Vida Louca

02

aviso: A história do Goiaba vai se passar nos os cinco meses que foram pulados no livro do Coronel com os detalhes do tal tempo.

Goiaba 🐺

Hoje em dia minha irmã e minha mãe moram fora do Brasil, acho que depois de tudo foi melhor pra todo mundo. Minha irmã não se orgulhava de quem eu havia me tornado, já minha mãe tinha se acostumado.

Lays deixava claro que não deixou de me amar, só não queria que eu ficasse errando assim porque não queria me perder também. Eu e ela temos pais diferentes, o dela morreu quando eu tinha dois anos, não lembro de quase nada, mas sei que ele era foda pra ela.

O meu pai eu não sabia nem se quer o nome, quando eu era menorzinho fazia questão, mas quando cresci pensei melhor, eu vou querer saber de alguém que nunca fez caralho nenhum por mim? Não fode.

Eu não tenho total contato com elas duas, minha mãe me liga de vez em quando, passa horas conversando comigo e sempre quis que eu fosse ver elas. E fazem quase dez anos que eu não vejo elas, mas eu nem sabia se queria ir la mermo, então só enrolava.

Eu tava em casa depois de ter passado a madrugada bebendo com o Coronel, Andressa e Orelha. Dormi a manhã toda e de tardezinha o Coronel me colocou no corre, me mandou ficar de olho num roubo de banco, eu fui mas tava quase dormindo no carro.

X6: Tem polícia na rua de cima, a gente só tem cinco minutos.- Gritou pelo raidinho.

Goiaba: Dois minutos porra, cada passo que vocês tão dando diminui dez segundo.- Gritei jogando a bolsa dentro do carro, ainda tinha cinco moleques aqui dentro comigo.

Pato: Não vai dar tempo ir pelas frentes, o carro mete o pé a a gente vai pelo fundo.- Gritou pelo raidinho e eu corri atrás dele.

Goiaba: Segue a ordem, vai pro galpão.- Falei puxando os moleques pelos fundos.- Quero um carro na rua sem saída, dou cinco minutos!

Escutei a sirene da polícia e sai correndo com os menor, a gente desceu a rua correndo e vi o carro da polícia passando na esquina. Achei que ia passar batido mas o carro deu ré, apontei pros moleques fazendo a gente se separar e eu entrei numa rua da esquerda.

O rádio avisou que o carro tava esperando e eu fui na direção, fui o último a me jogar dentro do carro e saiu dali quase voando. Meu coração quase saiu pela boca e eu deitei a cabeça no banco, escutando meu celular tocar.

"Coronel: Tá fazendo milhão ou não? - Falou assim que eu atendi e eu respirei fundo, soltando uma risada.

Goiaba: Mais um ponto pra firma.- Falei animado e escutei uma risada.

Coronel: Valeu meu mano, tu é o mais brabo!"

Ele desligou e os menor me olhou, confirmei com a cabeça e eles comemoram animados. Mas no corre ninguém tem tempo nem de respirar, quando dá certo é papo de animação mermo.

A gente foi pro galpão, eu dividi o dinheiro como tinha que ser, e ainda tirei um pouco mais dos cara. Era sempre assim, o mais esperto levava, o importante era tirar o meu e o do Coronel, o resto que se esforce mais, porque o pai aqui tá nem aí pra nada.

Coronel veio me buscar de moto e me levou pra boca, joguei a mochila com o dinheiro dele na mesa e ele tirou contando. Papo de milhão, ele me deu maior parte e eu fiquei na maior paz.

Coronel: Tá afim de outro amanhã? - Falou guardando o dinheiro.

Goiaba: Por pouco menor não foi preso nesse, dá uma semana.- Apontei.

Coronel: Jae, tu vai fazer o que hoje? - Falou saindo da boca comigo.

Goiaba: Irmão, acho que vou pra tua casa dormir lá.- Dei os ombros e o Coronel me encarou negando.

Coronel: Vai jantar lá em casa, Andressa tá afim de jantar geral lá.

Goiaba: O que fode é eu ter tanta consideração contigo pra tu tá falando de Andressa, não tem como.- Falei indignado.

Coronel: As vezes eu tenho certeza que tu quer me dar o cu.- Bateu na minha cabeça e eu chutei a perna dele metendo corrida.

Coronel me xingou parando de andar e eu soltei uma risada, desci o morro correndo e pulando pelas escadarias. Quando cheguei no reino, entrei na minha casa e fui guardar o malote, tomei um banho e fiquei pensando em quem eu ia meter a pica hoje.