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Ana 🦋

A gente comeu sanduíche enquanto assistia a um filme de ação que tava passando, eu lavei o que a gente sujou e voltei a sentar no sofá, Goiaba deitou a cabeça no meu peito colocando as pernas pra cima do sofá e eu deitei meu braço em cima do peito dele.

Havia sido uma boa vontade, eu estava no baile, já tinha bebido, vomitado, fumado minha maconha tranquila e quando morguei de tudo, quis ver o Victor, por motivos que nem eu saberia explicar, mas a presença dele era algo bom.

Deitei a cabeça pra trás enquanto assistia mas tava cochilando, passei uns cincos minutos só cochilando até abrir os olhos e ver que o Victor também cochilava.

Ana: Ei...- Falei baixo vendo ele abrir os olhos no mesmo instante, assustado.- Quero dormir.

Goiaba: Hãm...- Murmurou me olhando e um minuto depois se separou de mim sentando no sofá e passando a mão no rosto.- Bora pro quarto, ou quer ir sozinha?

Neguei sorrindo de lado só pela atitude, eu sabia que ali não existia só um maluco por sexo, e ver que ele abriu esse lado mais carinhoso dele pra mim me deixava bem feliz. Assim como eu também havia deixado um espaço pro meu lado racional que falava que eu deveria ter deixado ele de lado porque ele não serve pra namorar como eu quero. Mas será que não mesmo?!

Ele desligou a televisão e fomos pro quarto, eu precisei tomar um banho antes porque havia vindo do baile, odiava deitar suja.

Goiaba: Tua sorte que eu deixo roupa minha aqui.- Falou me jogando uma blusa e eu vesti por cima da toalha, minha calcinha tava virada ao lado oposto que eu usei e eu tinha colocado um protetor de calcinha que encontrei no banheiro.

Ana: Certeza que você pensou em tudo, como pode?! Obcecado por mim, se tá maluco...- Gastei vendo ele rindo e me xingando.

Só com a blusa dele e minha calcinha eu deitei, ele trancou a porta e eu me senti mais confortável, até porque estava quase nua, e vai que o amigo dele abrisse a porta de manhã me vendo assim... Ele deitou do meu lado e eu me virei pra dormir, senti suas mãos passando pela minha cintura e ele se encaixando em mim por trás, Victor beijou meu ombro e eu fechei os olhos.

Mas parecia que com banho o sono havia ido embora, fiquei por um longo tempo de olhos fechados tentando dormir mas não consegui. Olhei um pouco pra trás e o Victor tava cochilando e parecia uma criança traquina, eu sorri fraco e ele abriu os olhos devagar.

Goiaba: Tô te vendo me observar, qual foi cara quer me matar? - Falou com voz de sono.

Ana: Achei que estivesse dormindo, droga.- Brinquei.

Goiaba: Tava cochilando, tu se mexeu e eu me liguei.- Se afastou um pouco e eu deitei de costas pra baixo.- Qual foi?

Ana: Perdi o sono, mas pode dormir de boa.- Mexi no cabelo dele.

Goiaba: Qual foi desses teus pensamentos aí? - Falou passando a mão no rosto e eu fiquei calada por um tempo vendo ele me olhar.- Que que eu fiz cara?

Ana: Nem falei nada.- Falei soltando uma risada.

Goiaba: Ué maluca, por isso mesmo.

Ana: Você já namorou sério? - Perguntei curiosa.

Goiaba: Só com todas, namorei sério com a putaria.- Falou soltando um risinho safado.- Mas contigo eu abriria excessão.

Ana: Para de ser emocionado, Victor! - Falei rindo e segurei o rosto dele.- Só fiz uma pergunta, a gente só transou, não quero namorar com você! - Brinquei, mas falei sério pra ele.

Goiaba: Aí caralho, para de ser assim maluca! Tu fala que nem eu falava para as mulher, não tem como! - Falou indignado.- Tu não falou que só queria se fosse algo sério? Pique namorozin.

Ana: E você deixou bem claro que não era isso que você queria.- Ele colocou a mão na minha cintura novamente.

Goiaba: Da mesma forma que tu falou que não ia só transar por transar comigo.- Falou debochando.- Os dois pagou com a língua.

Ana: Victor, eu não transei só por transar. Eu achei que tinha criado algo maneiro entre a gente, eu tinha dúvida que era real. Mas por um segundo achei que você não fosse agir como babaca, rezei por isso...- Falei séria.

Goiaba: Nem fiz nada, tu que ficou bolada atoa nessa noite. Mas é porque sempre fui acostumado com o mermo bagulho, querer mudar a lei de um dia pro outro foi foda. Esses meses que a gente não se falou eu tava entendendo como funcionava o bagulho.

Ana: E como funciona?

Goiaba: Nunca botei fé que ia encontrar alguém que me deixasse tranquilo no bagulho mesmo, que conseguisse chamar minha atenção. Eu já fiquei com tanta mulher só pelo prazer que já tinha descartado a possibilidade de ter algum bagulho com alguém. Mas tu mudou meu pensamento, papo dez.

Ana: E o que isso quer dizer? - Falei encarando ele.

Goiaba: Que se você realmente quiser, eu sossego por você. Deixo essa vida de lado e tal, papinho de namoro e os caralho.- Falou sério.

Ana: Eu posso mesmo confiar em você? - Victor confirmou com a cabeça.

Sorri de lado vendo ele me encarar e eu beijei ele, Victor segurou meu rosto com as duas mãos e eu tava com a mão no braço dele, enquanto a gente beijava devagar e tranquilo.

Até a porta da casa fazer barulho, ele se separou de mim me olhando sem entender e pediu pra eu fazer silêncio, apenas confirmei não entendendo nada do que tava acontecendo mas escutei passos no corredor.

Carina: Não achei que ia ser tão difícil matar ele...- Abri maior olhão com medo.- Hora de se vingar, Carina.

Botei a mão na boca vendo o Goiaba pular da cama em silêncio e abri uma gaveta pegando uma arma, juro que precisei fazer muito esforço pra não gritar e ele me encarou, destrancando a porta no maior silêncio possível e saindo, fechando a porta de novo. Não deu cinco segundos e eu escutei um tiro, no mesmo minuto um grito masculino, misturado com a voz do amigo do Victor, que gritou o vulgo dele alto, eu pulei da cama vestindo meu short e saí correndo pra ver o que aconteceu.

Vida LoucaOnde histórias criam vida. Descubra agora