Gaspar 🕊
No final, os três ficaram aqui no hospital. A gente evitava botar a cara na pista, principalmente em hospital, mas quando era um dos quatro fudido era impossível não vim.
Quando eu cheguei Orelha tava tomando água e Coronel mexendo no celular, os dois tavam na sala de espera e não tinha notícia nenhuma, só que ele tava passando pela retirada da bala.
Troquei uma ideia de leve com eles e me sentei falando com a Luana, ela disse que tava com febre desde cedo, falei com ela até ela dormir e depois fiquei tranquilo ali.
Orelha: Luana vai vim pra ficar aqui de vez quando? - Me encarou e eu dei os ombros.
Gaspar: Sei lá pô, não tô nem afim. Tem que descobrir quem fez isso com o mano, esse bagulho de um dia descobrir que tem alguém morando lá na casa e uns dias depois o cara levar tiro tem que ter alguma coisa em comum.
Coronel: Será que o Fábio tá pela área? - Falou batendo o pé.- O menor que tava de vigia disse que foi um homem, tava em cima da laje.
Orelha: Se o Patinho tava lá, como ele deixou o cara sacar a arma da atirar no Goiaba? - Falou baixo.
Coronel: Ele disse quando veio perceber o cara já tava mirando no Goiaba, o Patinho deu o primeiro disparo no cara e não deu dois segundos pro cara atirar no Goiaba.
Gaspar: E pelo menos atingiu? - Coronel deu os ombros.
Coronel: O bagulho é que o Patinho disse que não sabia nem que tinha gente na casa, porque não tava tendo movimentação nenhuma. E foi um homem que fez isso, a menina do Goiaba disse que era uma mulher morando.
Orelha: Fábio e a mãe da Luana.- Falou o óbvio.
Gaspar: Eles não seriam tão otarios de botar a cara assim, juntos né?! - Questionei e Coronel negou.
Coronel: Quem é eu não sei, mas que tá envolvido tá! Assim que o Goiaba acordar a gente vai meter o pé e invadir aquela casa até descobrir algum bagulho.
Gaspar: O que fode é que a garota do Goiaba tá exposta. Se ela voltar pra casa a qualquer momento podem ir atrás dela, tá complicado.
Orelha: A gente teve uns meses de paz mas parece que tá acabando aos poucos, tem que ficar mais ligado no bagulho! Fábio não vai deixar barato o que aconteceu, a gente tem que começar a se preparar de agora.- Falou levantando.- Tô sentindo cheiro de guerra.
Coronel: Vou organizar pra gente fazer o de sempre, sumir do mapa.- Neguei.
Gaspar: Não vou esconder dessa vez, tenho um filho agora e quero criar em segurança. Sem ter que me preocupar em deixar a Luana longe, quero acompanhar o crescimento dele, cada parte.- Falei negando.
Orelha: Irmão, a gente botando cara na guerra vai ser o mesmo que entregar nossa ficha. Depois de todos esses anos a gente não pode dar esse vacilo, Luana, teu filho e Andressa vão com a gente, claro pô! Não importa quando tempo a gente tenha que ficar longe.
Coronel me encarou e eu continuei negando, tava disposto a botar a cara só pra saber que meu filho ia ficar em paz, nem que eu precisasse morrer por isso, queria garantir uma vida maneira pra ele de todas as formas.
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Vida Louca
Teen FictionHistória do Goiaba e Ana. Desde novinho sempre foi conhecido pelo seu jeito brincalhão, o mais bobão entre todos os amigos, aquele que sempre fazia alguém sorrir, nos melhores e piores momentos. Acostumado a sempre ter uma noite, não importa com que...