Camila Cabello | Point of View
Com meus olhos fechados, eu tentava me desligar do mundo externo e o cheiro dos incensos de lavanda me purificavam um pouco.
— CONSELHEIRA K.
— Kevin... qual é a primeira regra básica do templo? – Eu falei com a voz mansa e continuava com meus olhos fechados.
— Não gritar. Desculpe, conselheira. Mas o seu editor está aqui.
— Mande-o entrar. – Abri meus olhos e endireitei minha postura. O homem engravatado atravessou a porta, com o
novato gritador.— K!
— Carter Duncan. A que devo a honra? – Falei puxando uma cadeira pra ele, já que ele tinha nojo de sentar em tapetes. — Kevin... pode ir com o Mestre Jun. Ele começará a meditação em dez minutos.
— Sim, conselheira.
— Novato?
— Sim.
— Vim trazer as novidades que não importam pra você.
— Mais entrevistas?
— Muitas. – Ele me entregou uma pilha de folhas.
— Seria muita exposição.
— Mas te liberaram pra fazer isso.
— Você está louco pra que eu aceite.
— Grande K. Seus lucros, são meus lucros. E ninguém está te oferecendo miséria.
— Não vou aceitar. – Comecei a folhear os convites, eram muitos e bem generosos.
— Você que sabe, grande K. – Ele disse. — Você conversou com seus pais sobre os depósitos.
— Sim. Era o gerente do banco dele que estava desviando um pouco do dinheiro.
— Que filho da puta.
— Carter. Não pragueje no templo.
— Perdão. – Quando eu passei para a última pilha de folhas, encontrei uma do Jornal da hora.
— Ah... um jornal de Miami.
— Sua cidade natal. Não sente falta de lá?
— Sinto, mas medito e passa. – Ele gargalhou. — Ligue pra esse jornal. Pergunte os detalhes... acho legal dar
notoriedade pra minha cidade.— Isso, garota. É assim que se fala. – Ele pegou o celular e discou o número.
— Deixe no viva voz. – Ele o fez.
— Jornal da hora... Alice falando.
— Bom dia, Alice. Sou o Carter Duncan e recebi um e-mail deste jornal com o interesse em entrevistar K.E.
— Você disse K.E.?
— Sim.
— Fui orientada a passar a ligação pra o editor chefe quando esse nome fosse citado. O senhor pode aguardar na linha?
— Claro.
— Acho que foi um erro... melhor deixar isso...
— Nick Jonas falando. É uma honra receber um retorno.
— Sim. Bom, queria saber como vocês procederiam caso K aceite a proposta.
— Bom, nos faríamos uma festa, eu seria promovido, deixaríamos metade do mundo com inveja. – Eu dei risada. — E eu mandaria minha pessoa de confiança pra aí no outro dia.
— Quantas pessoas viriam?
— Só uma.
— Você está ciente sobre as regras do templo?
— Eu não, mas ela leu o livro e amou.
— Peça pra falar com ela. – Eu sussurrei e ele assentiu.
— Pode colocar ela na chamada?
— Sim. Alice, peça a Srta. Jauregui vir até minha sala. – Meu coração errou o compasso por ouvir esse nome. Achei ser delírio.
— Sente. Estou com o editor do K.E. Ele quer saber se você sabe das regras do templo.
— Sim... – Era ela... a voz dela, eu reconheceria aquela voz mesmo que se passassem duzentos anos. — Não posso
usar roupas que mostrem muito meu corpo, nem fotografar o templo e não se pode tocar nos deuses.— Você está bem? – Ele perguntou pra mim, enquanto tapava o celular.
— Porque?
— Você está chorando.
— Aceite essa entrevista. Pague todos os gastos dela e diminua em cinquenta por cento o que eles querem pagar.
— Mas...
— Fica com todo o lucro pra você. Diga que aceito.
— Aceitamos. Mande seus dados por e-mail, K pagará todas as suas despesas. Parabéns, espero que aproveitem a oportunidade. – Ouvimos uns gritos e comemorações.
— Muito obrigada pela oportunidade.
— Agradeça para K. Está ouvindo você.
— Obrigada, Sr K. – Ele ia corrigi-la, mas eu neguei.
— Adeus, senhorita. Pode me mandar o e-mail.
Ele desligou e ficou me perguntando o que tinha acontecido, mas nem eu sabia, era Lauren e estou me sentindo a mesma adolescente tola de anos atrás.
— Você conhece ela? – Ele perguntou.
— Ela é meu livro.
— Ai cacete.
— Não pragueje.
— Desculpe. Isso vai ser interessante. Porque aceitou?
— Quero ver ela.
— Pra que?
— Conseguiu sua entrevista, Carter. Pode me deixa sozinha?
Ele assentiu e saiu. Eu não sabia o que responder... não sei pra que quero ver ela. Só sei que quero.
Lauren Jauregui | Point of View
— Você é a minha rainha, Lauren. Obrigada por ler esse bendito livro. Vamos entrar pra ranking dos 10 mais. Eu serei promovido e vou promover você, rainha.
— Calma, Nick. Você está muito empolgado.
— Mas isso é inusitado, Lauren. Vários tentam há tempos.
— Ok. Preciso que me libere, tenho que arrumar minha mala e avisar meus pais.
— Claro. Vai. Pode ir.
Fui pra casa e arrumei tudo. Vai ser bacana conhecer um lugar novo.
×××
Depois de uma despedida exagerada de meus pais, estava no aeroporto com Nick chegando completamente afobado... como sempre.
— Minha rainha, aqui estão, as passagens, o endereço no templo, o nome de quem procurar... só não tem o nome do hotel. Acho que ficará lá no templo.
— Tudo bem.
— Que bom. Achei que ficaria desconfortável.
— Na verdade estou adorando tudo isso. Falando bem sério, estou sentindo uma tranquilidade bem grande. Isso é muito estranho.
— Tem certeza que não quer alguém lá com você?
— Nós dissemos que só uma pessoa iria.
— Está certa. Pergunte tudo... tudo sobre a vida pessoal dela.
— Eu sei. Não se preocupe.
A última chamada soou e logo eu estava no avião.
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Trama
Fanfiction"O comportamento emocionalmente instável dos adolescentes é atribuído à explosão hormonal típica da idade." Camila sabe muito bem o que é isso, já se deixou dominar por todos os instintos primitivos e não controla seus impulsos, já Lauren, soube mui...