinha, ela nem vai saber que você esteve lá.

Goiaba: E quem disse que eu tenho problema com ela saber? Se liga ein! - Alguém abriu a porta e era o Orelha, ele entrou e eu virei a cara.

Andressa: Pelo menos chegou na hora! - Brincou. 

Orelha: Não vou não, Dressinha! - Falou sério e o Coronel apareceu na sala com a bolsa dele na mão.- Vou ficar no comando da missão de sexta, tá tranquilo?!

Coronel: Quer mandar o papo do que tá rolando? - Falou sério.- Sou teu irmão, porra!

Orelha: Eu tô falando cara, não tem nada acontecendo! - Falou sério e eu conhecia ele muito bem pra saber quando o menor tava mentindo, e ele não tava mentindo agora.- Só tô afim de agradar a Carina um pouco.

Coronel: Carina tu agrada bancando o luxo dela como sempre foi, não deixando de ir ver teu irmão e teu sobrinho! - Pela voz o meu mano tava bolado pra caralho.

Orelha: Caô, o bebê nem nasceu ainda. E o Gaspar vai entender pô, vou trocar uma ideia com ele e ele vai entender namoral.- Me encarou.- Tu vai ficar nessa comigo, Goiaba?

Goiaba: Tô nem rendendo pra você! - Falei sério e me levantei pegando as bolsas.- Cadê a chave do carro?

Orelha: Qual foi cara, vai bater neurose com isso? - Tentou bater na minha cabeça e o Coronel apontou pra chave, eu peguei e me afastei dele saindo calado.

Joguei os bagulhos dentro do carro e quando ia voltar o Orelha saiu parando na minha frente, fechei minha cara olhando pra ele e ele me encarou com ar de riso, mas eu tava zero gracinha.

Orelha: Vai ficar sem falar comigo igual criança? - Cruzou os braços.- Deixa de bobeira cara, na próxima eu vou! Quando tu voltar eu passo um mês na tua casa.

Goiaba: Não é sobre mim não pô, Gaspar te considera pra caralho, assim como eu! Os quatro sempre comemoram o aniversário juntos, tô falando de papo de consideração mermo que tu não tá tendo! Nem eu que sou o mais filho da puta por mulher, já troquei um de vocês por qualquer nega nessas paradas.

Orelha: Eu não posso ficar suave com a minha mulher? - Apontou.

Goiaba: Fica e vai com ela pra casa do caralho.- Passei batido por ele.

Andressa tava desligando as coisas e Coronel no raidinho, acabei que sai de novo pra fora e fiquei esperando os dois. O carro tava maior silêncio, fui namoralzinha no meu canto até chegar na padaria pra comprar o bagulho pra Luana. Várias padarias no lugar que ela mora e ela fazendo questão por essa que só sabe roubar dinheiro, é foda mermo!

Vida LoucaOnde histórias criam vida. Descubra agora